Chapter 4

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Saudade. Palavra com origem no latim, tendo o significado de solidão. Para alguns é o nó na garganta, para outros o aperto no peito, mas para Lizzie era como misturar ambos e amplificar a dor, foi imediato, seu olhar encontrou entre um grupo de pessoas passando pelas portas do grill aquela de quem ela mais sentia saudade e lágrimas rolaram por seus olhos, como queria envolver os braços ao redor de Caroline, sua mãe, e pedir milhares de conselhos sobre a vida, sobre aquilo que estava fazendo agora, só que sua mãe sequer sabia que se tratava de uma das suas filhas ali e esse sentimento, saudade, nunca antes tinha machucado tanto como agora. Antes de se juntar a Penelope, ela sabia que mesmo com a distância sua mãe ainda estaria lá por ela com apenas uma ligação, mas após aquilo, sequer se lembraria dela, a existência da bruxa e da herege seria mascarada pela natureza. O que mudaria para sua família? Eles seriam melhores sem ela? Tudo que a jovem precisava naquele momento era de um abraço e ela o teve, de alguém que nunca esperou receber, afinal elas estariam juntas por muito tempo, não é? Um abraço poderia não significar tanto naquele momento, porém, era de conhecimento mútuo entre ambas que sua amizade seria construída com pequenos passos sendo dados, talvez o primeiro deles fosse encontrar conforto em alguém que muitas vezes não se importou nenhum pouco em te deixar confortável.

— Vamos, vamos sair daqui! Stefan pode não ter nos visto, mas Damon sim e seria uma merda ter que dar explicação para todos eles agora, eles se lembrariam? Definitivamente não, mas vamos deixar essa carta na manga para usar com a família Mikaelson

Recolheu os braços que antes repousavam ao redor da cintura da maior e sorriu antes de deixar algumas notas no balcão, seus passos procurando a saída dos fundos do local, enquanto Elizabeth se manteve parada encarando sua mãe, o que definitivamente não poderia passar despercebido por ela. Caroline era esperta, não foi difícil perceber uma jovem olhando em sua direção, ainda mais quando não parava de encarar, ela deixou um beijo na bochecha do marido antes de levantar-se e rapidamente chegar até a outra loira.

— Desculpe, você perdeu algo comigo?

Penelope teve que retornar imediatamente quando Lizzie passou a chorar com mais intensidade, suas mãos segurando as da Saltzman com força, fazia um tempo desde que sua magia tinha ficado fora de controle e não era seguro e muito menos comum que todos os móveis estivessem se movendo.

— Estou aqui, Elizabeth! Por favor, respire comigo, sim? – Respirou fundo por várias vezes até que a outra seguisse seus movimentos e o tremor fosse gradativamente cessando – É uma pergunta idiota, mas farei do mesmo modo, você está bem?

— Tenho uma pergunta melhor, quem são vocês?

— Desculpe senhora Salvatore, mas esse não é o momento e muito menos o lugar para falarmos sobre qualquer coisa

Voltou a envolver Lizzie em seus braços, Caroline agora tinha seus amigos e marido ao seu lado, Damon até tentou se aproximar das garotas, mas uma das mãos da loira em seu peitoral o impediu.

— Qual é, elas literalmente me colocaram para dormir e mataram a Katherine?

— Impedimos que fizesse uma burrice, não deveria estar agradecendo? – Penelope zombou, apertando um pouco mais o aperto em torno da loira que se mantinha quieta entre seus braços – Seu irmão não está reclamando e olha que eu também fiz ele dormir

— Como é?

— Longa história, Stefan. Vai nos convidar para um chá? Okay, não ao chá, aceitamos bourbon

Nesse momento Lizzie ergueu a cabeça e se levantou, mesmo que quisesse muito, sabia que não aguentaria todas as perguntas que seriam feitas por seus tios e mãe, era demais, até mesmo para ela. A Saltzman apenas se aproximou um pouco mais de sua mãe e segurou em uma de suas mãos.

— Me prometa que vai estar sempre lá por Josie

— Como sabe sobre a minha filha? E eu tenho duas, Josie e Elizabeth, Lizzie

— Apenas prometa, por favor

— Eu prometo, prometo estar sempre lá por minhas filhas, não só por Josie

Falou Caroline, e Lizzie sorriu minimamente antes de derrubar todos os presentes e sair dali o mais rápido que poderia, não se esquecendo de levar Penelope com ela.

— Precisamos ir, Park

— Você é quem manda, Saltzman. Pelo menos nesse momento é

A bruxa sabia que a melhor coisa era não questionar a outra, ela poderia seguir o roteiro da ex-cunhada por um tempo antes de inevitavelmente começar o bombardeio de perguntas. Cerca de vinte minutos depois e elas estavam em meio a diversas pessoas alegres e embriagadas em alguma rua que elas definitivamente não conheciam, mas sabiam que estavam no lugar certo, elas estavam em New Orleans.

— Cidade um pouco caída para se construir um império, seu sogro não tem muito bom gosto para escolher cidades

— Sério? E que cidade vossa majestade escolheria?

— Vejamos, acho que alguma cidade do Brasil! Talvez aquela bem famosa, Rio de Janeiro? Deve ser isso ou aquela outra, Salvador! Já pesquisei sobre os brasileiros e eles definitivamente sabem como fazer festas melhores

— Ok, eu concordo com você nisso. E qua tal parar de criticar e aproveitar um pouco a cidade? Podemos nos divertir hoje e trabalhar amanhã, acho que precisamos disso

— Me ganhou totalmente quando falou sobre diversão e precisamos achar alimento para você, vampirinha

Reclamou quando teve seu ombro empurrado, mas acabou rindo da expressão da loira antes que passassem a caminhar entre todos e eventualmente conseguirem bebidas. Lizzie virou-se para a garota que estava com ela e sacudiu seus ombros incansavelmente.

— Parar o idiota antes da mordida ou antes de tomar o que quer que seja que o faz ficar mais forte que um original?

Penelope a encarou e sorriu diabólica – O que acha de participar de uma festa na cobertura de um vampiro idiota? Soube que tem uma rolando

— Como conseguimos um convite?

— Não seja boba, Elizabeth! Não precisamos de um, quando a atração principal precisou ser convidada?

Remaking the future - Hizzie/Posie Where stories live. Discover now