Klay Nivans quebrou o lacre que o impedia de acessar completamente seus dons, mas a consequência para essa decisão foi severa e irreversível. Tomado pelo luto, neste desfecho da trilogia Contra o Decesso, ele estará disposto a ir até as últimas cons...
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– 14 dias antes –
— Desculpe, mas você passou à minha frente — disse uma voz estranha, porém familiar.
— Foi mal, eu não... — Parei de falar assim que percebi que se tratava do amigo do Arth.
Haviam centenas de cafeterias na cidade, mas ele tinha que aparecer justamente na que eu estava?
— Tudo bem — disse, sorrindo como se fossemos amigos. — Eu te perdoo se você me deixar te pagar um café.
— Não vai acontecer — falei, dando espaço para ele passar.
Phillip cruzou os braços estufando o peito. Ele parecia gostar de ser insistente e irritante.
— Você ainda não deixou de lado esse mal humor? Acho que você está precisando sair e beber um pouco.
— Eu não bebo.
— Tá explicado!
Permaneci no mesmo lugar da fila. Eu não o tinha visto, então presumi que ele inventou que estava na minha frente só para me perturbar. Quando chegou minha vez, Phillip tomou a frente e cumprimentou o atendente com um aperto de mãos. Eles pareciam ser amigos, então tentei não dar corda para eles.
— Um Latte Macchiato duplo, por favor — pedi, já pegando minha carteira do bolso.
— E um Cappuccino descafeinado, por favor — disse Phillip, tomando a frente mais uma vez. — E coloca os dois na minha conta, Cody!
— É pra já! — exclamou o atendente.
Revirei os olhos e suspirei, tentando manter a calma.
— Será que você poderia fazer a gentileza de me deixar em paz?
— Por quê?
— Estou pedindo com educação.
Ele se aproximou um pouco mais. Fiquei no mesmo lugar, me recusando ceder a qualquer provocação que ele fizesse.
