𝐼𝑛 𝐴𝑛𝑜𝑡ℎ𝑒𝑟 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑡𝑦 - 𝐻𝑎𝑟𝑟𝑦 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟

O Frio

O tempo parecia esfriar cada vez mais, todos estavam preocupados mas suas expressões não deixavam aparecer. Sentada na escada fria e dura do palco do Salão Principal, observando o que cada um fazia, pareciam felizes demais naquele momento. Veja só. Estamos sozinhos, que mal teria nisso? É disso que eu me preocupo. Sozinhos. Uma pequena equipe de grifinórios tentou atravessar o Hogsmeade de vassoura, mas disseram que algo impediu eles. Fico me perguntando o que será. 

Tom está vindo em minha direção carregando uma garrafa de suco de abóbora. Como um cachorro. 

Tom: Boa noite líder — ele se senta ao meu lado e me oferece a garrafa.

Líder? Não posso negar que meu ego é facilmente manipulado. Rio com escárnio abaixando minha cabeça e antes mesmo dela subir meus olhos estão olhando sobre minhas sobrancelhas, Harry. 

Você: Merda — me levanto rapidamente e desvio o meu olhar aos olhos esverdeados de Tom. São bonitos — obrigada — agarro a garrafa. 

Tom: Estão pensando em fazer uma festa de comemoração.

O suco de abóbora acabará de passar por minhas vias nasais. Como arde! Cuspo tudo para fora indignada com o que eu acabo de ouvir. Só podem ter enlouquecidos. São como crianças.

Você: Eles não podem estar falando sério — gargalhei, enfurecida — O que esses merdas tem na cabeça? Não sabemos quanto tempo vamos ficar e eles querem fazer farra? Olha que imbecis.

Tom está perplexo sentando e me olhando com as bagas arregaladas. Ele está participando disso. Mordo meu lábio inferior respirando fundo para não fazer nada imprudente. Esse... 

Você: Eu não quero saber — respiro fundo — boa festa à vocês — me levanto deixando a garrafa na escada — Se divirtam — dou as costas e ando. 

Eu estou irritada. Sim, eu estou. Tudo isso está me deixando maluca e Harry... Ah Harry, doce Harry, eu faria atrocidades por ele mas sei que não posso. Queria ele agora. 

Passo por meus amigos grifinórios que jantam na mesa, Hermione me olha minuciosamente e dispara um sorriso leve no rosto. Eu amo ela. 

É madrugada, não sei dizer o exato, talvez três da manhã. Estou dormindo na biblioteca, igualmente Hermione que dorme com bichano sobre a barriga empaturrada ainda da janta. A chuva começou a ficar mais forte, batendo nos janelões de vidro da biblioteca assustadora quando as luzes estão apagadas. Os raios me impedem de dormir, tal como meus pensamentos que me sufocam e me pedem para matá-los de algum jeito. Minha cabeça está explodindo e todos os meus remédios haviam acabado, apanho minha varinha de baixo de meu travesseiro. Lumus. Todos estão dormindo mas há algumas camas sem seus visitantes, quase danço sobre todos tentando não pisar em seus sacos de dormir, como foi difícil. 

O corredor está vazio, sem sinal de ninguém, o chão está gelado e minhas pantufas... eu esqueci. A enfermaria fica um pouco longe daqui, e sem as luzes nos corredores fica um pouco aterrorizante isso. Malditos bruxos, por que sempre inventam baboseiras para seus alunos. Me aproximo do Salão Principal e as portas estão fechadas. Engraçado. Abro uma fresta e coloco meu olho para observar. Esses canalhas. A música está alta e tem tanta gente que nem posso contar. Fred e George estão dançando sobre a mesa com gravatas em suas cabeças e as blusas abertas. 

Sapateio no chão, me descabelei, grito imensos palavrões... Esses filhos da p*ta! Eu estou furiosa. Como são burros, lerdos, tontos, inúteis, idiotas, otários, rebeldes, demônios, desgraçados. AH! Eu quero moer cada um deles. Esses merdas.

Miguel: Calma-lá, para que tantos nomes lady? —  suas mãos estão em rendição — Só não soca a parede, te dará um grande prejuízo — cochichou sorrindo.