❦ Capítulo 31 ❦

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  O sol saía aos poucos, as pessoas caminhavam pelas ruas novamente, aproveitando o clima para se exercitar, limpar suas calçadas ou irem trabalhar

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  O sol saía aos poucos, as pessoas caminhavam pelas ruas novamente, aproveitando o clima para se exercitar, limpar suas calçadas ou irem trabalhar. Tudo parecia perfeito longe do centro da cidade movimentado, com altos prédios e muito barulho, aquela região que andavam quase se assemelhava a Zona Escura, mas o luxo das casas não permitia essa semelhança.

  - Gostaria de te levar até a Praça onde eu expunha minhas obras. - Anora suspirou, olhando ao redor. - Mas ela está localizada exatamente no coração da cidade, cercada por muitos apartamentos e centros comerciais, principalmente por muita gente conhecida do meu pai.
  - Não quer que eles vejam você comigo? - O ponto de vista de Jesse era um pouco diferente da realidade.
  - Pelo contrário, adoraria que nos vissem juntos. - Sorriu. - Não quero é que eles me vejam. Eu sumi por bastante tempo e agora meu pai está no hospital, por qual razão eu estaria sorrindo por aí pelas ruas? Imagino que esse seja o pensamento deles.
  - Quando te vi no bar pegando um tônico de limão não imaginei que fosse alguém tão importante na sociedade. - Jesse sorriu de canto, lançando um olhar estreito.
  - Na verdade, a família do meu pai praticamente fundou as coisas por aqui. Eles carregam o nome Williams há gerações e quando ele se juntou a Diana, que é uma ótima advogada, as coisas fluíram mais ainda.

  Jesse ficou surpreso com as palavras. Não que esperasse menos, mas ficou em dúvida em relação a mãe de Anora e resolveu perguntar, com uma certa sensibilidade para que o assunto não se tornasse triste. Voltando alguns anos atrás, Anora resolveu contar um pouco sobre o outro lado de sua família.

  - Minha mãe veio de uma cidade vizinha a nossa, pelo que eu sei tinha uma vida simples lá e quis tentar algo novo, foi aí que ela conheceu meu pai numa entrevista de emprego, os dois contavam que foi amor à primeira vista. Se casaram, algum tempo depois ela engravidou e assim eu nasci. Mas nem tudo foram flores, com o tempo as brigas ficaram cada vez mais frequentes, ela abominava a ambição do meu pai, se negava a gastar tanto dinheiro, não gostava nem mesmo dos brinquedos caros que ele comprava pra mim. - Olhou para alto, como se tivesse lembrando de mais fatos. - As festas, as roupas luxuosas, as taças finas que ela apresentava nas fotos junto com meu pai eram todas de fachada. Minha mãe gostava mesmo era de liberdade, de sorrir de coisas bobas, de comer até se sujar. Essa era ela.
  - Se outra pessoa descrevesse alguém assim, mesmo não sendo sua mãe, eu lembraria de você no mesmo minuto, porque foi como se tivesse ouvido uma descrição sua. - Sorriu do quase elogio.
  - Pois é. - Chutando algumas pedrinha no chão, voltou a visão para frente. - Uma doença não levou minha mãe, o que levou foi a tristeza, disso eu tenho certeza. É por isso que vou viver a vida que ela tanto descrevia enquanto estava naquela cama, uma vida feliz e simples onde vou dar valor a cada mínima coisa.

  Então Jesse pode entender que não se tratava de apenas alguém que queria ir contra as regras do pai por pura satisfação, e sim aquela que não gostaria de forma alguma ter um fim tão triste como o da mãe. Alguém livre.
  Andando por mais alguns metros, avistaram uma lanchonete que deixava qualquer um louco com os doces e salgados que apresentavam na vitrine, eram extremamente suculentos e Anora não pode resistir, logo concordaram que a fome estava falando mais alto. Adentrando, se sentaram numa mesa de casal longe da porta e logo foram atendedidos e apresentados ao cardápio.

  - Quanta coisa... - Jesse mal podia acreditar na variedade de quitutes.

  Anora optou por um hambúrguer e um grande copo de suco, enquanto o rapaz preferiu um pedaço de torta.
  A loja não estava tão cheia, apenas algumas mesas estavam ocupadas e as pessoas se portavam com mais timidez, conversando baixo e entre si. Jesse percebia que alguns dos olhares eram pra mesa que estavam, mas tentava disfarçar o incômodo para que Anora não percebesse seu nervosismo, já que odiava se sentir mínimo entre pessoas com condições maiores que a sua. Quebrando o silêncio do ambiente, um jovem rapaz alto, com um terno bem passado e um cabelo perfeitamente alinhado entrou na loja, ativando o sino da porta, mudando também a postura de Anora.

  - Algum problema? - Jesse logo de cara percebeu a mudança de comportamento.
  - Aquele é um ex-conhecido meu, mas não acho que virá até aqui.
  - Anora? - Apertando os olhos, suspirou, percebendo que sua tentativa de disfarce tinha sido falha, já que o rapaz estava vindo em sua direção. - Quanto tempo.
  - Rick, que surpresa te encontrar por aqui. - Levantando com delicadeza, trocou beijos no rosto do conhecido. - Realmente, já fazem anos.
  - Lamento pelo mal estar do seu pai, desejo melhoras à ele. - Percebendo que não estavam sozinhos, tentou converter a situação. - Oh, me desculpe. Quem é você?

  Por segundos Jesse não soube o que dizer ou como se apresentar, não sabia ao certo a relação com Anora, tinha se esquecido de tudo, de quem era, só sentia um enorme desconforto e enjoo. Mas não precisou fazer nada, sua amada cortou o clima desesperador dizendo seu nome e o apresentando como aquele com quem estava saindo. E foram justamente essas palavras que fizeram Rick correr seus olhos por todo o rapaz, analisando fio a fio.

  - Bom, vejo que seus padrões reduziram consideravelmente, minha linda. - Soltou um riso sarcástico.
  - Pelo contrário, Rick, eles elevaram surpreendentemente. Seria difícil alcança-los. - Seus lábios não apresentavam sorriso algum.
  - Bom, é melhor eu ir. - Lançando uma piscadela, fez questão com que Jesse visse sua ousadia escancarada. - Adeus.

  Caminhando até o balcão, Rick recebeu seu pedido e saiu da loja, desaparecendo em direção a rua. Anora não aguentava mais um segundo naquele lugar, por mais que estivesse se esforçando para não ver a realidade, tudo ia contra sua vontade, todos continuavam os mesmos mesquinhas e inconvenientes.

  - Eu vou te tirar daqui. - A jovem disse baixo, demonstrando arrependimento.

  Por mais que Jesse estivesse sentindo as piores sensações, não queria que Anora se culpasse por seu desconforto, então permaneceu em silêncio, apenas aguardando o próximo passo.
  Depois de alguns minutos, o pedido foi entregue até a mesa e Anora pediu que embalassem para viagem, recolhendo o pedido no balcão e pagando no mesmo momento, sem nenhuma enrolação. De volta à mesa, agarrou as mãos de Jesse e saíram da lanchonete, caminhando de volta pra casa, sob um clima horrível.

 De volta à mesa, agarrou as mãos de Jesse e saíram da lanchonete, caminhando de volta pra casa, sob um clima horrível

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Me perdoem pelo submisso! Já é mais da metade do ano, os dias realmente passam muito rápido...
Prometo atualizar a fanfic com mais frequência daqui em diante. Não desistam de mim ks!

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Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 21, 2022 ⏰

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