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NIKOVA BANKS
Eu não conseguia prestar mais atenção no que o gerente do banco me dizia. Sabia o que ele estava falando. Entendia que tudo que tinha foi tomado de mim. Mas, ainda sim, não conseguia acreditar.
Pelo vidro que estava na minha frente pude ver algumas pessoas me olhando e cochichando entre si. Com certeza elas já sabiam da minha recém falência.
Suspirei cansada, controlando a imensa vontade de chorar que vinha.
Talvez se eu chorasse eles poderiam ter pena de mim e me doar uns 10 mil dólares.
— Sinto muito Senhorita Banks mas precisamos que você desocupe o imóvel até o dia 10 — Disse por fim o gerente do banco.
Eles me deram 7 dias para desocupar minha casa? O único lugar que tinha para morar?
Não consegui controlar as minhas lágrimas dessa vez, elas foram mais fortes.
Desabei em um choro quase silencioso. O homem por sua vez fez menção de me entregar um lenço e eu neguei. Já era de mais chorar na sua frente e aceitar o seu consolo seria a gota d'água.
Sequei as lágrimas com as mãos, tirei qualquer requisito de água que tinha embaixo dos meus olhos. Quem me olhasse não diria que estava chorando segundos atrás. Me levantei da cadeira e segui pela porta sem nem mesmo olhar para trás.
Segui até a saída com a cabeça erguida, não abaixei ela por nada. Não daria esse gostinho de vitória a ninguém. Por mais que eles já tenham ganhado.
Verifiquei minha bolsa que estava do lado direito do meu corpo. Já que por um minuto pensei ter esquecido lá. Só de pensar que teria que voltar para dentro daquele prédio de novo e ver aquelas pessoas mais uma vez me dava uma... Não sei explicar necessariamente esse sentimento. Ele é um misto de vergonha, medo e até mesmo raiva.
Praticamente tudo que estou sentindo agora.
Sinto algo vibrar na minha bolsa, abro ela e vejo que alguém me ligava, era Rika.
— Oi Banks...
Uma voz gentil surgiu quando atendi a chamada. Suspirei pensando no que iria dizer a ela, ou se ia dizer.
Rika se tornou minha amiga depois de anos de... vamos se dizer rivalidade. Não era segredo para ninguém que não ia com a cara dela, sentia nojo na verdade. Mas, todo esse sentimento mudou quando estranhamente conversamos em uma festa feita pelo namorado dela, que alias hoje é o seu esposo.
— Oi Rika, como vai?
— Estou indo bem e você?
— Mais ou menos.
Querendo ou não eu nunca conseguir mentir para ela, se tornava uma missão impossível não dizer o que estava acontecendo. Rika era minha melhor amiga.
