❦ Capítulo 26 ❦

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Colocando a mão no peito, Arthur sentiu o chão sob os pés desaparecer

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Colocando a mão no peito, Arthur sentiu o chão sob os pés desaparecer. Um arrepiou estranho correu por todo seu corpo e a consciência mergulhou em uma escuridão sem fim. Sem tempo para poder reagir, Anora viu o pai cair lentamente e correu entre os objetos jogados no chão para poder ajudá-lo.

  - Pai! - A palma da mão podia sentir as bochechas do pai perderem o calor e a cor. - Oliver! Diana!

  Mãe e filho correram escada a cima e se depararam com o corpo do homem no chão, sendo envolvido pelos braços de Anora, que entrava em um choro desesperador. Antes de gritar para que o filho chamasse por uma ambulância, Diana arregalou os olhos e soltou o celular no chão sem perceber, sentindo o choque de realidade.

  O caminho até o hospital tinha sido silencioso, enquanto seguia a ambulância com o carro, Oliver não conseguia se concentrar totalmente a sua frente e ao volante, ao seu lado, Anora balançava as pernas milhares de vezes por minuto, a ansiedade também estava visível através do incessante roer de unhas. Chegando no local, os irmãos foram direcionados a uma sala particular onde poderiam esperar por notícias e se acalmar, enquanto Diana acompanhava o marido no quarto.

  - Ele vai ficar bem, Anora. Foi só um susto, você sabe como é quando pessoas mais velhas recebem notícias repentinas dessa forma. - Oliver tentava arranjar desculpas para quebrar o clima.
  - E se acontecer, Oliver? Acha que eu vou me perdoar e seguir minha vida por causa de uma ironia? - O tom de voz deixava tudo mais gélido.
  - Eu estou tentando! Não acha que também estou apreensivo? Droga, Anora! - Desistindo de manter a calma, Oliver se jogou em uma das poltronas e se virou para a janela.

  O som da maçaneta chamou a atenção da dupla que recebeu Diana com olhares rápidos. Calma, orientou o filho para que fosse responder alguns jornalistas locais que vinham chegando, já que Arthur era um homem conhecido e a mídia era rápida com as fofocas. Com a saída de Oliver, a mais velha se aconchegou em frente a sua enteada e suspirou.

  - Eu não sei mais o que te dizer, Anora. Você me surpreende cada vez mais, até gostaria de ser sua mãe só para poder encostar um dedo em você. - Ironizou. - Seu pai está bem, não precisar se preocupar.
  - Por que está falando desse jeito? Pediu aos médicos algum calmante forte para tomar?
  - Faço as palavras do meu filho as minhas, eu estou tentando. O médico disse que foi só um susto, amanhã ele já pode voltar para casa depois de alguns exames gerais.
  - Ele já acordou? - Anora podia sentir uma esperança correndo pelo corpo.
  - Faz alguns minutos, e também quer falar com você. Vai ter que desmentir essa história de neto, entendeu, garota? - Soltando o coque alto no topo da cabeça, Diana chacoalhou os cabelos. - Eu tenho que me arrumar, a notícia vai se espalhar rápido e muita gente importante vai vir.

  Deixando para trás a madrasta murmurando sozinha na sala, Anora se apressou até o quarto do pai e entrou sem hesitar. Arthur observava os últimos raios de sol pela janela e respirava devagar com os aparelhos. Com a entrada da filha, sorriu pequeno e apontou para uma poltrona ao lado, onde Anora se sentou rápido e apoiou na cama.

  - Está com a mesma cara de quando era criança, quando queria chorar mas se fazia de difícil. - Brincou, arrancando um sorriso vazio de Anora. - Pode chorar, minha hora ainda não chegou.
  - Como o senhor ainda tem coragem de dizer uma coisa dessa? Ainda tem que me levar até o altar, não se lembra?
  - Então preciso te arrumar um pretendente o mais rápido possível. - tossiu rouco. - Sobre isso, não está grávida do tal baterista, está? - Ouvindo o comentário, Anora se levantou da poltrona e caminhou para os pés da cama, colocando a mão nos bolsos de trás.
  - Não, não estou, pai. Estava somente me defendendo dos seus ataques. - Engoliu seco. - Por que não gosta do Jesse? Ele só me abrigou, nada demais, quem quis ficar foi eu, ninguém me obrigou. O senhor quase morreu e mesmo assim acorda desse jeito!
  - Prefiro ter a Diana aqui do meu lado aos prantos do que você me dizendo essas coisas, Anora. Isso só prova como deixou de amar sua própria família para amar aquela gente. - Forçou a voz. - Está idêntica à sua mãe, egoísta e mesquinha. Vá para casa, eu já estou bem.

  Compreendendo tudo o que o pai estava dizendo, Anora trocou um último olhar e saiu do quarto, decepcionada com as próprias palavras e as que tinha ouvido, não entendia como até mesmo em cima de uma cama de hospital, o pai conseguia enxergar tudo com tanta superioridade. Caminhando sem rumo pelos corredores, acabou parando em uma sala de espera do lado público do hospital, sabia que nenhum dos amigos ou parentes ricos de seu pai pensaria em ir até ali.

  A ida e vinda dos pacientes e médicos ajudavam a distrair todos os pensamentos que pesavam sua mente, os minutos se tornavam horas e a única coisa que podia sentir era cansaço, físico e mentalmente. Junto com um barulho alto de trovão, ouviu seu nome ser chamado por uma voz exausta e familiar.

  - Anora! Vou ter mesmo que colocar um JPS em você? - Oliver vinha rápido, ajeitando o terno amarrotado. - Dê pelo menos um sorriso! Eu andei um tempão por todo esse hospital só para te encontrar.
  - Alguma novidade?
  - A recepção que estávamos está lotada da mais alta classe dessa cidade! Muitos perguntaram por você, mas eu disse que você já tinha ido para casa. - Respirando fundo, relaxou os ombros. - Vamos, eu tenho que te levar para casa, está vindo uma chuva daquelas por aí.

  O caminho até em casa estava confuso, Oliver dirigia com dificuldade enquanto as gotas de chuva preenchiam o vidro do carro, as folhas das árvores balançavam com força nas calçadas e as luzes falhavam no alto dos postes.

  - Hanna me ligou e disse que todos os seus amigos já estão sabendo e desejaram força pra você. - Oliver disse com cautela. - Menos ele...
  - Não acho que ele me ame mais, essa é a verdade. Ninguém continuaria amando alguém dessa forma depois de tanto tempo.

  Ouvindo as palavras da irmã, Oliver permaneceu em silêncio e continuou seguindo o caminho até em casa. Parando em frente à garagem, somente Anora desceu e correu até a porta, já que o irmão precisaria voltar para o hospital para auxiliar a mãe com as visitas, com um sorriso rápido, se despediram um do outro.
Ao pisar na sala, as luzes de toda a casa se apagaram, deixando Anora em um escuro infinito, não sabia onde os empregados estavam ou o segurança da porta, tudo estava silencioso. Sendo guiada pelo próprio tato, foi seguindo até uma cômoda decorativa que guardava alguns objetos aleatórios, incluindo uma lanterna antiga, mas não fazia idéia em qual das três gavetas estaria. Papéis e mais papéis, canetas, chaveiros, podia sentir tudo com a ponta dos dedos menos a lanterna, quando finalmente conseguia retirar algo familiar preso no fundo, foi surpreendida por uma batida forte na porta, forte o suficiente para abrir o trinco e revelar uma figura estranha cambaleando.

 Papéis e mais papéis, canetas, chaveiros, podia sentir tudo com a ponta dos dedos menos a lanterna, quando finalmente conseguia retirar algo familiar preso no fundo, foi surpreendida por uma batida forte na porta, forte o suficiente para abrir o ...

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