Baunilha e Cedro

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Violet já estava trabalhando há mais de uma semana na delegacia, ficou por mais uns dois dias trabalhando somente com Caitlyn até que o Xerife finalmente começou a participar dos planos, mas ele não concordava com nada.
Praticamente tudo que as duas esquematizavam o chefe vinha e podava, ele conseguia ver defeito em tudo e isto estava deixando a novata muito frustrada...
Da forma que as coisas estavam indo nunca iriam botar os planos em prática e destruir as refinarias de Cintila. Enquanto isso a droga ia ganhando cada vez mais espaço nas ruas, Podia ver as pessoas pelas ruas, pelo que era contado antigamente a situação dos viciados em Cintila havia se tornado algo muito ruim, seu grande medo era que a situação chegasse àquele ponto de antes.
Vi ficou ainda mais uns dias morando nas fissuras antes de conseguir autorização para ir de vez para o novo apartamento na moradia que os defensores de fora dividiam. Tinha recolhido todas suas poucas coisas e colocado dentro de uma mochila, então depois do trabalho pegou a mochila e foi andando até sua nova moradia.
Enquanto ia andando foi pensando em formas de convencer logo de uma vez Marcus a acatar logo seus planos e acabar de vez com a distribuição da droga.
Quando adentrou o pequeno apartamento, ficou completamente encantada, ele era minúsculo, tinha somente uma cama de solteiro, um birô de duas gavetas com uma luminária pequena e um pequeno armário, mas era limpo e tinha uma ótima localização. De sua janela podia ver o final da ponte.
Rapidamente arrumou suas coisas no armário e no birô, pegou uma muda de roupa e sua toalha e foi tomar banho. O banheiro era compartilhado por todos os moradores do andar, eram sete apartamentos. Nem todos os quartos de seu andar estavam ocupados, então não teria muita gente para dividir seu horário de banho.
Entrou no banheiro, era relativamente grande, no meio haviam duas pias e um espelho de cada lado. De frente para as primeiras pias tinham três cabines com privadas e do outro lado mais três cabines, mas desta vez com chuveiros. No momento tinham duas pessoas usando as pias, podia ouvir que um dos chuveiros estava ligado e também conseguia distinguir alguém cantarolando em uma das cabines de privadas.
A primeira pessoa a olhou e sorriu sem dentes voltando a olhar para o espelho, estava passando uns cremes em seu rosto. A outra pessoa um pouco mais a frente sorriu abertamente para Vi, era uma rapaz, ela reconhecia seu rosto de algum lugar.
- Olha só... Acabamos como companheiros de andar... Seja bem vinda.
- Me desculpe, mas eu não me lembro de onde eu te conheço...
- Eu estava na ponte no seu primeiro dia.
- Ahn sim, me lembrei agora.
- Eu sou Darius e essa é a Katarina, nós somos de Noxus, somos amigos de infância e entramos juntos na defensoria.
- Que legal. Meu nome é Vi.
A mulher começou a recolher suas coisas e foi saindo – Prazer...
Vi ficou sem saber o que dizer encarando a mulher indo embora.
- Ahn, não liga não... Ela é bem antissocial...
- Tá tudo bem.
- Deixa eu te falar... Aqui nesse andar nós só temos somente Alfas, o banheiro você já tá ligada que é compartilhado, não pode dar descarga enquanto o chuveiro tá funcionando, senão a água esquenta tanto que chega a ferver... E não é bom ligar os três chuveiro ao mesmo tempo senão não esquenta o suficiente.
- Certo.
- O uniforme você pode deixar aqui mesmo, logo daqui a pouco passa uma pessoa que pega pra lavar, aí eles deixam pendurado na sua porta para você poder usar amanhã. O quarto é limpo todos os dias e uma vez por semana eles trocam os lençóis... Ahn se você não quiser que limpe seu quarto por qualquer motivo, sei lá... É só deixar trancado. Eles até tem a chave reserva, mas não costumam usar.
- E vocês deixam o quarto aberto? Nunca deu nenhum problema?
- Não que eu saiba – Neste momento uma outra mulher saiu do banheiro enrolada na toalha quando finalmente um cara deu a descarga e saiu pelado já entrando direto para o banho – Esse mal educado que acabou de passar na minha frente é o Braun e aquela ruiva maravilhosa ali é a Sarah.
Vi ainda teve tempo de olhar para a mulher que vinha vindo enquanto se vestia, ela era realmente maravilhosa, tinha um corpo escultural e um sorriso de lado que tiraria qualquer um do sério – Prazer novata... – Falou indo embora em seguida.
- Nossa, ela é uma gostosa da porra...
- É sim...
- Bom, agora a parte mais chata de todas:  o seu quarto é de uso individual, e intransferível...  Então saiba que não são permitidas visitinhas noturnas, mas quando o cio de alguém chega a gente sempre dá um jeitinho de ajudar os amigos... A Sarah mesmo, ela é a mais solidária de nós.
- Ahn... Tá legal?!
Vi passou a se despir enquanto Darius resolveu finalmente entrar no banho. Ela ficou pensando no fato de que defensores Alfas transavam entre si nos apartamentos onde supostamente seria proibido... Caramba, ela não imaginava como poderia ser isso, nunca havia ficado com nenhum Alfa antes, mas se seu segundo cio fosse igual o primeiro ela possivelmente ficaria tentada em aceitar a ajuda.
Assim que o Grandão foi embora ela tomou seu banho e deixou o uniforme por lá mesmo, como seu novo amigo havia orientado, e foi se encaminhando até seu quarto. Estava muito cansada, então mal encostou a cabeça no travesseiro já caiu no sono.


(=^.^=)


Na manhã seguinte acordou com o primeiro toque do despertador e já foi se levantando e se trocando, saiu de seu quarto e foi descendo as escadas, estava no segundo andar e já haviam a avisado que no térreo tinha uma cozinha compartilhada por todos os moradores, lá era servido um café todas as manhãs.
Assim que chegou pode notar a presença de mais ou menos 20 pessoas e, para sua surpresa, o café superou bastante suas expectativas, estava esperando um café preto, no máximo algumas bolachas água e sal, mas havia uma mesa com pães e frios e além do café havia chá e leite e no fundo algumas frutas.
Rapidamente fez um lanchinho pra si e pegou um copo de café puro, se afastou sentando em uma mesinha isolada e comeu com gosto, estava com um pouco de fome, após terminar foi se encaminhando para o trabalho, porém se chocou com Sarah logo na saída.
- Nossa, foi mal...
A ruiva a encarou com aquele sorriso enigmático – Novata...
- Vi... Meu nome é Vi...
- Certo.
As duas passaram a ir andando em silêncio até a Delegacia, porém quando foram adentrar o prédio Sarah agarrou o braço de Vi, fazendo com que a zaunita franzisse a sobrancelha, de onde havia surgido aquilo?
- Bom colega, eu acredito que nós vemos mais tarde??
- Certo, até mais...
A mulher de cabelos rosados não estava entendendo por qual motivo sua nova colega de trabalho havia segurado seu braço daquela forma se antes ela mal havia dirigido qualquer palavra para si.
Vi hoje deveria trabalhar diretamente com o Xerife, mas ela não queria porque o trabalho com ele não rendia, ainda mais com o homem podando todas suas ideias. Então resolveu bater na porta de Caitlyn, entrou assim que a mesma a autorizou.
- Bom dia Caitlyn...
A mulher de cabelos azuis levantou o rosto no mesmo instante e torceu o nariz quase que de modo imediato – Estou vendo que você conheceu a Fortune!
- Quem é Fortune??
- A pessoa que fez questão de deixar os feromônios grudados em você...
- Sarah! Então foi por isso que ela agarrou meu braço?? Mas por quê?
A detetive suspirou profundamente enquanto pressionou as têmporas, ela realmente não estava a fim disso hoje...
- Ahn, foi por sua causa... – Vi disse animada, como se tivesse descoberto a resposta para uma questão muito difícil – Ela sabia que eu supostamente deveria te encontrar e que você sentiria o cheiro.
- Mas nós não deveríamos nos encontrar.
Caitlyn falou essa frase como se não fosse nada demais, como se estivesse pouco ligando se iria ver a zaunita hoje ou não. Esta sentiu um pequeno aperto na garganta, ela sabia que a outra mulher detestava feromônios Alfas, ainda mais quando o aroma ia invadindo sua sala, mas não havia necessidade de ser grossa, pigarreou antes de falar – Tá certo Detetive, bom trabalho.
Saiu sem esperar que a outra falasse qualquer coisa. Caitlyn suspirou e esfregou o próprio rosto, por que havia dito aquilo?? Ela poderia estar passando por maus bocados, mas a novata não merecia aquilo, iria se desculpar mais tarde.
Vi passou uma manhã conturbada, o Xerife parecia mais aberto as suas sugestões, mas hoje não conseguia se concentrar direito no trabalho, então tiveram uma manhã praticamente perdida.
Acabou indo almoçar mais tarde que o usual e quando estava entrando no restaurante pode ver Sarah e Orianna almoçando juntas, as duas pareciam amigas bem íntimas. Hoje realmente era o dia das bizarrices. Depois de almoçar foi voltando até a sala do Xerife, porém cruzou com Caitlyn.
- Own, eu queria realmente falar com você. Me desculpe por mais cedo, eu estou estressada com uma coisa e acabei descontando em você.
- Tá tudo bem, com licença que eu vou voltar ao trabalho.
- Hey, por favor não faz isso! Olha, eu realmente sinto muito mesmo... Eu entendo que você está chateada comigo, mas eu gosto demais disso que a gente tem!
- Isso que a gente tem?! Olha, eu realmente estava te considerando com uma amiga... Quer saber Detetive, eu já entendi tá certo... Eu não vim aqui pra ficar de amizadezinha com ninguém, muito menos pra ficar ficar levando patada, então vamos manter isso aqui no profissional.
Vi saiu andando e bateu na porta do Xerife, ela estava muito puta, nem entendia o porquê de estar tão brava. Iria enfiar a cara no trabalho e que o resto se danasse, quanto mais cedo terminasse esta nvestigação, mais rápido iria começar a trabalhar no andar de baixo e se afastaria da chefia.


(=^.^=)


Já era noite quando finalmente saiu da sala de Marcus, no período da tarde tinham avançado bem e podiam dizer que já tinham um plano praticamente formado, só precisavam terminar alguns detalhes e começar a treinar a equipe.
Quando estava passando em frente da sala da detetive de cabelos azuis sentiu um aroma diferente, pareciam feromônios Ômegas, mas isso era bem inusitado, não tinha mais nenhum Ômega neste andar além da Kiramman. Parou e farejou com mais intensidade, realmente estava vindo da sala de Caitlyn.
Vi ficou parada por uns instantes pensando no que deveria fazer, o aroma estava ficando a cada momento mais forte, era doce, porém não era enjoativo, era como se ela tivesse entrado em uma daquelas padarias chiques daqui de Piltover, aspirou profundamente mais uma vez, era um aroma muito bom.
Mas antes que passasse mais tempo bateu logo de uma vez na porta, recebeu uma confirmação para entrar logo em seguida então entrou, Caitlyn estava do lado de lá da mesa ela parecia bem alterada, com os olhos avermelhados. Do lado de cá da mesa estava a legista, ela tinha ficado brava pela interrupção.
A defensora sorriu de uma forma bem sarcástica para a legista, mas se dirigiu somente a detetive – E aí Cait... Você está pronta pra gente ir naquele lance?? – Fez questão de liberar feromônios, ela sabia que a loira não se afetaria por eles, mas ela iria sentir o cheiro pelo menos.
- A-Aquele lance?
- É... Vambora...  Vai Caitlyn levanta dessa cadeira.
- Certo – A detetive levantou com tudo e começou a andar até a porta.
- Espera... Como assim? Nós estávamos conversando Caitlyn.
Vi deu um passo a frente ficando entre as duas mulheres – Outro dia vocês podem continuar com esse assunto – Abriu a porta e ficou encarando a legista, está última levantou de sua cadeira e saiu pisando duro, fez questão de dar uma trombada na zaunita quando passou por ela, se olhares pudessem matar, Violet teria caído morta.
As duas começaram a descer as escadas, quando a novata olhou em direção a outra pode perceber que ela tremia levemente.
- Hey, você está com frio? – Recebeu um aceno de concordância – Tá, fica aqui... Não saí daqui por nada, tá bom?? – Recebeu mais um aceno. Então foi correndo até o seu armário e voltou com a sua jaqueta vermelha.
Entregou para a mulher mais velha e pediu que ela a vestisse, depois as duas saíram da delegacia e passaram a andar pelas ruas, depois de um tempo a zaunita perguntou – Onde diabos a gente tá indo??
- Eu não faço ideia – Caitlyn  olhava em volta tentando entender onde elas estavam – Caramba, nós viemos parar perto do hospital...
- Tá bom, tem algum lugar decente pra gente comer por aqui??
- Não...
Então as duas caíram na gargalhada e voltaram pelo caminho por onde tinham vindo, pegando desta vez a rua que daria na praça central, lá acabaram indo até um café. Todo esse trajeto haviam feito em silêncio.
Depois de escolherem algo para comer a detetive finalmente começou a falar – Obrigada Vi, de verdade mesmo, eu estava quase surtando lá.
- O que foi que aconteceu?? Ela encostou em você?
- Não, ela só me disse algumas coisas que me fizeram começar a pensar e eu não consegui reagir muito bem – Deu um sorriso amarelo – Hoje definitivamente não foi um bom dia... Eu agi de uma forma horrível com você.
- Fala comigo... O que aconteceu para te deixar daquele jeito logo de manhã?
- Minha mãe... Ela vem insistindo muito que eu deveria começar a agir como uma futura herdeira da fortuna deles e me compromissar com alguém elegível.
- Alguém elegível?? Um Alfa eu presumo!
- Eu já estava puta da vida aí você apareceu com os feromônios da Fortune, não consegui me segurar e acabei sendo grossa logo com você...
As duas permaneceram por um tempo em silêncio.
- Eu vi uma coisa bem estranha... A Fortune estava almoçando com a sua amiga legista. Eu conheci a Sarah ontem, ela mora no mesmo andar do meu apartamento. Nós viemos andando hoje pela manhã, mas aí do nada ela faz questão de me marcar para te irritar, aí a tal Orianna aparece e consegue te deixar descontrolada daquela forma.
Caitlyn olhou para o lado e uma lágrima escorreu pelo seu rosto – Por favor, eu não quero falar sobre isso.
- Tá bom, nós não precisamos falar sobre isso, só me prometa que se ela te encurralar dessa forma você não vai deixar... Você vai levantar e sair correndo de perto dela... Por favor, me promete.
- Ta certo.
- Você jura que ela só usou palavras? Ela não tentou encostar em você??
- Se ela tentasse encostar em mim eu iria saber me virar, as palavras dela conseguem me atingir bem mais...
Nesse momento o pedido delas chegou e as duas passaram a comer em silêncio.
- Eu posso te dizer uma coisa?
- Pode Vi...
Então a mulher de cabelos rosados olhou para a praça ficou por um tempo olhando o tempo, a outra chegou a tentar seguir seu olhar para tentar entender o que de tão interessante havia no local.
- Eu gostei... – A defensora estava completamente avermelhada – Do seu aroma eu quero dizer...
- É sério?? Você não achou enjoativo? – Neste momento o aroma chegou mais uma vez no ambiente, a detetive não sabia onde enfiar a cara.
Na mesma hora Vi a olhou e inspirou profundamente – Sim é sério... Seu aroma é uma delícia, não é nem um pouco enjoativo, parece... Parece um cupcake.
- Ahn meu Deus – Caitlyn  na hora levou as mãos até o rosto o cobrindo – Eu não tô acreditando que você falou isso... Um cupcake??
- Sim... Pensa comigo, você é bonita, fofa e cheira bem... Um perfeito cupcake.
Então elas caíram na risada, ficaram alguns segundos se encarando em silêncio até que Caitlyn resolveu completar – Eu também gosto do seu aroma, me lembra muito uma cabana que eu estive uma vez, a cabana tinha um cheiro bem forte de cedro.
- Então eu cheiro igual uma cabana velha??
- A cabana não era velha... Ela tinha sido recém-construída...
- Ahn ta, que bom... A cabana era nova.
- Ahn meu Deus, como você é implicante... Seu aroma lembra sim cedro, mas também tem um toque cítrico e lembra muito pimenta rosa...
- Toque cítrico, tipo limão??
- Hum... Tipo sabe aquele cheiro que fica quando você raspa limões pra poder fazer, sei lá... Um biscoito...
- Sei, mas eu não sei o que seria pimenta rosa.
- Na época de pimenta rosa eu te mostro o que é... Na verdade é um planta que se chama aroeira e ela dá umas frutinhas vermelhas, quando você morde tem a sensação como se tivesse comido uma pimenta mais fraca... É gostoso, eu gosto muito de sobremesas com ela ou drinks também.
A Alfa a olhava completamente encantada, quando estava junto da mais velha não conseguia se sentir uma burra como se sentia com os outros, mesmo sempre aprendendo algo novo sempre, com ela era somente um experiência muito boa.
- Tá... Você me fez parecer uma criança agora... Você praticamente descreve o aroma de um perfume e eu só disse que você  cheira igual um cupcake... Você tem que me deixar tentar de novo...
- Como assim??
- Exala mais um pouco pra eu sentir... – Vendo que a outra franziu a sobrancelha completou – Vamos, deixa eu tentar entender os cheiros.
Caitlyn sorriu envergonhada, mas liberou um pouco mais de seus feromônios que foram rapidamente captados pela mulher ao seu lado.
- Definitivamente tem um cheiro de algo doce de comer, tipo como é o nome daquelas favas que fazem os cremes??
- Baunilha??
- Isso: baunilha, tem também alguma fruta talvez laranjas??
- Quase isso...
- Tangerinas? – Recebeu um aceno confirmatório – Mas tem mais alguma coisa, eu não sei dizer o que é, mas é um cheiro reconfortante...
- É manjericão...
- Manjericão?
- Sim, é uma erva muito utilizada como tempero...
- Eu sei o que é, mas eu nunca vi, nunca comi.
- Bom, podemos dar um jeito nisso.
- Eu ficaria muito feliz em provar... Assim eu poderia dizer que conheço muito bem cada nuance do seu aroma... – Caitlyn ficou completamente vermelha após essa fala da outras – Tá vendo... Eu também sei falar bonito...
Caitlyn se virou para olhar a outra, e ela a encarava de volta de uma forma bem penetrante, a detetive teve que suspirar profundamente, não queria assumir, mas essa proximidade com a novata estava começando a mexer consigo.
- A conversa está muito boa, mas eu realmente preciso ir, não quero chegar tarde no meu segundo dia no dormitório.
- É melhor nós irmos mesmo – Caitlyn se adiantou para pagar a conta, mesmo com a negação da outra, ela insistiu dizendo que tinha agido como uma idiota mais cedo, então era mais uma forma dela a recompensar. Quando foi começar a retirar a jaqueta Vi a impediu, disse que pegaria consigo no dia seguinte.


(=^.^=)


Caitlyn tinha acabado de chegar em casa e se jogou no sofá sem nem retirar as botas, não conseguiu deixar de sorrir.
Começou a brincar com a jaqueta de Vi, apesar de ser mais alta que a novata a jaqueta tinha ficado enorme em seu corpo devido aos músculos da outra, então fechou ainda mais a peça em seu corpo e se aconchegou melhor no sofá.
Não conseguiu evitar a vontade de virar o rosto e inspirar profundamente o aroma da Alfa. Deu uma gargalhada sozinha – Deuses, o que está acontecendo comigo?? – Perguntou em voz alta.
Deu mais ia risada ao lembrar que usou a desculpa de ter discutido com sua mãe, quando que na verdade o que a tinha deixado fora de si foi sentir um aroma Alfa, e não foi somente o fato de sentir o tal aroma, foi o fato dele estar no corpo de Vi...
Sua vontade foi escorraçar a mulher na sua frente e fazer ela se limpar, dizer pra ela só voltar quando estivesse se livrado daquele odor insuportável.
Pensou nisso enquanto estava grudada na jaqueta da outra, tendo o aroma ao seu alcance, qual era a diferença entre os dois feromônios? Por que o de Vi não a incomodava, na verdade chegava a acalmar mais do que gostaria de admitir.
Quando estava em sua sala no começo da noite e viu a zaunita entrar e liberar seu aroma pelo ar sentiu como um bálsamo, toda a ansiedade e medo que estava sentindo segundos antes sumiram, ela conseguiu lembrar quem era e que nada do que Orianna havia falado poderia a afetar de verdade.
A legista havia entrado em sua sala e contado algumas fofocas que a deixaram desesperada, entre várias coisas disse que sua mãe estava mais uma vez arranjando um casamento arranjado para si e chegou com a novidade de um rumor de um possível romance entre Vi e Fortune.
Ela podia ter tirado a limpo essa história, mas ela sabia que no fundo não precisava, era uma história absurda. A zaunita odiava Alfas, ela só poderia querer ter algo com outra Alfa no máximo se estivesse no cio e isto ainda demoraria para acontecer.
E por que isto a incomodou tanto?? Nem o fato de sua mãe estar possivelmente arranjando um casamento tinha a abalado tanto.
Inspirou mais umas vezes o aroma da outra antes de finalmente tomar coragem e subir para se trocar... Tomou um banho e vestiu um pijaminha leve porque estava uma noite relativamente quente, mas quando olhou a jaqueta jogada em sua cama não resistiu e voltou a vestir a peça novamente.
Resolveu ignorar o fato de que estava agindo de uma forma completamente estranha e desceu até a cozinha, sentiu uma vontade estranha de preparar alguma comida para seu almoço no dia seguinte, analisou suas opções e resolveu fazer uma pasta e frango a milanesa, já tinha mesmo os bifes temperados, então enquanto o macarrão cozinhava ela empanou dois bifes e os fritou.
Verificou o macarrão, já estava no ponto que gostava, rapidamente desligou o fogo e escorreu a massa, ficou um tempo pensando, não estava a fim de comer molho vermelho, e fazer um molho branco agora estava fora de cogitação, então olhou pela janela da cozinha e viu seu canteiro de ervas.
Sorrindo foi até lá e pegou um belo chumaço de manjericão, faria um molho pesto, pegou o liquidificador e colocou a erva recém lavada, um pouco de nozes, queijo parmesão e ligou jogando aos poucos azeite.
Quando olhou a quantidade de comida ficou um pouco parada, era óbvio que era muito comida pra si, ela inconscientemente tinha começado a fazer tudo pensando em convidar Vi a almoçar consigo. Então mesmo inconformada pegou duas vasilhas e colocou seu futuro almoço, guardando, em seguida, na geladeira.
Resolveu abrir uma longa neck de cerveja, sua cabeça estava a mil, nunca havia se sentido assim na vida, não podia evitar de se achar uma imbecil por tudo que estava passando por sua cabeça.
Ouviu a campainha e foi logo abrir, deu de cara com seu amigo de infância Jayce, ele estava com um envelope nas mãos.
Mas antes mesmo do homem conseguir sorrir sentiu um aroma Alfa, estranhou imediatamente, quando observou melhor a amiga parada em pé conseguiu notar a jaqueta grande demais e arregalou a boca.
- Ahn deixa de ser idiota, entra logo...
- Você está transando com algum Alfa??
- Não... Essa jaqueta é de uma companheira de trabalho, ela me emprestou e ao ouvir a campainha eu vesti pra poder abrir a porta...
- Por quê??
- Como assim por que?? Você queria que eu abrisse a porta de pijamas?? – Pegou uma garrafa de cerveja e entregou ao amigo
- Como se você não conseguisse perceber que era eu...
- Nem vem começar a soltar feromônios na minha casa. Você sabe que eu odeio E para de me cheirar, isso é no mínimo invasivo demais....
- Por que não parece que você acabou de colocar essa jaqueta? E quem é essa companheira?? Por que ela te emprestaria essa jaqueta? Mal começou o outono...
- A Orianna me falou um monte de merda e eu não estava legal, a Vi percebeu e me tirou de lá, então como eu estava tremendo muito ela me emprestou a roupa...
- Vi?? Vi do quê??
- Vi de não te interessa, o que você quer aqui mesmo??
- Eu vim te trazer isso, são aqueles papéis que você me pediu.
- Ahn, muito obrigada Jay... Isso vai ajudar muito no caso do banqueiro, valeu mesmo...
- Só mais uma coisa... Por que você ainda está vestindo a jaqueta?

Seu aroma me enlouque ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora