Klay Nivans quebrou o lacre que o impedia de acessar completamente seus dons, mas a consequência para essa decisão foi severa e irreversível. Tomado pelo luto, neste desfecho da trilogia Contra o Decesso, ele estará disposto a ir até as últimas cons...
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Para meu pai não ficar mais desconfiado do que já estava, tive que discretamente pedir o endereço de onde minha mãe estava morando para a minha secretária. Eu precisava ver como ela estava. Ainda era difícil entender o motivo de meus pais terem se separado daquela forma, pois eles eram muito apaixonados em minha realidade de origem.
Chamei um carro por aplicativo para me levar à casa dela. Era longe da loja KN Store, e mais longe ainda de onde eu estava morando com o meu pai. O lugar ficava em um bairro do subúrbio onde as casas eram grandes e bem decoradas. As árvores eram altas e o ar era bem menos poluído que o do centro da cidade. Aquele clima de campo me fez lembrar da cidade e da antiga casa da minha avó.
— Klay?! — Minha mãe perguntou, surpresa, assim que abriu a porta da frente e me viu. — Não te vejo desse jeito desde a adolescência.
— Oi, mãe — Retribui o abraço que ela me deu. — Estou com tanta saudade de você.
— Você está tão bonito! — exclamou ela, me apertando em seus braços. — Tirou aquela barba grande e cortou o cabelo.
Balancei os ombros assim que ela me soltou. Eu não sabia qual era a relação que o Klay daquela realidade tinha com a mãe. Não sabia a quanto tempo eles não se viam ou se ele a visitava. Pela surpresa e felicidade dela, acho que eles não se viam com frequência.
— Não acreditei quando recebi sua mensagem. Você disse que nunca viria me visitar, lembra?
— Esquece o que eu disse, mãe! Eu estava com saudade e resolvi vir para almoçarmos juntos.
— Que bom! O almoço está quase pronto. Eu estava dando banho e trocando sua meia-irmã para sairmos esta tarde.
— Espero não estar atrapalhando...
— Você nunca me atrapalha, filho — disse minha mãe, visivelmente emocionada em me ver.
A casa que minha mãe morava era tão bonita por dentro quanto por fora. O gosto que ela tinha para decorações parecia não ter mudado, assim como sua mania por limpeza. Fiquei feliz em ver uma foto minha ao lado das fotos que ela tinha de sua nova família pendurada na parede da sala. Tinha fotos do novo marido, da minha meia-irmã e da minha avó materna... Não tinha nem uma foto do meu pai.
