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Júlia

Cheguei em frente ao barzinho que combinei de vir com a Micaela e fui direto para mesa que ela estava sentada com gigante e o Gabriel

Gigante: E ai cunhada-ele me cumprimentou-Fael de plantão-ele avisou e eu assenti

Abracei a Micaela e senti dois olhares em cima de mim quando fui falar com o Gabriel, ele beijou minha testa e eu sentei do lado dele de frente para Micaela, já que a mesa era para 4 pessoas, ele estava tão lindo que doía, bermuda jeans e blusa preta de manga, os cordões de ouro de sempre e um baseado entre os lábios

Micaela: Vamos de caipirinha?-ela perguntou para mim

Júlia: Pode ser, pede uma de 500 ml pra gente

Gigante: Pede uma garrafa de uísque pra gente também-ele completou e Micaela fez os pedidos

Meu celular apitou em cima da mesa e na hora uma foto minha e do Vitor se abraçando surgiu na tela, senti o olhar do Gabriel queimar em cima de mim e meu rosto esquentou

Gigante: Tá fraca não ein cunhada-ele brincou e Micaela beliscou seu braço fazendo ele esfregar o local

Micaela: É o médico gostoso?-ela perguntou curiosa, mas sabia só tava fazendo isso pra irritar o irmão

Júlia: Ele é meu amigo, você sabe-contornei a situação

Meu celular tocou novamente e ela deu um sorriso debochado

Micaela: Amigos, sei-revirei os olhos

Peguei o celular e desliguei a chamada, mas mandei mensagem avisando que amanhã a gente se falava, Manu avisou que tava de plantão e amanhã ligava de vídeo, ela ainda enfatizou que tava morrendo de saudade, ainda mandou uma foto na cama do hospital como se tivesse morta, dei risada e bloqueei o celular

Júlia: Vou pedir pra Manu passar uns dias aqui-falei com a Micaela, já que os meninos estavam em uma conversa paralela

Micaela: Eu amei, do jeito que ela é agitada, vai colocar esse morro abaixo

Gigante: Quem é Manu?

Júlia: Uma amiga minha, dividiamos apartamento lá em sp

Micaela: Minha substituta-ela falou brincando

Gigante: Tô ligado, mas tu pretende voltar pra lá?-ele perguntou e nossas bebidas chegaram

Júlia: Acho que não, depende do tratamento da minha mãe, eu deixei muita coisa em SP, mas não sei se eu quero voltar-dei ombros

Micaela: Você é louca se tiver cogitando voltar pra lá

Júlia: Ainda estou pensando, lá eu tenho um trabalho né, se eu quiser voltar para o hospital eu consigo-comentei por alto

Micaela: Eu abro um hospital pra você, tem problema não-dei risada

Ela e o gigante levantaram para pegar alguma coisa pra comer e eu pedi uma batata

General: Você trabalhava de que?-ele perguntou acendendo um cigarro

Júlia: Técnica de enfermagem

General: Aqui no postinho deve estar precisando po, amanhã te levo lá

Júlia: Aqui tem postinho?-perguntei confusa

General: Claro, no pé do morro, eu reformei ano passado, os médicos são bons po

Júlia: Não sabia, fico feliz que você se preocupe com os moradores

General: Sempre, isso aqui é meu mundo-seus olhas brilharam

Júlia: Você não acha perigoso?, não pensa em sair dessa vida?

General: Sinceramente?, não, rodei tem uns 3 anos e tô procurado desde então-olhei preocupada pra ele

Júlia: Isso não pode fazer ter operação e eles virem atrás de você?

General: Já teve, quando eu fugi tive passar um tempo lá no Paraguai, a bope caiu matando aqui no morro mas não arrumou nada, depois fui fazendo alguns contatos e hoje eu pago o comandante pra não subir aqui-Ele explicou-Dinheiro compra tudo po, mas amanhã te levo no posto e tu vê a melhor forma

Júlia: Tá bom, não precisa me levar, só me manda o endereço

General: Te levo po, vou ter que brotar na boca perto de lá e depois te busco

Assenti com a cabeça e o casal voltou para mesa, dei uma boa golada na minha bebida e ficamos conversando um bom tempo, era estranho estar conversando com ele depois de tanto tempo, a conversa fluía e vi até um esboço de sorriso nos seus lábios

Depois da minha 2 caipirinha nós decidimos ir embora, amanhã a Micaela trabalhava e os meninos estavam de plantão, era dia de cobrança e eles precisam acordar cedo

Micaela: Gigante te deixa em casa e depois eu vou-ela falou pela milésima vez depois que eu avisei que ia andando

Júlia: Não precisa amiga

General: Eu levo ela po, é caminho pra minha casa-ele tirou a chave do bolso

Micaela me olhou e eu assenti concordando

Micaela: Então tá, amanhã eu passo lá pra gente ir no salão-ela me abraçou

Gigante: Tchau cunhada-ele bagunçou meus cabelos e eu dei um tapa na mão dele

General: Bora

Montei na ninja preta dele e quando ele acelerou eu agarrei na sua barriga, sentindo os gominhos, algumas pessoas olharam para nós dois e eu imaginei que amanhã todo mundo ia comentar sobre, o vento castigou meus cabelos e nós chegamos na minha casa

Desci da moto e ele desligou

Júlia: Valeu pela carona-agradeci

General: De boa, amanhã eu posso aqui de manhã

Estávamos tão perto um do outro que  em um ato impulsivo o abracei, seu perfume me inebriou e sua barba roçou na minha bochecha, fazendo correr um arrepio pelo meu corpo, antes que eu escutasse minha mente e o beijasse, eu me afastei mais rápido do que eu gostaria

Júlia: Até amanhã-me despedi e entrei em casa escutando a buzina da moto

Redenção|Livro UmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora