36 - Sacrifício

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Eu sabia o que tinha que fazer, mas também sabia o que me esperava

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Eu sabia o que tinha que fazer, mas também sabia o que me esperava. Naquele momento nada mais me importava. Eu tinha cometido muitos erros e machucado muitas pessoas. Me corrigir e consertar os danos que causei naquela realidade era minha total prioridade. O que aconteceria depois seria apenas consequência dos meus erros... Eu tinha que me responsabilizar e arcar com eles.

— Espera! — exclamou Klay, dono daquele corpo, que não estava mais sob meu controle.

— Peço perdão pelos danos que causei a você e a sua realidade — comentei, já me preparando para realizar o que tinha em mente.

— O que vai fazer?!

— Prometo que nenhum Klay de outra realidade vai tentar fazer o que fiz com você. A partir de hoje, você e o seu Pete podem ficar tranquilos. Vou mascarar esta realidade para qualquer um que tente encontrá-la.

— E isso é possível?! Como você pretende fazer isso?

Minha outra versão se aproximou ficando frente a frente comigo. Ele parecia preocupado, mesmo depois de tudo o que eu tinha feito contra ele.

— Quando estava na realidade que você criou em sua mente, mesmo sem perceber, projetei uma história com o meu Pete — comentei, sorrindo enquanto lembrava. — Eu sinto tanto a falta dele... Assisti alguns filmes antes de tentar roubar o seu lugar. Enquanto estava na prisão, viver aquela mentira baseada em filmes foi estranho, engraçado, nostálgico...

— Eu percebi o quanto você estava feliz, Klay.

— Foram dias para mim, mas apenas horas para você — continuei. — Mesmo sem perceber, comecei a alterar aquela realidade falsa e a descobrir mais sobre nossos dons. Talvez, no fundo, eu soubesse que tudo aquilo era falso, mas... Eu queria viver aquilo, pois nada mais me importava.

— Mas tudo está bem agora, não é?

Me limitei a sorrir.

— Vai ficar — respondi, sinceramente.

Ele não pareceu acreditar em mim. Minha versão daquela realidade se aproximou um pouco mais e segurou em minhas mãos.

— O que vai fazer, Klay?!

— Nenhuma outra versão vai te importunar. Sei o que tenho que fazer e como fazer, então...

— Você precisa de força para voltar a sua realidade! Seu corpo deve estar fraco e...

— É a coisa certa, Klay!

— Mas...

— Cuida dele, por favor?!

Ele não pareceu concordar.

— Posso te ajudar a voltar em segurança, mas você precisa parar de gastar energia.

— A energia que me resta ou é para voltar, ou para fazer o que tenho que fazer..., e já tomei minha decisão.

— Espera...!

— Fique bem, Klayton Nivans tatuado — comentei, sorrindo enquanto o afastava para concluir o meu plano.

Tudo que eu precisava fazer era mascarar aquela realidade quase da mesma forma que aquela minha versão fez para criar uma prisão em sua própria mente. Tudo tinha que ser feito com cuidado, pois eu sabia que não poderia cuidar disso depois de concluído. Qualquer um que tentasse ver aquela realidade, veria a minha... Onde um Klayton Nivans havia perdido o seu Peter Praves, tentado tomar o lugar de outra versão dele mesmo e morrido em uma série de processos mal sucedidos.

— Espero te encontrar do outro lado, Pete — sussurrei, antes de terminar de juntar toda a força que me restava para concluir meu objetivo.

...

Acordei na sala de estar da casa da minha avó. Eu estava atordoado, com muita fome e com a boca muito seca. Meu corpo estava todo dolorido e meus olhos ardiam tanto que era difícil mantê- los abertos por muito tempo. Me arrastei com dificuldade pelo espaço que tinha separado para viajar entre realidades. As velas que eu tinha acendido estavam todas gastas e o cheiro dos incensos ainda estava forte no ambiente.

— Como ainda estou vivo? — indaguei, com dificuldade.

Eu não tinha forças para usar meus dons e verificar se a barreira que eu tinha criado para a realidade que eu tinha invadido estava em pé. Meu maior medo era que algo tivesse dado errado e que aquele Klayton Nivans e aquele Peter Praves viessem a enfrentar uma ameaça maior do que a que fui para eles. Se eu quisesse verificar isso e ter a certeza de que os ajudei, teria que esperar até recuperar minhas forças.

Depois de comer, tomar banho e deitar para descansar, pela primeira vez em muito tempo me senti disposto a ter um longo dia de sono. Eu não estava com crise de ansiedade e nem queria ligar o notebook, ler livros ou pirar minha mente em teorias de multiverso. Tudo que eu queria era descansar, dormir e não sonhar. Eu não fazia ideia de que precisava tanto desligar minha mente, mesmo que por algumas horas.

...

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Contra o Paralelo (Romance Gay)Where stories live. Discover now