Quem teria me trocado? Meu rosto inteiro corou com o pensamento de quem poderia ter sido.

Céus, claro que não. Sasuke não se remeteria um trabalho tão ridículo como este.

Balancei a cabeça, dissipando esse pensamento. Foquei no que importava, meu machucado.

Puxei a calça roxa larga, querendo ver o quão feio estava o machucado.

Para a minha surpresa, estava bem melhor do que eu achei que estaria. A ferida estava fechada e sem veneno à vista, eu também não sentia nada no meu organismo que apontasse um veneno.

Alguém me curou.

Não imagino que Sasuke tenha tantos conhecimentos médicos, por isso não foi ele.

Me lembro de quando ele montou o time Hebi – o qual iria atrás de Itachi com ele, após a morte de Orochimaru -, soube que tinha uma mulher com conhecimentos de ninjutsu.

Esse pensamento me incomodou, mas eu preferi esquecer. Estou com coisa demais na minha cabeça agora, não preciso de mais uma.

Abaixei a calça, indo para o outro machucado.

Resolvi olhar o do ombro, ou tentar. O movimento de abaixar a manga da blusa – a qual também não era minha, sem contar que é muito grande para mim – foi meio complicado, já que eu tinha pontadas de dor ao mover o braço assim.

Com muita dificuldade consegui olhar. Como eu pensava, já estava fechado e sarado. Na luta mesmo ele já estava, mas ainda tinha uma vermelhidão e doía.

Suspirei aliviada, voltando com a minha blusa ao normal.

Bom, próximos machucados.

Subi um pouco da minha blusa, o suficiente para ver as lesões.

Ok, não estava nada bonito.

Franzi meu cenho vendo o machucado. Um roxo formava por toda minha parte lateral direita, mostrando como deve ter sido difícil curar a minha costela quebrada.

Meu alívio passado se foi imediatamente. Isso está feio, hein.

Olhei o outro na barriga. Não está pior que o da costela, mas com certeza não está melhor.

A cicatriz estava vermelha, como se o veneno tivesse infectado bastante a pele e dado muito trabalho para curar.

Quem seja que tenha me curado, teve um longo trabalho.

Ainda olhando os belíssimos machucados, a porta inesperadamente se abriu.

Olhei surpresa e assustada, ainda segurando a camiseta.

Sasuke, paralisado na porta, olhava diretamente para mim, ou melhor, para meus machucados. Acredito que foi impressão minha, mas pareceu que uma raiva pura passou pelo seu olhar.

O ar na sala pareceu mais denso e macabro.

Engoli em seco, deixando a blusa cair.

- Você deveria estar descansando. – Ele disse, finalmente se dando conta que me encarava demais, já já estaria fazendo buraco.

O analisei, não sabendo direito se acreditava estar mesmo em uma alucinação ou se isso é real.

Sasuke entrou dentro do quarto, dando espaço para outra pessoa entrar, que logo também virou uma análise minha.

- Eu não deveria estar aqui. – O respondi, ainda não sabendo o que eu fazia aqui.

A ponta do lábio da mulher ruiva subiu, ela pareceu achar engraçado, já Sasuke não muito.

O Sacrifício da CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora