onis

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— Você não vai vir, Papai?

— Eu preciso trabalhar, meu amor. Eu tenho uma reunião de negócios. — Muzan a olhou e acariciou sua cabeça — E também estou preocupado com o que aconteceu agora pouco.

— Querido? — Perguntou a mulher, preocupada. 

— Não se preocupe. — Ele sorriu — Porque eu só vou falar com os policiais. Vamos, entrem. — Ele apontou para o carro e as duas subiram.

— Papai, volta logo pra' casa, tá bom?

— Ta filha, seja uma boa menina. — Se virou para o motorista — Leve-as logo para casa, pode ir.

O carro ligou, acendeu os faróis e partiu. Muzan entrou em um beco que estava próximo e andou até encontrar três pessoas, uma mulher e dois homem. Um deles estava bem bêbado.

— Agora vamos para outro bar! Vamos! — rodava e gesticulava sua boca, estava a ponto desmaiar de bêbado.

— Iasino, você tá bem mesmo? — Disse a mulher em tom de brincadeira.

— Claro, claro, claro, eu nem tô bêbado ainda! — Andava de costas e assim que virou para frente esbarrou no ombro de Muzan. — han? Colocaram um poste no meio da rua?

— Me perdoe. — Muzan disse seriamente e voltou a andar. O homem bêbado, então, o segurou pelo ombro.

— Eu volta aqui tio!

— Sinto muito, mas estou com um pouco de pressa.

— Há, o que? Olha só pra' esse tio aí. Que roupa engomadinha você tem em! — Enquanto falava dava voltas em torno do Kibutsuji, como quem avalia um carro.  — Eu não gostei dela não! Colônia de rato. — Guspiu as palavras com nojo.

— E ainda tem essa cara toda pálida aí. Parece que vai cair mortinho da Silva! — Sorriu achando graça de sua própria piada.

Muzan se irritou com essas palavras, seus olhos se tornaram fendas e tremiam de raiva.

— Fala comigo, ou você já tá morto mesmo em? — Muzan ergueu o braço em sua direção com o punho fechado. O socou com pouca força, porém foi o suficiente para empurrá-lo na parede, sendo possível ouvir sua cabeça esmagar.

O corpo do homem caiu de joelhos, a parede estava manchada de sangue onde suas costas bateram. A mulher foi em sua direção, assustada e preocupada ao mesmo tempo.

— Iasino!

— O que você fez com meu irmão! — O segundo homem falou, ele era muito maior e sua voz era grossa e esalava raiva.

— Ele não está... ele não está respirando, não! Querido! Ele está morto!

— O que?! Seu maldito! — Ergueu o punho para dar um soco porém, antes de fazer qualquer outro movimento, foi chutado muitos metros para cima.

A mulher olhou, aterrorizada, o sangue jorrar do corpo ainda no ar. O segundo corpo caiu em sua frente, não conseguia gritar, estava apavorada. Muzan se aproximou a se agachou em sua frente.

— A cor do meu rosto, da a entender, que eu estou doente? — Falou passando a mão na lateral do rosto da mulher — Eu pareço tão pálido assim? — A fitou com os olhos arregalados.

— Eu pareço doente para você? Parece que não tenho mais tempo neste mundo? Parece que estou prestes a morrer? — Ele tirou a mão do rosto da mulher — Errado, errado, errado, errado. Eu sou um ser vivo, e estou extremamente perto da perfeição. — Enguendo sua mão, colocou o dedo indicador em frente a boca. Uma grande unha azul, que mais parecia com uma garra, cresceu e ele colocou seu dedo na testa da mulher.

O cravou a fundo em sua testa, fazendo a mulher gritar se dor, e começou a liberar seu sangue.

— O que acha que vai acontecer se eu continuar a lhe oferecer o meu sangue? — O corpo da moça estremeceu e lentamente se tornava roxo — O corpo humano não é capaz de aguentar a velocidade da transformação. — Arrancou seu dedo ensanguentado da testa da moça. Os olhos dela olhos se reviraram, estavam vermelho e era possível ver suas veias saltando na pele.

— E as células entram em colapso. — O corpo da mulher borbulhou e se tornou uma maça vermelha deformada, que tentou alcançar o rosto de Muzan, mas se dissolveu como pó e evaporou. Deixando apenas suas roupas e resquícios de sangue.

  Muzan se levantou e estalou os dedos. Dois oni imediatamente apareceram atrás de suas costas, estavam ajoelhados para ele.

— Tragam para mim a cabeça do caçador que usa brinco parecidos com cartas de hanafuda. Entenderam?

— Sim. — Respondeu uma voz masculina de um dos oni.

— Como desejar. — O outro oni, este com voz feminina, assentiu.

É assim desapareceram deixando Muzan sozinho. Com ódio nos olhos.

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