capítulo 5

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— Quem leva um cão para uma corrida de motos. — Achard perguntou me passando o capacete, enquanto segurava um cãozinho que encontrei perdido perto do lugar onde aconteceria às corridas, era um pastor alemão castanho e muito engraçado.

— Pessoas que gostam de passear com cães? talvez.

— Eu não vou cuidar dele.

— Se não cuidar, eu não corro, sube que fez uma grande aposta em mim. — Falei sorrindo de lado.

— E se ele quiser fazer cocô?

— Aí ele vai fazer, é só deixar ele nó chão.

— Mas e se ele começar a chorar?

— Você faz calar, não é tão difícil cuidar de um cão, além do mais, é só até eu vencer a corrida, pensa pelo lado positivo, cãezinhos atraem garotas, aproveita, porque tua situação com elas esses dias...

— Para sua informação, eu nao preciso de cães para conseguir uma garota.

— Sei, quando foi a última vez que você transou.

— Ontem.

— Bater uma, nao é exatamente transar.

— Concordo, por isso que depois de bater uma em mim, tua tia cavalgou bemmm gostoso.

— Aposto que so durou 30s.

O lugar já estava cheio, não eram corridas ilegais, mas também não eram legais, seria em um lugar meio longe e abandonado, com terra batida, muita gente vinha para assistir eu ganhar, era quase garantido que se apostassem em mim, tudo daria certo, mas hoje tinha algo de diferente, pilotos novos estavam presentes, pilotos feras, como o Yillon six, o chamavam assim Porquê às pessoas apostavam 6 vezes nele, tinha o Seven-one, venceu 71 corridas consecutivas e se vencesse essa ficaria conhecido como 72, tinha o 3 Max, sua moto parecia ter três vezes a velocidade de uma moto normal.

— Preparado? — Achard Perguntou ao meu lado, minutos antes da corrida começar, mas todas motos já estava em seus pontos.

— Nasci preparado. — Para ser honesto, eu estava nervoso, ia correr contra meus ídolos, e eu tinha que ganhar, mesmo achando Impossível, Achard apostou todo dinheiro de suas economias nessa corrida, se eu vencesse, daria para pagar cirurgia de sua irmã cassula. preciso fazer isso por eles.

— Não esquenta com esses caras, são apenas nomes, prova para eles e todos aqui que você é mil vezes melhor.

— Vai começar com o sermão motivacional?

— Me arrependi na hora em que falei, pareceu legal na minha cabeça.

— Vejo você daqui a pouco.

O apito tocou e todas às motos aceleraram, minha moto ganhou velocidade máxima na hora em que pizei o acelerador, sentia o vento pater contra minha jaqueta preta, eu estava nó 5 lugar, e aquilo não era nada bom, eu tinha a vantagem de conhecer o lugar melhor que ninguém, driblei todas armadilhas, passando para o 3 lugar, agora eu estava atrás do Yillon-six e 3-max, eu tinha superado o 71 e isso me encheu de orgulho, faltava pouco, muito pouco para chegar a meta, mas eu ainda estava nó 3 lugar, eu tinha que vencer, precisava vencer, não importava como, ativei o Newton da moto, e nó mesmo instante às rodas começaram a pegar fogo, o que não era normal, ouvia vozes gritando salta, salta, mas eu não podia, tinha que vencer a corrida de qualquer maneira, era a vida de suzzy que estava em jogo, ela precisava de um transplante de rim, eu tinha que fazer isso por ela, e por Achard, senti a fumaça invadir meu capacete, meus olhos lacrimejaram, não vi mais nada, e eu acho que minha moto desviou, eu apaguei.

— Onde eu estou? — Foi a primeira pergunta que fiz quando abri os olhos, mas logo fui reconhecendo, era meu quarto, minhas pinturas na parede eram inconfundíveis, e a organização impecável também.

Pietra aproximou seu rosto do meu, observando meus olhos, depois pegou uma mini-lanterna e focou os mesmo, arregalando meus olhos com a outra mão.

— Você parece estar bem. — Suspirou. — ONDE DIABOS VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA QUANDO DECIDIU PARTICIPAR DAQUELA CORRIDA? AUMENOS VERIFICOU SE A MOTO ESTAVA BEM, SE ESTAVA EM CONDIÇÕES? EU RESPONDO, NÃO, NAO SE DEU AO TRABALHO, AFINAL DE CONTAS, O QUE IMPORTA É ARRISCAR SUA VIDA NÃO É? — Suspirou depois de gritar, colocando sua mão na testa. — QUE MERDA DEU EM VOCÊ PARA NAO PULAR? E SE... SE VOCÊ TIVESSE SOFRIDO UM DANO PIOR? VOCÊ AUMENOS PENSOU EM COMO EU ME SENTIRIA? PENSOU EM MIM, NÃO, TUDO QUE TE IMPORTA É SE MOSTRAR PARA O MUNDO, MOSTRAR O QUANDO KAEL É O FODÃO, EU FIQUEI QUE NEM UMA IDIOTA PREUCUPADA, SAI DO SERVIÇO CORRENDO, MEU CORAÇÃO MAL BATIA,...

— Desculpa.

— DESCULPA? DESCULPA? DESCULPA NAO VAI MUDAR O FACTO DE QUE VOCÊ SEMPRE AGE COMO SE QUISESSE ACABAR COM A SUA VIDA

Levantei da cama e dei um abraço nela, algo que nem ela nem eu esperava fazer, mas eu precisava fazer, Pietra tem sido como uma mãe para mim, mesmo eu não merecendo, mesmo eu só dando problemas, ela nunca me abandonou, mesmo tendo apenas 19 anos aceitou me receber em casa quando tudo se foi para mim, assumindo a responsabilidade de cuidar de uma criança problemática de 9 anos.— Também amo você. — Falei a apertando.

— Me solta, Arg, raiva de Você, amo você, só não me dá mais esse tipo de sustos okay?

— Tenho que prometer? — Falei a soltando, me sentando na ponta da cama logo em seguida.

— Sim

— Não prometo, é meu jeito de ser, se eu mudar isso, acho que não serei o mesmo.

Ouvi latidos se aproximarem da entrada de meu quarto, levantei a cabeça e o cãozinho de hoje mais cedo entrou tirando a língua e abanando a Caudinha, pulou em mim, me lambendo logo em seguida.

— Nojento. — Disse Pietra.

— Invejosa.

— Não é inveja, isso é nojento, só Deus sabe quantas Bactérias tem na boca desse animal.

— Sei que gostou dele.

— Você sabe que eu detesto cães, desarrumam toda casa, fazem cocô por aí arg, não quero ele aqui.

— Infelizmente ele também não quer você aqui.

sorriu sem mostrar os dentes, tentando segurar os risos, mas acabou mostrando eles.

— Ele não vai ficar aqui por muito tempo, tem donos, e eu vou encontrar e devolver, tenho certeza que devem estar feito loucos atrás dele.

— Talvez seja de um casal, na coleira dele tem às inicias P e K.

— É.

Levantei deixando ele na cama, eu precisava tomar banho, e sair para esfriar a mente, eu só pensava na corrida que com certeza perdi, tinha decepsonado Achard, suzzy.

— Você não vai sair hoje. — Disse Pietra lendo meus pensamentos.

— Claro, só vou tomar banho para dormir.

— Kael.

— Pietra.

Me encarou lançando um olhar fuminante, que meu meu corpo recuar.

— Não vou sair. — Falei por fim.

Quando ela saiu do quarto tomei um banho rápido, usei minha Hendley, minhas calças jeans pretas e jaqueta da mesma cor, peguei às chaves da minha outra moto e sai como sorrateiro enquanto ela estava distraída assistindo sua novela

Nosso segredoWhere stories live. Discover now