Eles estavam em uma espécie de estábulo.

O Grão-Senhor da Corte Diurna era o único que ainda possuía essas criaturas tão impressionantes. Nunca havia visto um de perto, apenas visto em livros. Mas certamente, eram muito mais belas pessoalmente.

Cheguei bem perto de um deles. Sua pelagem era branca como a neve, assim como a de Fenris. Rapidamente, me lembrei dele. Mas, suas crinas eram como fogo dourado. Fiquei ao seu lado, o analisando. Deixando que ele se afastasse se quisesse. Quando ele não fez isso, hesitantemente, encostei nele.

— Olá - sussurrei, e minhas mãos começaram a dançar por seus pelos, sentindo que ele estava calmo com minha presença. Tentei não encostar nas asas, com medo dele se espantar — Você está bem? - perguntei, baixo — Você é lindo - eu disse a ele, um pouco perdida em pensamentos — Eu iria adorar se você pudesse me levar para um passeio, mas tenho medo de altura - revelei cautelosamente

Continuei murmurando coisas para o pégaso por algum tempo.

— Bom dia - ouvi a voz de macho atrás, e quase pulei de susto, me virei e reconheci os cabelos vermelhos: Lucien — Com quem estava falando? - ele perguntou e vi um sorriso se formar em seus lábios

Abri e fechei minha boca uma ou duas vezes, me afastando do animal.

— Com... ele - respondi, apontando para o pégaso, sem graça. Provavelmente corava de vergonha, já que senti meu rosto esquentar

— Certo - notei que ele engoliu uma risada, mas depois revelou num tom baixo, quase como se fosse um segredo — Eu também converso com eles

Soltei um sorriso, aliviada, me virando para o pégaso novamente.

— São criaturas encantadoras - eu disse 

O filho do Grão-Senhor se aproximou, ficando ao meu lado. E começou a fazer o mesmo que eu.

— Acho que gostou de você - ele me olhou com o canto dos olhos — Ele não costuma ser muito manso - explicou

Não soube o que responder. Quando olhei para cima, notei que já não parecia mais tão cedo, e a brisa fria, já havia ido embora.

— Você quer que eu saia? - perguntei, me virando para o macho — Não sabia se tinha problema eu vir até aqui - expliquei, recolhendo minhas mãos

— Não. Não tem problema - ele me confortou — Só não roube um deles - ele piscou, brincando

Depois disso, o macho continuou com os olhos fixos em mim. Como se quisesse dizer mais alguma coisa, que não sabia se seria certa. Depois de alguns segundos, olhei para o macho com o canto dos olhos, como se desse permissão para ele dizer o que tinha vontade.

— Você tem os olhos do seu pai - ele parecia até um pouco avoado, enquanto encarava o verde dos meus olhos

— Já me disseram isso - sorri fraco, vendo que era apenas aquilo que ele desejava dizer

Ele acenou com a cabeça. E eu me lembrei de algo... Algo que eu não sabia se deveria dizer. Mas, disse quando o silêncio se instalou.

— Você trabalhou na Corte Primaveril por muito tempo, não? - perguntei, me lembrando do que já havia escutado — Era emissário da Corte

Lucien assentiu com a cabeça, e seu olhar ficou mais sério, e até um pouco nostálgico. 

— Eu e seu pai éramos muito próximos - ele revelou, sua feição um pouco tensa

Franzi as sobrancelhas, olhando para baixo.

— Eram amigos? - murmurei, incerta

— Sim - ele assentiu — Não sabia? 

Corte de Labirintos de Rosas e Estrelas Where stories live. Discover now