013

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SINA DEINERT.

Caminho decidida até onde os três estão conversando. Uma das atrevidas me vê de longe e diz alguma coisa para ele, que só pode ser com relação a minha aproximação, porque logo Noah se vira e me nota.

Cada passo meu é dado de maneira a revelar minha perna; a fenda tinha mesmo que servir para alguma coisa. Determinada, paro diante dele e coloco minha mão em seu braço.

— Oi, amor. Estava pensando… Tô um pouco cansada. Que tal irmos embora?

Ele estreita os olhos para mim, mas não sorri como sempre faz.

— É mesmo? Pensei que estivesse muito bem disposta conversando animadamente com nosso anfitrião.

Sua voz é baixa e percebo que o irritei, exatamente como planejado.

Só não imaginava que mudaria de ideia logo depois. Dou um sorriso insinuante.

— Podemos continuar a festa em casa…

Noah quase revira os olhos para mim. Quase. Eu vejo isso. Ele continua me encarando, o maxilar trincado. Nem mesmo a ideia de sexo o faz relaxar.
Então entendo, ele não pensa que eu esteja falando sério.

Provavelmente acredita que apenas estou tentando evitar que seja flagrado e que as notícias se espalhem. Eu o rejeitei tantas vezes, sempre em péssimos momentos, que agora Noah não acredita que eu possa estar falando sério.

— Tudo bem, continue falando com suas amigas. Vou pegar uma coisa pra que guarde pra mim.

Saio exibindo o decote nas costas, esperando que minhas insinuações despertem algo nele, e então sigo para dentro da casa. Em questão de poucos minutos, encontro um dos banheiros, que por sorte está vazio.

Retiro minha calcinha de renda, que é pequena e sensual, enrolo bem e a escondo na mão. Depois disso, volto para a festa e o encontro ainda conversando com as duas.

— Amor…

Ele se vira e me encara com a sobrancelha erguida.

— Pode guardar pra mim?

Coloco a calcinha no seu bolso sem mostrar o que é e me aproximo de seu ouvido para que outras pessoas não me escutem.

— Dê uma olhada. Depois, se quiser saber o que ela escondia, me encontre no primeiro banheiro no corredor. Vou esperar lá…

Dou meia-volta e entro outra vez na casa. Em seguida, vou para o banheiro e tranco a porta. Estou nervosa. Eu me arrisquei e agora não vou voltar atrás. Se ele não vier, será a pior humilhação da minha vida. Além disso, como vou fazer para pegar minha calcinha de volta? Isso foi loucura!

Felizmente, logo as dúvidas são postas de lado quando ouço sua voz por trás da porta.

— Sina? Você tá aí? — Sorrio vitoriosa, escondida pela porta.

Abro e ele entra rapidamente, olhando-me de esguelha. Tranco a porta em seguida e retiro a chave. Noah me encara demoradamente, seus olhos escuros me sondando como se ainda não pudesse acreditar que eu fizera aquilo.

— Isso é sério? Tirou sua calcinha apenas pra me afastar das gêmeas?
Isso foi golpe baixo…

— Eu… — Não sei bem o que dizer para ele. Agi impulsivamente e agora estou constrangida em ter que tomar a iniciativa disso.

Noah percebe que estou repensando e solta a respiração pesadamente, parecendo um pouco chateado.

— Vou voltar pra festa. Tô cansado de joguinhos de provocação que não levam a nada, Sina.

Ritmo Envolvente | Noart Where stories live. Discover now