Camila Cabello | Point of View
Por mais ansiosos que estivessem os meninos, Lauren achou melhor nós dormirmos bastante e saírmos no outro dia, mais descansados.
Fomos ao banco e essa promoção caiu dos céus porque a quantia que depositaram na minha conta era absurda. Depois fomos ao mercado e compramos várias coisas para abastecer os armários do trailer. Só coisas boas, até salmão eu jantei. Obrigada meu Deus por isso.
— Se eu trabalhasse poderíamos ter mais disso. – Lauren disse, já estávamos deitadas e com as luzes apagadas.
— Lauren, você é livre. Se quiser trabalhar podemos dar um jeito de levar os meninos para as atividades, mas não se sinta pressionada.
— Vou pensar sobre isso, pelo menos algo meio turno.
— Eu vou te apoiar no que decidir, mas eu estou me virando bem...
— Não quer que eu fique independente? Típico. - Fechei meus olhos.
— Não é isso, eu só estava tentando ajudar.
— Ficar aqui presa a você e a essa casa...
— VAI SE FODER, LAUREN. – Gritei e peguei meu travesseiro. — Faz o que você quiser da porra da sua vida. Eu não tenho nada com isso.
— Desculpe, Camila. Eu não quis irritar você...
— Nunca podemos ter um dia sem essa merda. Porra! Acabamos de ganhar um sonho e você tem que colocar as coisas pra baixo. Eu não sei o que fiz de tão grave para você sempre terminar o assunto assim. Desculpe ter beijado você, desculpe ter me apaixonado, desculpa ter te dado filhos... eu não queria estragar sua vida. Só estava construindo a minha.
Sai do quarto e fui até a sala, me atirei no sofá e fiquei olhando TV. Nem isso eu tenho no meu quarto, a droga de uma TV. Fiquei pensando em tantas merdas, meu chefe é jovem, tem um império enorme, ele nem precisa mais trabalhar e pode se manter por anos.
Mani e DJ também construíram muita coisa juntas, já tem estabilidade, Ally tem o mesmo emprego que eu e já conquistou muitas coisas. Só a água de poço aqui não arruma nada.
×××
Acordei cedo e preparei um café enorme, até panquecas com calda de morango por cima, torradas e suco de maracujá.
— Uau. – Tom falou e correu para sentar à mesa, os irmãos o acompanhavam e logo estavam devorando tudo.
Lauren se juntou a nós e comeu muito também, fiquei satisfeita e me sentindo útil. Às vezes me vem à cabeça que se Lauren tivesse mantido o emprego e eu parado de trabalhar, as coisas seriam diferentes, pois ela é muito mais ativa que eu. Mais motivada, acho que já teria acumulado promoções.
— Bom... já podemos levar as malas para o trailer?
— Sim, vão conferindo se pegaram tudo e logo vou ajudar vocês. Só vou lavar isso aqui.
Eles saíram e eu comecei a lavar a louça, Lauren organizava a mesa e colocava as coisas que precisavam ser limpas sobre a pia. Não trocamos uma palavra, nem olhei para ela.
Depois de tudo pronto, Lauren fechou tudo e eu deixei o motor ligado e fiquei lendo o manual com o Tom enquanto esperávamos os outros.
— Acho que é aqui? – Olhei onde ele apontou.
— Aperta. – Ele apertou e o vento começou a soprar. - Isso mesmo, no quarto tem um a parte, liga e deixa a porta aberta para circular o ar aqui.
— Tá bom.
— Todos chegaram, Tom fechou a porta e eles sentaram colocando o cinto.
— Pegaram tudo? – Eles assentiram.
— Capitã da nave! Capitã da nave! Capitã da nave! – Olhei para Lauren sem entender nada. Os meninos estavam gritando isso.
— Eles querem que você fale aqui. – Ela apontou o microfone e eu peguei.
— Oi... – Me assustei com o como ficou estranha minha voz ali. — Bem vindos a nave Cabello. - Eles gritaram mais. — Uma viagem de trinta e cinco horas. Sem socos, chutes ou discussões. Sem estrangular o mais novo como aconteceu na viagem pela escola. – Eles ficaram quietos. — Próxima parada Orlando para uma almoço reforçado. – Novamente eles gritaram. — Tenham todos uma boa viagem.
Eles fizeram uma festa e gritaria, bateram nos bancos. Lauren sorria vendo eles e eu coloquei o veículo em movimento, para a loucura deles.
Quando entramos na autoestrada, eles soltaram os cintos e Lauren ficou procurando no manual com Kris como ligava o Wi-Fi.
— Encontraram? – Perguntei e Lauren negou. Parei o trailer.
— Era para ser aqui. – Kris apertou o botão e atualizou o celular. — Nada.
— Procura onde fica a antena. – Ela folheou o manual.
— Ao lado do compartimento de carga. – Saí do trailer e fui ao lado do compartimento, peguei uma chave para abrir e o cabo estava desconectado. Conectei, fechei o compartimento e coloquei o veículo em movimento. Apertei o botão. — Agora sim.
Elas sentaram nas poltronas e ligaram a tela para escolher um filme.
— Tem que ser terror.
— Siiim. Eu faço pipoca. – Kris disse e Tom pegou os pacotes no armário mais alto. Ele colocou no micro-ondas e pegou vasilhas.
— Terror ou suspense? – Lauren perguntou e depois da resposta colocou na sessão. — A maioria já assistimos.
— O segredo da cabana parece legal. – Falei observando o monitor.
— Coloca na sinopse, mama. – Depois de ler em voz alta, os meninos gostaram e coloram esse mesmo para rodar.
Podem pensar que o mais novo não pode ver esse tipo de filme, mas ele adora e nem liga. Ele que consola a Kristen para ela dormir depois dos filmes. A Lauren tomava cada susto, xingava muito e os meninos achavam uma farra isso.
A primeira parada foi feita, esticamos as pernas, comemos um mega lanche no posto e pegamos uns picolés para colocar no freezer. Uns doces e salgadinhos e depois ficamos um pouco parados ali, comendo e assistindo filmes. Para eu descansar um pouco os braços e a coluna. Fazia tempo que eu não dirigia, comecei quando entrei na firma, ajudava nas entregas, fiquei um tempo para tirar a carteira, mas desisti quando percebi que não era recompensada, e só acumulava funções e fazia o trabalho por alguns entregadores, pois assim eles não pagavam horas para eles e o meu salário era fixo. Valeu a pena por essa viagem que mal começou e eu já estou adorando.
Lauren e eu trocamos olhares, mas nenhuma dava a entender que iria conversar. Os meninos forçaram diálogos, mas éramos monossilábicas uma com a outra.
NÃO ESQUEÇAM!
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Broken Flame
FanfictionO amor tem prazo de validade? Camila e Lauren se conheceram jovens, uma paixão arrebatadora, que gerou frutos. Agora que o tempo passou, elas parecem ter esquecido os motivos que as fizeram se apaixonar e só mantém o que restou pelos filhos. Será qu...