Capítulo[05] Clímax

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Parecia que o tempo havia parado por seis segundos. Quando todos eles saíram de seu torpor, perceberam que eu estava completamente bem. Levantei-me e um pequeno sorriso brincava nos meus lábios, mas não disse uma palavra.

O homem ficou surpreso ao ver que eu estava bem. Ele olhou para a garrafa em sua mão incrédulo. 

— Impossível! Isto é impossível! — Ele bateu seu pé contra a parede com raiva, e então veio mais uma vez para cima de mim, tentando me dar um soco. Mas alguém se aproximou e o puxou para longe, protegendo-me em tempo hábil.

Os funcionários da empresa viram seu chefe, Dominic, me puxar para o lado antes de correr para desferir um belo chute giratório, jogando o homem gordo no chão. Ele rapidamente pressionou o homem contra o chão e o segurou. Dominic colocou todo o peso do seu corpo e conteve o homem que resistia, lutando, até que ele desistiu e parou de se debater.

— Segurança, venha aqui. Vou deixar o resto com vocês! — Dominic disse com indiferença enquanto se levantava e massageava os pulsos.

O caos havia parado temporariamente.

— Espere um momento... — Fui às pressas até a mesa mais próxima e peguei um notebook, enquanto os seguranças seguraram o homem. Todos se viraram para mim, por ter feito um pedido inesperado. — Tio, seu comportamento foi desapontador... — Eu voltei a me aproximar do homem enquanto mexia no teclado do notebook. — Aqui estão as provas de que a empresa cumpriu com as leis, você agiu precipitadamente e agora terá que arcar com as consequências. Porém, para início de conversa, o erro foi cometido por um funcionário da empresa. E os dois lados terão que arcar com as consequências. — Mostrei a tela digital para o homem, ele olhou por um instante, mas não disse nada. — Podem levar ele... — Fui até a mesa mais próxima para colocar o notebook de volta. Minha expressão permaneceu inalterada enquanto eu olhava para a bagunça no chão, e no cômodo todo. Só então eu percebi que havia um pequeno arranhão no meu cotovelo, do momento em que o homem corpulento me empurrou. Mas o ferimento era muito pequeno, nada com que me preocupar. 

— Você! Venha comigo. E vocês, chamem o pessoal responsável pela limpeza, para arrumar essa bagunça. — Dom olhou para mim e entrou em uma sala qualquer, já que a sala dele é no departamento principal do prédio, não aqui.

Eu entrei e permaneci parando perto da porta.

— Então, o que aconteceu agora há pouco? — Dom afrouxou sua gravata e perguntou, enquanto sentava-se no meio da sala. Sua expressão parecia melhor, diferente de alguns minutos atrás.  

— O que você quer dizer com o que aconteceu? — Olhei para ele confuso. 

— Como você sabia que não era ácido sulfúrico? — Dom explicou pacientemente.

— Eu adivinhei — respondi para ele casualmente. Dom sorriu ao me avaliar parado à sua frente.

— Agora, você tornou-se adivinho? — o sorriso de Dominic desapareceu, como um leão esperando para pegar sua presa, seus dedos batiam suavemente na mesa. — Não minta para mim. Como você sabia que não era ácido sulfúrico? Foi armação sua? 

Sua voz aparentemente casual emitia um sentimento intimidador, causando a qualquer um, uma certa ansiedade difícil de descrever. Talvez tenha sido essa presença que fez com que todos os seus oponentes perdessem terrivelmente para ele desde o ensino médio até aqui.

— Bem, eu sei que o ácido sulfúrico é incolor com uma textura semelhante ao óleo. O dele era diferente e parecia mais com água. — Seus dedos batendo sobre a mesa chamaram minha atenção. Seu olhar se intensificou, parecia que ele lia até as pequenas vibrações da minha mente, analisando cada movimento da minha expressão.

A Década Depois Da PrimaveraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora