A única exceção havia sido no dia do interrogatório, na casa da família Rodriguez, em que ele me deixou enxergar como aquilo o machucava.
E a outra exceção, estava sendo aberta agora, e eu nem fazia ideia do porquê.
Mordo o lábio inferior, chateado comigo mesmo por ter o tratado dessa forma, piorando a situação.
- Eu sinto muito pela maneira como falei, não queria te ofender. - Ele para o carro e eu encaro o sinal, que acaba de ficar vermelho. - É só que essa tensão no ar está me deixando maluco, de verdade.
Ele pigarreia, dando de ombros. Meu coração erra algumas batidas quando ele franze o nariz e o queixo dele treme, mostrando um pouco de vulnerabilidade, mas logo ele se recompõe.
- Eu odiei ver você assim. - Confesso, me sentindo perdido. - Você está incomodado com algo e eu sinto que sou o responsável por isso, então você pode ser maduro e me dizer o que está acontecendo? - Uso o tom de voz mais doce que consigo, me sentindo ridículo.
Mas é o que preciso fazer para resolver esse problema.
- O que você fez mais cedo...
Ele faz uma pausa, comprimindo os lábios.
O que eu fiz mais cedo? Vasculho a minha memória em busca de alguma coisa que me indique o que foi que eu fiz, mas não consigo pensar em nada além de...
Ah, não.
Não pode ser isso...
Pode?
- Sobre o velho? - Indago, assistindo ele afirmar com um aceno. - Não entendi, eu só estava...
Ele estende o indicador, como se pedisse por silêncio, interrompendo a minha fala.
Eu apenas obedeço, visto que não é a minha hora de falar. Estamos aqui para jogar na mesa a razão de ele estar se sentindo assim, e não de me explicar.
- Eu sei que você estava tentando me proteger, defender ou seja lá o que aquilo tenha sido. E eu realmente sou grato pela sua gentileza e tentativa de evitar o meu desconforto. - Diz ele, com a voz levemente embargada.
Espero que ele não comece a chorar, porque eu não vou saber o que fazer para acalmá-lo.
- Eu não estava tentando te proteger, nem nada disso. Eu só queria colocar o velho no lugar dele, mas por que isso te deixou chateado? - Questiono, realmente curioso.
O sinal fica verde e nós voltamos a ficar em movimento.
- Olha, eu sei o que aquele velho estava tentando fazer, comandante. Os caras agem dessa maneira o tempo todo comigo, sabia? Estou tão acostumado com toda essa merda, mesmo que eu não deva, até porque eles estão errados e eles que devem buscar se corrigir. - Escuto com atenção, encarando a estrada com o coração na mão, me sentindo péssimo.
Me sinto chateado, furioso e confuso.
Sobretudo, empático.
Mas os meus sentimentos não importam agora, e sim os dele.
- Eu sinto muito que você tenha que passar por isso, Park.
Ele sorri, mas é um sorriso tão triste que dói. Machuca muito.
- Todos sentem. - Diz ele. - Mas eu não preciso que as pessoas me defendam. Eu também sei lidar com isso da minha maneira, tudo bem? A maneira como você agiu me fez pensar que você acha que sou indefeso ou algo do tipo. Eu odeio que as pessoas me vejam assim, parecendo frágil. É como se tivessem projetando um fetiche em mim, sabe? O garoto loirinho do corpo bem feito que precisa da minha proteção, um macho forte, grande e raivoso. Odeio isso, odeio tanto. - Ele desabafa, desacelerando o carro para estacionar ao lado da calçada de uma rua pouco movimentada.
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Korean Killer • Jjk + Pjm
FanfictionPoderia, o caso, aparentemente sem solução, de um assassino em série, causar uma catástrofe emocional? O agente especial Park Jimin não contava com essa possibilidade, quando desembarcou na sede do FBI, ao ser designado para liderar a equipe da forç...
Era uma vez um taco de golfe
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