_ Vem - eu ouvi a voz bem perto de meu ouvido, só então percebendo o corpo de Christian cobrindo o meu.

Ele me levantou como se eu fosse uma pena, e me puxou pela mão e pelo braço pelo lado de fora dos bancos. Os soldados da Casa Nostra se moviam para todos os lados, alguns nos acompanhavam e eu senti mais mãos me tocando, e de repente Christian estava totalmente colado a mim, com seu braço em minha cintura, e ele, ou talvez muitas pessoas em nossa volta nos levava em alguma direção.

Nós entramos de pressa na casa, os soldados a frente agora com as armas em punho, subimos as escadas e então entramos em uma das portas, após os soldados averiguarem.

_ Taylor, você fica - Christian mandou, e só então eu percebi que era J também me tocando.

Apenas um soldado permaneceu lá dentro após alguém fechar a porta. Meu cérebro processou o lugar em segundos. Era um escritório, e a porta do lado de dentro era de aço muito grosso. Talvez fosse uma espécie de quarto do pânico. Enquanto eu analisava o local, Christian ainda mantinha um dos braços em minha cintura, e eu estava a frente de seu corpo, pressionada contra seu peito, e ele mexia em algo a nosso lado, mas pessoas ali chamaram mais minha atenção.

Lá embaixo, no jardim, eu não havia visto muito o altar, fiquei tão concentrada nos convidados. Mas naquele momento eu percebi Sr. Carrick, Elliot e Grace alô, devidamente muito bem vestidos, e o padre também entrou na sala junto conosco, logo se sentando num canto, parecendo nervoso e preocupado.

Senti pena dele.

Não foi uma cena muito bonita - mesmo que muito rápida - eu literalmente partindo a cabeça de alguém ao meio, ele não devia aprovar aquilo.

Christian enfim me virou para ele, e eu percebi ele segurando uma arma na outra mão, e então arregalei os olhos ao perceber que a outra estava manchada de sangue. Na verdade, meu vestido estava quase que todo manchado de sangue.

_ Você está machucado - sussurrei, porque eu mesma não sentia dor alguma, e a bala não poderia te atingido minha barriga por causa da altura, e sim minha cabeça.

Minha mente idealizou a cena. Meu corpo se movendo, caindo, e então Christian.

Ele havia se colocado na minha frente.

A informação me tombou e me fez ficar tonta.

_ Você está bem? - foi ele quem perguntou, a mão segurando a arma seguindo para meu rosto, o polegar fazendo um carinho em minha bochecha. - Está machucada?

Balancei a cabeça em negação.

Não sentia nada. A adrenalina em meu corpo me fazia querer correr uma maratona, mas eu sabia que logo iria passar, então me contentei em apenas bater o sapato no chão, tentando controlar a ansiedade.

_ Eu estou bem. Mas você não está - falei, pegando no braço do outro.

Havia um corte sobre o tecido do terno, bem na altura do braço quase perto do ombro, dali sangrava muito a ponta de eu sentir minhas mãos molharem mesmo tocando bem mais abaixo. A bala provavelmente havia se movido, e aquilo estava causando o sangramento.

_ Você precisa de um médico - falei.

Christian balançou a cabeça em descrença, se afastando de mim e então caminhando até o pequeno bar que havia ali.

_ Não, eu preciso saber que porra foi aquela que aconteceu lá - ele falou irritado, com autoridade.

Percebi Grace se sentar no canto do sofá com um suspiro. Ela claramente estava preocupada, mas com o silêncio de todos, eu percebi que eles conheciam Christian o suficiente para não tentarem contraria-lo. Eu decidi acatar também, indo em direção ao sofá e me sentando ali, torcendo para que as coisas fossem resolvidas logo.

50 Tons de uma MáfiaWhere stories live. Discover now