Após fugir de casa e embarcar em um ônibus que a levaria além da ponte que dividia a cidade de Autunm, Anora se vê perdida na escuridão da noite. Mas levada pelo destino chega á um beco, onde invadiria sem saber, a casa de Jesse, o baterista da band...
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Tocar? Anora parou por alguns instantes mas movida por curiosidade explorou com os dedos cada tatuagem, eram muito detalhadas e aparentavam ser bastante significativas. Chegando perto do peito, teve sua mão segurada por Jesse e posta sobre seu coração, que batia acelerado na pele.
- Por que tem feito isso comigo ultimamente? - Jesse dizia baixo, tenso. - O que você está dizendo? - Anora estava assustada com o toque repentino e com a pergunta sem nexo. - Você tem feito meu coração bater mais rápido, garota. Isso me assusta...
Anora parou, piscando rápido, retirou sua mão do corpo masculino, incrédula, percebeu que Jesse estava praticamente se declarando, afirmando suas dúvidas sobre os sentimentos que ele sentia. Se levantando, caminhou até o espelho e encarou fixa os próprios olhos, que estavam mais felizes do que imaginava.
- Estava nos seus planos que isso acontecesse? - O que? - Ajustando a postura, Jesse se sentou na ponta da cama meio duvidoso. - Que planos? - Que você se apaixonasse por mim, não é isso que você estava querendo dizer? - Sentia no estômago uma pontinha de arrependimento por dizer aquilo. - Eu... - Os olhos arregalados fitavam o chão sem rumo. - É melhor esquecermos isso.
Observando pelo espelho, Anora percebeu que tinha conseguido deixar Jesse sem jeito, confuso com os próprios sentimentos, e tudo o que queria ouvir era uma verdadeira confissão, olho a olho. Tomando fôlego, voltou para a cama e sentou ao lado do rapaz, ajeitando o cabelo.
- Já que eu vou embora amanhã, não tem porquê continuar escondendo isso de você. - Suspirou. - Eu estive durante todo esse tempo me impedindo de me apaixonar por você, eu encarava todos os nossos momentos como algo normal e as vezes me repreendia por sentir algo a mais, porque na minha cabeça, você me achava uma irresponsável, inconveniente e irracional. - Sorriu. - Então se você estiver sentindo algo por mim, me diga, e eu vou poder finalmente tomar coragem para amar você, Jesse.
Anora sentia como se toneladas estivessem pesando sobre seu corpo. Sabia que Jesse não tomaria uma iniciativa sobre esse assunto, então preferiu ela mesma dizer alguma coisa que o influenciasse a se abrir. Confessar o amor por alguém não deveria ser algo tão difícil de se lidar.
- Você não precisava ter se contido tanto assim, eu não te expulsaria de casa por gostar de mim. - Evitava o contanto visual. - Eu poderia pensar no seu caso, sabe? - Ambos sorriram do comentário irônico. - Mas se você não estiver gostando de mim, tá tudo bem, eu vou continuar tendo muita consideração por você. - Eu não posso te dar certeza de nada, ok? Mas talvez eu esteja sim me apaixonando... - Passava por cima de seu orgulho, confessando com o maior nó na garganta. - Então vamos fazer um teste?
Jesse não sabia onde Anora queria chegar, principalmente com uma sugestão tão fora de contexto em um momento como aquele. Fugindo da cama, a garota começou a passear pelo quarto, pensativa, e em seus olhos uma certa malícia era demonstrada.
