Ele Foi Solto?

62 15 114
                                    

Voce pode vir sempre que quiser falar. Melinda alimentou sua mente com as memórias que tinha daquela tarde. A lembrança dos movimentos dos lábios... das íris azuis fitando-a curiosamente... da voz que consegue acalmar as batidas do coração dela.

Melinda estava deitada no colchão sentindo o edredom cobrir seus pés ate a sua cintura. Era noite e a luz do abajur sobre a cabeceira da cama permanecia desligado. Mas ela ainda olhava para o gesso branco que lhe impedia assistir as telhas de cor marrom puxando para o laranja.

Ela fechou os olhos e recordou do toque de Edward sobre sua mão e aquele par de olhos azuis que provocavam uma sensação gostosa entre sua pernas. Quando Melinda se concentrou nas lembranças e a imagem do psiquiatra se fez presente em sua cabeça, a jovem deslizou os dedos para dentro de sua calcinha e loura estava pronta para se tocar quando escutou uma batida no quarto ao lado.

Melinda retirou a mão de dentro de sua roupa e escutou a risada de sua mãe junto com uma gargalhada masculina. Mas aquele timbre de voz era diferente do homem que falava com sua mãe na noite anterior e quando ela escutou os gemidos de Jane aumentar, a jovem escondeu o rosto contra o travesseiro.

Melinda levantou da cama e olhou para a hora que marcava na tela do seu celular. Eram aproximadamente 02:58am, ela caminhou para fora do quarto e desceu os degraus da escada.

Melinda entrou no banheiro que ficava ao lado da cozinha e abriu o pequeno armário onde tinha remedio e sabonetes dentro do lacre. Ela pegou um frasco laranja com alguns comprimidos dentro e no rótulo tinha o nome Clonazepam em negrito.

Melinda pegou um comprimido e o engoliu em seco. Depois que saiu do banheiro, caminhou em direção a cozinha e tomou um copo de água gelada.

Era manhã quando Melinda sentiu a luz do sol bater diretamente em seu rosto, ela pegou seu celular e com os olhos pesados de sono conseguiu olhar a hora. Eram exatamente 10:27am, ela colocou o aparelho sobre a cabeceira e levantou seu corpo pesado da cama.

Melinda entrou no banheiro de seu quarto com uma toalha branca enrolada em seu corpo e de frente para o pequeno espelho ela prendeu seu cabelo em um coque bagunçado com a ajuda de um elástico.

Após escovar os dentes, Melinda sentiu sua audição diminuir e sua visão escurecer como se estivesse entrando em um túnel escuro. Ela virou a cabeça para o lado, mas tudo a sua volta girava e enquanto tranpirava, a garota sentiu suas pernas tremer. Sem forças para continuar em pé e com os olhos abertos, a loura perdeu o equilíbrio e caiu no chão do banheiro.

Melinda abriu os olhos lentamente e sentiu suas íris arder com a intensidade da luz fluorescente acima de sua cabeça. Ela virou-se lentamente e assistiu Jane sentada em uma cadeira e notou alguns aparelhos de hospital.

- Mãe. - sussurrou.

- Graças à Deus, Melinda. - ela disse aliviada por ver a filha acordada. - Como esta se sentindo? - perguntou.

- O que aconteceu? - ela perguntou confusa.

- Eu encontrei você desmaida no banheiro do seu quarto e trouxe você para o hospital. - respondeu.

Eram quase 03:00pm quando Melinda terminou de vestir uma roupa que sua mãe trouxe dentro da bolsa quando chegaram no hospital e a enfermeira entrou no quarto. Mas ela apenas um papel para Jane e saiu pela porta sem dizer mais nada.

- Terminou de vestir a roupa? - perguntou Jane sem virar-se para olhar a filha.

Ambas caminharam para fora do hospital e adentraram no primeiro táxi que apareceu na entrada da clínica.

No caminho de volta para casa, Jane deixou a filha com pouco dinheiro no centro da cidade e fora para outro lugar no táxi. Melinda atravessou a rua e adentrou na drogaria que ficava ao lado de uma cafeteria. Ela mostrou a receita médica para o farmacêutico e ele mostrou o remédio e os horários que a garota devia tomar.

O Soneto Do Cisne NegroOù les histoires vivent. Découvrez maintenant