capítulo cinco

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Quando eu estava com quinze anos – idade em que eu parecia o próprio patinho feio dos contos infantis -, desenvolvi na última página do meu diário a TEORIA DO IRMÃO MAIS VELHO, onde eu tentava provar cientificamente que eles nascem apenas com o pr...

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Quando eu estava com quinze anos – idade em que eu parecia o próprio patinho feio dos contos infantis -, desenvolvi na última página do meu diário a TEORIA DO IRMÃO MAIS VELHO, onde eu tentava provar cientificamente que eles nascem apenas com o propósito de prejudicar nossa vida social e, no momento em que Connor surgiu, eu poderia jurar que havia voltado para aquela folha cheia rabiscos.

— Espero que não esteja incomodando minha irmã, Holzmann. — Era a primeira vez que eu via meu irmão engrossando a voz para falar com alguém.

Por que ele estava tão machão quando não estava acontecendo absolutamente nada?

Então eu lembrei do motivo pelo qual tudo parecia tão silencioso à minha volta. Finnegan Holzmann. Todos eram amigos próximos de Jackie. Todos conheciam a história completa, o romance mal sucedido cheio de idas e vindas e, principalmente, a traição ocorrida no final do semestre anterior.

— Irmã?

Estava bem claro que não havia notado a semelhança até aquele momento.

Caralho.

Chegava a ser até mesmo ofensivo, considerando que por anos perguntaram para minha mãe se éramos gêmeos devido à semelhança - até mesmo nossa altura era quase a mesma.

— Mudei de ideia sobre a bebida. — Disse, ignorando sua pergunta.

Precisava ficar bêbada para aguentar aquela situação constrangedora. Tudo aquilo era muito para mim, diferente do que estava acostumada. Até mesmo os cheiros que me rodeavam eram capazes de me derrubar, se eu ficasse pensando sobre o que eram e de onde vinham. E, para completar, ainda havia uma porção de olhares que estavam direcionados na minha direção, um irmão repentinamente ciumento e Jackie...

Não, bem longe disso.

Jackie estava pouco se fodendo para mim porque ela sabia exatamente o que estava acontecendo: aquele filho da puta tentando me usar para provocá-la.

Como isso poderia ser possível?

— Obrigada, eu acho.

Um sorriso quase tímido surgiu em seus lábios, carregado de uma pequena partícula de arrependimento. E eu deveria estar irritada com aquela ação tão mesquinha, mas aquela estranha atenção – mesmo que com segundas intenções – foi exatamente o que eu precisava para ganhar confiança naquele momento.

Então ele desapareceu de vista, deixando que os amigos de meu irmão voltassem a sua atenção a mim.

Quando eu tinha seis anos, costumava ter uma certa dificuldade em fazer amizades e meu pai achou que seria uma boa ideia me colocar em uma aula de dança.

Duas semanas depois eu estava chorando porque dançar era a primeira coisa que eu havia descoberto não saber fazer.

A segunda coisa era amizades.

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