XXXIII. One step at a time

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20 de Junho de 1977

O último verão antes de Sirius e seus amigos se formarem em Hogwarts estava chegando, junto ao fim do sexto ano letivo. A incerteza do que viria quando tudo acabasse era grande, mas, por hora, ele preferia aproveitar cada minuto de felicidade antes de entrar de cabeça no mundo e na guerra que estavam enfrentando.

Até nos piores tempos é possível encontrar uma luz, uma alegria. Sirius estava realmente feliz desde que saiu da Casa Black e começou a morar com os Potter, aliviado e com uma grande sensação de liberdade explodindo de dentro dele. Apesar de doer deixar seu irmão mais novo… Sair daquela casa foi a melhor coisa que fez.

E ele queria realmente poder aproveitar cada vez mais do tempo que tinha, de sua liberdade. Alcançar sua felicidade.

Havia algo que trazia uma pequena alegria em seu dia, além dos amigos, e também bastante dor física e um baita galo na cabeça.

Alguém que adorava bater em sua cabeça com livros, mas que ainda o encantava com seu belo sorriso e as respostas afiadas como uma lâmina.

— Precisaria devolver esses livros hoje porque vamos embora amanhã, então se vossa Alteza parar de atrapalhar meu caminho, agradeceria — disse a garota com forte sotaque irlandês vestida num suéter do time de quadribol da Corvinal, desviando de Sirius no corredor e seguindo caminho enquanto carregava uma pilha enorme de livros.

— Está me chamando de Príncipe? Que fofo da sua parte, Karina. Estamos tendo um avanço? — Sirius disse com um sorriso de canto.

— O avanço da minha mão no seu rosto nos próximos segundos, talvez? — ela devolveu impaciente.

— Sempre tão delicada quanto uma princesa — retrucou sarcástico.

— Preferiria rainha, combina mais a minha cara. E você seria meu lacaio me seguir assim, Black?

Sirius precisou de alguns segundos para processar as palavras dela graças as pronúncias e formação de frases do inglês irlandês que, mesmo após aqueles anos, ainda custava a compreender totalmente. Não tanto quanto nos momentos em que ela resolvia realmente usar do gaélico e deixá-lo confuso.

Aproximar-se de irlandeses quando não se tem a menor ideia de seu dialeto é complicado.

— Estou apenas cumprimentando uma amiga que encontrei no corredor — respondeu. — Falou com o meu irmão hoje?

— Falei. Ele foi a Hogsmeade num belo passeio com o namorado antes de voltar a casa sem você… De novo.

Sirius suspirou pesado. Conversaria mais tarde com o irmão sobre aquilo.

— Sabe onde está o Remus?

— Com meu irmão.

— Ainda estão estudando francês?

— Talvez estejam. Estão na biblioteca.

Ela respirou fundo, ajeitando os livros pesados.

— Eu te ajudo a levar esses livros até lá, então.

— Eu consigo sozinha.

— Você está quase derrubando tudo e mal consegue enxergar o caminho com essa pilha enorme. Levou metade da biblioteca pro seu dormitório!

— Eu poderia ir mais rápido sem correr risco sem você atrapalhar.

— Aceitar minha ajuda de vez em quando não faz mal, Karina.

— Sirius, eu tenho muitas coisas para fazer hoje e você est-... — Ela parou no meio do caminho para falar, mas Sirius não percebeu.

Black acabou trombando na garota e a derrubando junto com os livros, exatamente como no dia em que a conheceu. Ela lançou-lhe o mesmo olhar irritado de 6 anos antes, enquanto ele sorria culpado e encolhia os ombros.

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