Capítulo 18 -

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Capítulo 18.
"Primeiro contado com a morte."

•S/n pov:

Estava no terraço andando contra o vento frio que balançava o meu cabelo para trás em ondas. Eu andava reto para a beira sem proteção, mas acabo esbarrando em um vaso de flores saindo do transe que quase me fez cair de cima da mansão dando um pulo para trás do limite.

- Droga! - Resmungo irritada me sentando do lado dos cacos de cerâmica cobertos por terra. Deixo os meus pés fora da beira, deixando eles baterem no ar com liberdade e agressividade.

Pego um dos cacos e tiro a terra com a mão e um sobro, olho para a cerâmica branca, bonita, cara e quebrada. Seguro firme na minha mão e olho para o imenso jardim a minha volta e tento tacar aquilo o mais longe que eu consigo.

Não deveria ter subido para cá, aliás foi em um terraço que eu perdi o Pluto.

Pluto era o meu cachorro, uma bola de belos branca, tão delicado e obediente, só um tanto carente de atenção. Me lembrava mais um coelho do que o cachorro que eu tanto pedi para o meu pai me presentear quando eu era pequena.

Minha mãe odiou, quando o viu pela primeira vez o xingou de tudo qualquer nome, pelo o'que me lembro foi o meu primeiro contado direto com o mal palavreado. Puto, foi um dos insultos que ela usou, mesmo sem contexto nenhum com a situação. Acho que ela estava tão irritada que começou a falar coisas sem sentindo mas em um conjunto ofensivo.

Tinha gostado daquele nome, quis chamar o meu cachorro daquela forma já que se quer sabia o significado. Meu pai falou que não poderia, encaixei mais uma letra ao nome para ficar o mais próximo o possível do que eu desejava e como se eu quisesse homenagear um personagem de um desenho que pouco assistia, o chamei de Pluto.

Meu primeiro animal de estimação, que me levou a conhecer um dicionário de palavrões, me fez falar o meu primeiro palavrão...e foi o meu primeiro contado com a morte.

Anos atrás...

David passaria a tarde comigo hoje, ele veio conhecer Pluto que aparentou gostar muito do garoto. Fomos para o jardim e brincamos de correr até que cansamos e sentamos na grama com uma pequena bola vermelha de borracha que se jogassemos para longe o meu cachorro trazia de volta em sua boca.

- Deixa que eu pego. - David falou entediado quando a bola acabou se agarrando em um arbusto em volta do jardim.

David foi tentar tirar a bolinha do mato, enquanto eu segurava Pluto em meus braços para ele não tentar pegar a bolinha dali e sair completamente sujo

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David foi tentar tirar a bolinha do mato, enquanto eu segurava Pluto em meus braços para ele não tentar pegar a bolinha dali e sair completamente sujo. Mamãe só deixa ele entrar em casa se estiver limpo, cheiroso e em um cômodo diferente do dela.

- S/n, venha aqui! - Escuto a minha mãe gritar do terraço.

Deito a minha cabeça na grama e a sombra da minha mãe em cima da minha casa me cobre. Não me sinto protegida, tremo mas sorrio e levanto em um pulo correndo e gritando para o meu amigo que já volto.

  Shadows Ghosts - Aidan Galleger.Where stories live. Discover now