— Um de nossos homens já traduziu essa carta — o alfa explicou pausadamente — e meu pai ficou com muita vontade de invadir Kriein depois de saber o que está escrito. Eu pedi para que ele esperasse eu confirmar a tradução com você antes de tomar qualquer medida.
O beta assentiu, tentando esconder a surpresa com o voto de confiança. Arslan achava que Taehyung tinha a última palavra nas traduções? Aquilo era… Bastante lisonjeiro.
— É uma carta bem inusitada — Taehyung ofereceu pausadamente.
— Inusitada? Ele está zombando do meu pai!
Taehyung fez um som pensativo.
— Veja, eu não acho que seja isso. O tom da carta… Como posso explicar? Eles realmente estão agradecidos. É só o uso de uma palavra que, bem… — Taehyung esfregou a nuca, franzindo as sobrancelhas para o papel. — Está causando um pouco de confusão.
— Um pouco de confusão? Acredito que o uso da palavra ânus em uma Correspondência Real faça mais do que isso, Taehyung.
Era a primeira vez que Taehyung via o príncipe realmente exasperado, e não era para menos: a carta podia gerar um enorme conflito diplomático, era verdade. Kriein fazia fronteira com Arlandria, e era um país pequeno. Não fazia sentido que eles estivessem provocando a nação maior.
Taehyung considerou o alfa por um instante, e então leu a carta de novo. A linha controversa dizia, em sua tradução literal, que os kestonianos estavam agradecidos ao Rei Argard por ter lhes vendido o ânus mais doce que já provaram.
O beta estalou a língua. Ele estava certo que aquilo era um erro de tradução… Mas o que o emissor realmente queria dizer?
Uma luz acendeu em sua mente, e então ele voltou para o texto, lendo-o mais uma vez. Era claro! O significado era um pouco óbvio, agora que sabia. Uma gargalhada borbulhou dentro de Taehyung. Ele cobriu o rosto com as duas mãos, tentando conter-se. Seus ombros começaram a chacoalhar.
— O que foi? Você está bem?
Taehyung negou, sem conseguir responder, ainda escondendo a própria feição.
— Taehyung? — Arslan perguntou de novo, mais alarmado. Ele se aproximou mais do beta.
Taehyung respirou fundo e descobriu o rosto, revelando as suas bochechas escarlate. Os seus olhos estavam brilhantes com as lágrimas que se acumulavam nos cantos.
Arslan lhe deu um olhar estressado.
— Apenas ria de uma vez, e depois me explique o que é tão engraçado.
Taehyung tentou explicar, mas foi atrapalhado pela própria risada. O riso dele era contido e um pouco temperado de sarcasmo, mas não deixava de ser doce. Arslan tinha ouvido o som por poucas vezes.
Taehyung o olhou por baixo dos cílios.
— Vocês, por acaso, exportaram medlars para Kriein? — Taehyung perguntou, depois de finalmente se recompor.
Medlars eram frutas raras. As drupas de cor alaranjada lembrava os pêssegos — carnudas com um caroço no centro. Na extremidade, algumas pétalas formavam uma pequena coroa. Curiosamente, era uma fruta a ser comida apenas depois de muito tempo armazenada, ao ficar quase podre, pois era quando ficava mais doce e saborosa.
— Acho que vendemos. Mas foi há muito tempo…
— Medlars demoram a ficar comestíveis. Kriein está apenas agradecendo a vocês por mandar as frutas a eles.
Arslan piscou seguidas vezes, absorvendo a informação. Ele jogou o corpo contra a cadeira oposta a de Taehyung, exalando alívio.
— Por Luna, e por que eles escolheram esse nome?
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Servante (jjk + kth) (ABO) - Concluída
FanfictionALFA JEONGGUK | BETA TAEHYUNG Taehyung foi treinado a vida toda para ser um servo... Como um beta, o seu papel no funcionamento do reino é simples: o de ser uma figura racional, responsável por dar andamento nas burocracias das vidas dos ômegas e do...
II. Medlars
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