capítulo trinta e três

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Por estranho que parecesse, não doeu quando ele não apareceu

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Por estranho que parecesse, não doeu quando ele não apareceu.

Minha cabeça estava girando com todos os sentimentos que se passaram por mim enquanto a cirurgia para remoção do tumor acontecia. Precisei ir para o lado de fora duas vezes, procurando um pouco de ar fresco que resfriasse as ideias. Não tive tempo para pensar em Finnegan.

Como eu reagiria se tudo desse errado? Se a operação falhasse e meu melhor amigo se fosse para sempre?

Um nó se formou em minha garganta e as lágrimas ameaçaram cair. Connor me abraçou pela primeira vez em muito tempo e não me esquivei. Não tinha percebido quão distante eu estava do meu irmão desde que Vancouver aconteceu e minha presença na cidade vizinha em que ele vivia parecia ter me afastado ao invés de nos unir outra vez.

Nossas mãos se entrelaçaram como se eu estivesse prestes a entrar no ensino médio outra vez. Meu coração estava disparado, ansioso por saber o que estava para acontecer daquele momento em diante.

Connor era meu amigo bem antes de Darth Vader invadir minha vida utilizando a força e sua intensa tremedeira. Mesmo assim eu fiquei o afastando porque pensava que ele estava me sufocando. E agora eu o queria de volta. Precisava que ele me aconselhasse, desse o apoio que eu precisava. Não apenas sobre o que estava prestes a acontecer. Queria que ele me parabenizasse por ter aprendido a andar sozinha de bicicleta, mas agora precisava ter cautela em meus caminhos.

Meus olhos se ergueram em sua direção e ele apertou minha mão. A veterinária voltou à sala de espera para dar as notícias. O tempo parou e o zumbido atingiu meu ouvido com intenção de me ensurdecer.

Nenhum livro tinha me preparado para aquele momento. Ninguém contou em sala de aula o quanto dói quando seu melhor amigo deixa de respirar. Independente de qualquer coisa, Darth Vader nunca foi o vilão da minha história. Ele foi um herói. Muito mais do que apenas um cachorro.

O buraco que se formou em meu peito era sufocante demais e eu não sabia como reagir. Meu mundo estava ruindo por completo. Nem mesmo houve tempo para despedidas.

Pensei que deixar as lágrimas rolarem seria o suficiente para acalmar meu coração, que o amor da minha família tornaria as coisas mais fáceis. Mas eu estava errada. Tão errada que os devaneios me levaram para o momento em que eu ouvi as palavras de El Maximo no refeitório da PrimePoint.

Tudo aquilo era minha culpa. Darth estava morto porque eu havia tomado aquela decisão idiota. Fiquei descuidada, deixei que sua saúde se deteriorasse porque estava focada em ter uma experiência que eu não era socialmente capaz de ter.

Horas e mais horas haviam se passado. Estavamos de volta a casa de minha mãe. Leona se manifestou para dormir comigo naquela noite, mas o sono parecia ter desaparecido. Ainda no sofá, abracei minhas pernas enquanto o chá esfriava sobre a mesa de centro. Não era adequado tomar decisões naquele momento, mas minha mente não parava de martelar.

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