Voltar Para Casa

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Não é fácil olhar para frente quando ainda há lacunas no passado e era assim que Edward se sentia. Ele tinha medo que alguém pudesse machucar Melinda e seu bebê.

A noite estava fria, mas ele continuava sentado a cadeira olhando para a janela, a porta do quarto e para Melinda adormecida sobre a cama. Foram meses complicados para Edward conseguir estabilizar sua vida financeira, mas por ela e pela criança encontrou o primeiro aceitou a primeira vaga de emprego que apareceu.

Já haviam se passado seis meses de gestação e ele ainda estava se adaptando as mudanças de humor de Melinda. Ela parecia sempre irritada com tudo a sua volta, mas Edward compreendia o comportamento da mãe de sua filha.

Ele levantou-se da cadeira e caminhou em direção ao quarto que seria do bebê. As paredes pintadas de cor de rosa, o berço branco, a luminária de bolinha coloridas dentro de um recipiente com água e os ursinho nas prateleiras de madeira. Fora tudo escolhido por Melinda ha dois meses atrás é isso havera alegrado Edward por finalmente ela aceitar que iria ser mãe.

Por um breve momento, Edward fechou os olhos e imaginou-se estar segurando sua filha nos braços. Um sorriso brotou em sua face quando sentiu que logo aquela realidade iria ser alcançadas e seria melhor porque Melinda estaria ao seu lado.

Quando Edward retornou ao quarto percebeu que o celular vibrava sobre a escrivaninha. Ele olhou com atenção para a tela e virou para observar Melinda por breves segundos. Era desconhecido e não sabia se deveria atender.

05 meses depois...

Era tarde da noite quando Edward flagrou a si mesmo recordando de como era no início da paixão. Melinda o embriagava com olhares, sussurros e sorrisos e aquilo fazia ele voltar no tempo.

Mas Edward estava sóbrio o suficiente para notar que os sentimento da mãe de seu filho havera mudado. Finalmente, ele conseguiu arrancar o véu que cobria a verdade e conseguia Melinda não o deixava mais embriagado de qualquer tipo de sensação. Ela permanecia no andar de cima da casa, mas continuava longe demasiado dele.

Ao observar o celular vibrando sobre o vidro da cabeceira de cama, avistou o contato de Jane. Edward atendeu telefone e disse:

- Alô?

- Edward? - ela suspirou. - Graças a Deus.

- Aconteceu alguma coisa, Jane? - ele perguntou preocupado.

- Eu preciso de ajuda. - respondeu. - Preciso ir para casa. - acrescentou.

Edward olhou no relógio preso na parede e percebeu que marcavam exatamente 02:39am.

- Onde você está?

- Eu estou no Cine Joy. - respondeu. - Você poderia buscar-me? - perguntou.

Edward fez um longo momento de silêncio enquanto perguntava a si mesmo se deveria ou não ceder a aquele pedido. Ele olhou para Melinda dormindo tranquilamente e por fim, respondeu:

- Está bem.

Edward trocou de roupa rapidamente e pegou a chave de seu carro. Ela saiu pela porta da frente e adentrou no carro. Enquanto dirigia pelas ruas quase desertas, preocupava-se em ter deixado Melinda sozinha em casa.

Algo dentro da mente de Edward dizia que era péssima ideia deixar sua esposa tanto tempo sozinha. No fundo, ele imaginava que algo poderia machucar Melinda, talvez, uma possível pessoa do passado que ela não mencionou.

Ao estacionar em frente ao Cine Joy, Edward assistiu sua sogra caminhar em direção ao carro e entrar no passageiro. No momento em Jane sentou-se no banco ao seu lado e fechou a porta, ele sentiu o odor do álcool pairar no carro e abriu as janelas para aquele cheiro sair.

- E Melinda? - perguntou Jane com a voz pesada.

- Ela está bem. - respondeu.

Restavam apenas 124 km para adentrar na Rose's Blue's quando Edward sentiu um toque sobre sua região íntima e no mesmo instante retirou a mão dela. Ele mudou seu semblante de sério para possesso de raiva e acelerou até estacionar em frente a casa de Jane.

Edward desceu do veículo, contornou o carro e abriu a porta para que ela saísse. Ao notar Jane sair do carro desajeitadamente, ele ainda segurou o braço da sogra para ajudá-la a não cair com o rosto no asfalto e assistiu a mesma jogar-se contra seu corpo.

- Você não quer entrar? - ela perguntou mordendo o lábio inferior.

Edward segurou o ombro dela e afastou-se para trás. Quando Jane avançou um passo na direção dele, ele disse:

- É melhor você entrar em sua casa.

Fora tudo o que ele disse e após fechar a porta do carro. Contornou o veículo novamente e adentrou no carro para voltar para sua casa. Enquanto retornava à sua residência, Edward apertou o volante com raiva da atitude de Jane e a vergonha que Melinda sentiria quando disse o ocorrido.

Ao passar pela porta da frente de sua casa, Edward caminhou em direção ao banheiro e retirou sua vestimenta. Ele ficou por longos minutos debaixo do chuveiro, sentindo a água gelada cair sobre sua pele e turbilhões de pensamentos invadir sua mente.

Após sair do banho, ele vestiu sua boxer, uma calça moletom por cima e uma camiseta confortável de cor cinza desbotado. Edward sentou-se na poltrona que ficava ao lado do berço em que Elizabeth dormia e ficou assistindo ela enquanto o sono não chegava.

Edward gravaria aquele momento em sua cabeça como uma fotografia tirada antes que um gesto terminasse. Ele guardaria aquelas memória de Elizabeth para si mesmo, porque com ela em seus braços, sabia que seu coração nunca iria se quebrar e o tempo poderia congelar para sempre.

- When I'm away. ( Quando eu estiver longe ) - ele sussurrou. - I will remember how you kissed me. ( Eu vou lembrar de como você me beijou ). - acrescentou.

Edward começou a cantar baixo o suficiente para não incomodar o silêncio da noite que preenchia cada canto daquele quarto. Enquanto suas íris se perdiam na delicadeza, beleza e serenidade de Elizabeth, ele sussurrou novamente:

- Under the lamppost back on 6th Street, hearing you whisper trough the phone. ( Sob o poste de luz na rua 6, Ouvindo você sussurrar através do telefone ).

Mesmo que Edward desejasse saber como ela seria no futuro, no fundo queria que Elizabeth continuasse pequeno. Mas não importava o que acontecesse ou o quem sua filha se tornasse, ele sempre a amaria.

- Wait for me to come home. (Espere por mim para voltar para casa. )

O Soneto Do Cisne NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora