Capítulo 25 - Vossa Majestade???

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— Eu sei o que a irresponsabilidade da idade pode fazer com vocês jovens, mas nessa idade nem tudo o que parece, de fato o é.

— Quem é você?

— Isso não importa, meu querido, o que importa é que você está movido por um sentimento passageiro que pode não ser o que você acha que seja.

— Eu... não entendo.

— Você, vir até aqui, entrar no palácio de inverno de Montero, todo desesperado apenas por causa de uma paixão juvenil irresponsável. É disso que estou falando.

— Não... não. Eu gosto dele de verdade.

Ela ri.

— Sim, meu querido. A idade nos faz pensar que sim, mas a realidade é que esse seu amorzinho apenas vai privar o jovem príncipe Eric de ser o que ele foi preparado para ser desde seu nascimento.

— Não...

— Não, não, não, não, não — ela ecoa as palavras na minha mente — sim, sim, meu querido. Você está disposto a destruir tudo pelo qual Eric vem sendo criado para assumir.

Eu não queria chorar, não aqui, não com ela, mas sinto a lágrima escorrendo.

— A gente pode dar um jeito.

Ela para de olhar para a janela e fita seu olhar em mim.

— Ah, meu querido, nem tudo na vida "se dá um jeito", ainda mais no que diz respeito à Coroa.

— Onde ele está? — Pergunto. Minha voz quase não sai.

Ela sorri.

— Ele provavelmente está se preparando para o casamento — ela diz olhando novamente para a janela. Cada palavra dela parece um milhão de espadas sendo forçadas contra minha pele. Depois de um tempo, ela vira-se para mim — Oh, meu querido. Você não achou que ele realmente gostasse de você, não é?

Não consigo respirar direito.

— Eu...

— Como eu disse, jovens levam as coisas muito a sério. Mas na verdade o que possa ter acontecido com vocês pode não ter sido nada mais que algo passageiro.

— Mas... — Não consigo falar nada.

— Oh, meu querido, parece-me que você não sabe da história dos dois príncipes. — Ela ainda está olhando pela janela.

— O quê?

— Então, Eric não te contou que eles se conhecem há tempos e têm se preparado para esse casamento desde então? — Meu coração parece desabar em um abismo escuro. Eric. — Ah, sim. Faz sentido, Eric não contaria tais coisas para um rapaz que ele simplesmente conheceu por uns dias.

— Eu não...

— Você não o quê, meu querido?

Então, surge um guarda na porta do quarto.

— Vossa Majestade — O guarda diz e faz uma reverência. É o mesmo guarda que estava na Vila Vermelha, o mesmo guarda em quem dei uma facada e de quem roubei dinheiro — ele invadiu o castelo e não conseguimos detê-lo.

A mulher sorri para mim.

— Tudo bem, Rik, ele já estava de saída.

— Vossa Majestade? — Digo e então tudo fica tão claro como a luz do sol em um dia de primavera — Você...

— Levem-no!

— Você é Luna.

— Sim, meu querido. Eu não deveria sair falando disso para qualquer um, mas acho que você deve saber que até o início da noite Aurora será minha, como deveria ser desde muito tempo.

— Então isso tudo é sobre isso?

— Sobre o que mais seria, meu jovem? — Ela sorri.

— Não vou deixar...

— Não vai deixar o quê, meu querido? — Ela se aproxima de mim, seus olhos parecem faiscar. — Eu já esperei tempo demais para começar minha vingança, não será um camponês qualquer que vai me impedir, agora.

— Talvez eu não seja apenas um camponês qualquer...

Ela sorri, seu rosto está muito próximo do meu, e diz, talvez para que apenas eu ouça:

— Talvez não. Mas que diferença fará. O que eu sei com certeza é que você e seu querido príncipe talvez nem vivam o suficiente para viver outro grande amor.

— Não!

Puxo a espada e a seguro encostando a lâmina no pescoço da rainha.

— Como você se atreve? — Ela grita, a sala esquenta.

Os guardas chegam por trás. Cada um com uma lâmina apontada para meu próprio pescoço.

Provavelmente, se as circunstâncias fossem outras, eu cortaria o pescoço da rainha Luna sem pensar duas vezes, mesmo sabendo que morreria logo depois. Mas agora isso é tudo o que não pode acontecer. Preciso ficar vivo; preciso ficar vivo por ele.

Solto a espada.

— O que fazemos, Vossa Majestade? — Rik pergunta.

— Levem-no e o prendam nas masmorras, pelo menos por enquanto. Não vale a pena matá-lo aqui, não com Eric tão próximo e com os preparativos do casamento.

— NÃO! — Os guardas começam a me puxar para fora do salão. — Não. — Grito, enquanto Rik se aproxima da Rainha.

— Vigiem-no interruptamente. Ele não pode ver o príncipe de Aurora por um instante sequer, pelo menos não antes do casamento. Depois, quem sabe, possamos tornar as coisas mais românticas e matar os dois juntos.

— Não o machuquem...

— Sim, Vossa Majestade.

A rainha sorri.

— Foi um prazer conhecê-lo — diz, olhando para mim, e fecha a porta do cômodo em que está.

Saio arrastado pelo palácio de inverno de Montero, tentando organizar os pensamentos atordoados o mais rápido possível; rápido o suficiente para tirar Eric dessa merda toda.

***

(AVISO: A CONTINUAÇÃO DESSA HISTÓRIA CHAMA-SE A PROFECIA DO PLEBEU E ESTÁ SENDO ATUALIZADA SEMANALMENTE)

(AVISO: A CONTINUAÇÃO DESSA HISTÓRIA CHAMA-SE A PROFECIA DO PLEBEU E ESTÁ SENDO ATUALIZADA SEMANALMENTE)

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A Canção do Rei [Concluída]Where stories live. Discover now