Capítulo 5 - O que essa mulher está fazendo comigo?

1.7K 220 69
                                    

"O que te faz diferente de todos, é que você nunca foi igual a nenhum".

Pov Addison

Por doze horas, não consegui fazer nada além de sentir raiva e de pensar como tornar a vida da minha nova professora um inferno. Ainda estava perplexa por Grey ter falado comigo daquele jeito.

Ninguém falava assim comigo. Ninguém. Jamais na vida.

Muito tempo depois da aula, ainda não tinha conseguido me livrar da ira que Meredith tinha provocado em mim, da fúria absoluta de ter sido tratada daquela forma e, mais enfurecedor do que tudo, do tesão selvagem que tinha feito tremer meu corpo todo.

Uma corrente elétrica pareceu instalar-se entre nós duas, quando a garota despejou aquelas palavras em cima de mim. Aqueles peitos perto do meu rosto e seu tom de voz venenoso fizeram as partes inferiores do meu corpo estremecer e pulsar, partes que andavam dormente fazia tempo o que levava-me a querer fazer coisas selvagens e desvairadas com ela em cima de sua mesa, até que ela aprendesse como devia me tratar.

Repreendi-me por pensar aquelas coisas de uma mulher com quem estive apenas por 55 minutos. Sim, ela era gostosa, qualquer pessoa podia perceber isso. Os lábios rosados e cheios, a bunda perfeita e uns peitos pequenos mas que davam vontade de colocar as mãos. Deus, ela era sexy pra caramba! Mas a maneira como me confrontou podia ver o quanto Meredith era uma hipócrita que precisava aprender rapidinho que não iria tolerar que ela falasse e agisse tão... sem medo de mim.

Cocei o nariz, lembrando-me da expressão no rosto dela quando me deu uma bronca. Não havia um pingo de medo, nenhuma faísca que sugerisse que eu a intimidava. Aquela mulher tinha uma energia tão feroz que podia ter atendido seu pedido e escrito aquela palavra na qual baseava minha vida. Não que ela fosse entender, muito menos ter uma experiência daquilo em sua vidinha linda e perfeita.

Outra coisa que havia me irritado era o fato de que os caras da turma pareciam gostar dela, até mesmo William, que tinha dado risada enquanto eu estava furiosa. Durante a hora de almoço eu e ele discutíamos à cerca do assunto, mas já estava preparada para o tom protetor em sua voz.

- Você espera que eu respeite uma madame qualquer que provavelmente nasceu num berço de ouro e nunca teve que lutar por nada?

- Não seria de todo mal - William respondeu, erguendo os ombros com indiferença.

Soltei um riso rápido e maneei a cabeça. De jeito nenhum.

- Então - falou William, quebrando o silêncio - Ela é gostosa, né?

Não consegui evitar de gargalhar. Ela era e só um cego não poderia ver isso. A maneira como ela anda esbanja sensualidade, a forma como seu olhar pode hipnotizar qualquer um, o sorriso que mesmo irônico me deixou terrivelmente excitada. Se não existe alguém perfeito, ela é sem dúvidas a pessoa que mais chega perto da perfeição.

- Se é - concordei prendendo o lábio inferior com os dentes.

- Tá aí mais uma imagem para sua coleção punheteira, minha irmã - sugeriu ele, piscando.

Pov Meredith

Na manhã seguinte, após algumas xícaras de café, comecei a organizar a sala. Depois de uma noite relativamente boa de sono, tinha passado a enxergar o problema com um pouco mais de objetividade. E concluí que Addison estava em um ambiente altamente tenso e emotivo, e o fato de ordenar Montgomery que fizesse o que queria não a tornaria mais cooperativa.

Olhei para a cadeira vazia dela, imaginando sua postura relaxada e seu olhar penetrante. Senhor. Ia ser muito complicado trabalhar com ela ali.

O que li em sua ficha não foi uma surpresa. Montgomery era uma garota-propaganda dos rebeldes marginais. Condenada a três anos de prisão por posse de cocaína. Desde os 15 anos, Addison vinha passando pelo menos seis meses por ano em centros de detenção ou encarceramento de algum tipo. Ela havia largado a escola, onde sua nota final estava acima da média, aos 17. Destacava-se em esportes e inglês e tinha listado J. D. Salinger, John Steinbeck e Hubert Selby Jr. como seus escritores preferidos. Estava claro que era inteligente, um fato que ela tinha tornado visível com seus comentários sobre quão "básica" ela achava a atividade que havia proposto na aula.

Desejo Proibido - MeddisonWhere stories live. Discover now