Prólogo

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O frio e a escuridão envolviam totalmente o lugar, não se via ou escutava nada, na realidade, essa palavra o descreve perfeitamente e é que, naquele lugar, não existia nada, tentou abrir os olhos e assim buscar algum indício de luz ou algo assim mas foi inútil, não existia algum rastro daquela luz que por anos esteve tão acostumado.

-É verdade... eu... morri

Murmurou aquela pobre, desolada e condenada alma.

-Morri e nem sequer pude dizer-lhes que sentia muito e não pude pedir-lhes perdão por todos os meus pecados, eu...

-Não foi sua culpa.

-Eh? Quem disse isso?

-Nunca foi, tudo estava predestinado.

-Espera... eu, eu não...

-Isso dói?

-Mas...

-Te martiriza?

-Na realidade-

-É difícil respirar?

-Sim...

-Tem muita tristeza no seu coração?

-Sim...

-Gostaria de não senti-la mais?

-Sim...

-O que você faria?

-Mudaria tudo

-Desejaria mais alguma coisa?

-Perdão

-Me diga... gostaria de suas memórias?

-Eh?

-Você às perderia?

-Uhm...

-Mudando de pergunta, se você nascesse de novo... Desejaria ter todas as suas memórias?

E uma sonora gargalhada invadiu aquela fria dimensão.

-Mudaria tudo

-Tudo?

-Sim, tudo

-Mas...

-Mudaria tudo, é mais, apenas desejaria ser outra pessoa, uma que não tenha... dor

A doce voz não permitiu a continuação

-Descanse... A-Xian

Uma melodia aos poucos foi invadindo a fria câmara e, como se de uma doce canção de ninar se tratasse, envolveu em um doce sonho aquela pobre alma em desgraça...

Uma Brisa Suave (Em Edição)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant