Agora, os meus olhos estavam captando os movimentos pesados do peitoral dele, um sinal claro de que a situação o magoou muito, além do leve tremor em suas mãos, o que deixava seu nervosismo aparente.

- Eu não me arrependi. - admito, levando as minhas mãos até as dele, num aperto singelo, tentando o fazer relaxar, o que parece não funcionar bem, porque ele me olha como se quisesse desabar de chorar. E isso faz o meu peito doer.

- Então por que está me olhando desse jeito? Eu fiz alguma coisa de errado? - indaga o comandante, num tom quase inaudível. - Eu entendi errado, foi isso? Quando você me olhou naquela hora, eu pensei que estivesse me dando permissão para te beijar.

- E eu estava. Você não errou em nada, pare de se preocupar com isso. - peço, me endireitando no banco do passageiro, para ficar mais próximo dele. - Eu só... estou com medo.

A minha confissão o fez piscar por breves segundos, quieto, como se tentasse entender o que eu quis dizer com aquilo.

- Com medo? - pergunta ele, querendo confirmar o que acabara de ouvir, e eu assinto em concordância. - Medo de que? Por qual razão você está com medo?

Afundo em seu mar de obsidiana novamente, encontrando conforto no carinho que me envolve através de um olhar cuidadoso, e de leves carícias em minhas mãos.

- Isso está acontecendo tão rápido. - fecho os olhos, respirando fundo. - Caramba, não faz nem um mês que nos conhecemos, e tudo já está ficando tão intenso entre nós dois. E-E eu tenho tanto medo de me envolver e acabar me perdendo, ou então permitir que tudo o que aconteceu no meu passado ocorra novamente... - abaixo a cabeça, contando até três antes de continuar. - Pra começar, sobre o beijo... Eu tinha medo de tentar. Medo porque sabia que seria bom, e por muito tempo eu acreditei que as coisas boas não eram para mim, que eu não era digno delas.

- Jimin, eu sinto muito. - ele murmura, levando uma das mãos até o meu rosto, arrastando suavemente o polegar pela minha bochecha. - Você é digo de todas as coisas boas do mundo, loirinho. Se tem alguém que é digno, essa pessoa é você.

- É, eu sei... - sorrio, triste, sentindo os meus olhos marejarem. - Você me provou que as coisas boas acontecem até mesmo às pessoas quebradas, e principalmente a elas, porque elas são as que mais precisam. E você foi a minha coisa boa. - confidencio, fitando os olhos castanhos mais infantis e amorosos que eu conheço. - Veio de repente, indiscreto, com um flerte barato, mas se enfiando em meu coração, sorrateiro, me fazendo repensar tudo o que achei não merecer antes de conhecer você.

Ele sorri, tão triste quanto eu, mas com um cintilar de esperança em seu olhar, que parece se apagar quando eu acrescento:

- Mas eu ainda tenho um medo absurdo.

Jeon abaixa a cabeça, ficando em silêncio por algum tempo, antes de me encarar novamente.

- Eu também tenho medo, sabia? Medo de ser amado, de não saber amar de volta, porque eu não tive muito disso a minha vida inteira. E eu sei que, mesmo que nos conheçamos há menos de um mês, o que eu sinto por você está crescendo de uma maneira muito significante para ignorar. Isso vai se tornar amor, queira eu ou não. - é, ele tem toda a razão do mundo. Eu também sei que esses sentimentos vão evoluir e engolir nós dois juntos. - E mesmo que eu acredite não ser tão digno assim de amar você, eu quero ser um filho da puta egoísta, e quero te entregar o meu coração.

Você é digno de amar e de ser amado, comandante.

Mas...

- Vinte e poucos dias, Jungkook... isso é loucura! - contesto, assustado, ainda que eu deseje muito deixar esses sentimentos florescerem.

Korean Killer • Jjk + PjmWhere stories live. Discover now