XXXVI. Care

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Remus já quase não se aguentava mais em pé antes mesmo de chegar na porta de casa. Mancava apoiado em Therion, com Sirius em forma de cão caminhando ao seu lado.

Quando o garoto abriu a porta e eles entraram, já encontraram Harry e Canopus jogados no sofá, cada um para um lado, ainda de pijama e cobertos por um cobertor. Potter desenhava, enquanto Black relia a edição francesa de O Pequeno Príncipe que havia pego na prateleira do pai.

Eles ergueram os olhos do que faziam ao ouvir a porta se abrir. Ficaram de joelhos no estofado e apoiaram-se nas costas do sofá, olhando para os três recém-chegados.

— Bom dia — Therion disse sonolento, sorrindo fraco e acenando levemente para eles.

— Bom dia… — Harry respondeu, sorrindo timidamente.

Canopus rapidamente ficou de pé e correu até o pai, abraçando-o forte no momento em que seus joelhos fraquejaram. Sirius voltou à forma humana e se aproximou, mas apenas observou o garoto apertar Lupin naquele abraço e ser retribuindo com as forças restantes do lobisomem.

— Bom dia, papai.

— Está tudo bem? — Remus perguntou baixo.

— Estou bem. Exatamente como deixou — Canis respondeu e beijou o rosto do pai, como fazia toda manhã após a lua cheia desde criança. — Amo você, hm?

Lupin sorriu fraco, beijando a testa do garoto e de Therion também. Era quase um ritual entre eles desde que os garotos eram bem pequenos. Eles o abraçavam na manhã seguinte à lua cheia e diziam que o amavam, e ele dizia o mesmo a eles. Nunca deixavam de fazer isso.

Canopus detestava não ter tido chance de falar nas últimas duas vezes: uma porque estava fraco demais de tão machucado e outra porque sequer estava junto dele. Agora, ele não perdeu a chance e se levantou antes do sol nascer junto de Harry para recebê-lo.

Harry também se aproximou. Ele viu que Lupin estava claramente exausto, os olhos pesando de cansaço. Era a segunda lua cheia dele sem Poção Mata-Cão após um ano inteiro sob efeito da poção, havia sido bastante cansativa. Haviam alguns arranhões que fizera em seu corpo durante a transformação.

Ele ajudou a levar Remus até o quarto e o deixar na cama.

— Podem ir, eu vou cuidar dele — Sirius disse.

— Não — Canopus negou.

— Pode ir, Canis — Remus falou. — Vou ficar bem.

— Mas papai…

— Por favor... Vai ficar tudo bem — pediu. — Cuide do seu irmão.

O garoto acabou concordando, um tanto hesitante.

Harry deixou o quarto junto dele e seguiram para o dos gêmeos, apressados. Therion caía sentado na própria cama, exausto, sem sua camisa, revelando o braço machucado e o corpo com alguns hematomas, além de um pequeno corte na testa e arranhões leves no tronco.

— Therry, você… — Potter aproximou-se preocupado.

— Vou ficar bem. Não se preocupe, não foi o papai que fez isso — interrompeu-o e mordeu o lábio inferior com força, contendo um resmungo dolorido. — Escorreguei num barranco enquanto corria na forma animaga. Tinha muitos galhos e arbustos no caminho… Árvores também.

Canopus rapidamente convocou os curativos e poções necessárias, começando a tratar o ferimento do irmão. O corte no braço claramente não era feito por nenhuma garra de lobisomem e possuía algumas farpas que o garoto tirou rapidamente com a varinha. Ele fazia tudo com uma rapidez e eficiência que invejaria até mesmo um medibruxo.

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