Havaí para Washington

Start from the beginning
                                    

Me pego pensando em tudo o que envolve essa situação, me sentindo pequeno.

Se uma equipe profissional de agentes não foi capaz de fazer um bom trabalho sobre este caso, o que eu poderei fazer então? Mesmo que eu seja o melhor no que faço, não posso passar por cima da palavra dos meus superiores, tenho que seguir um protocolo e muito provavelmente esse protocolo proíbe mais informações de serem reveladas.

Taehyung abre uma garrafa de água, dando alguns goles antes de falar: - Eu fiquei surpreso que eles não divulgaram sequer a causa da morte das vítimas, ou então a assinatura do assassino. Provavelmente compraram todos os jornais para não divulgarem fotos das vítimas para não comprometer a investigação. Você sabe, os jornalistas são os primeiros a chegar em casos como esses e muitas vezes acabam por estragar tudo.

Principalmente em lugares públicos como os que as vítimas estão sendo deixadas. Os jornais definitivamente estão sendo comprados para não liberarem nenhuma informação a respeito do caso.

Eu imagino o porquê.

- São uns ratos. - Digo, contendo minha raiva. - O tanto de pessoas que morreram porque a cobertura deles atrapalhou o nosso trabalho não é brincadeira.

O caso Eloá que o diga. Pobre menina que teve a vida ceifada pelas mãos de um homem cruel, que agiu em resposta à transmissão de um jornal televisivo, no Brasil.

- Sim, mortes que poderiam ter sido evitadas se não fosse por isso. - Dá de ombros.

E como poderiam.

Mas estes veículos nunca são, e nem serão responsabilizados por suas ações.

- Enfim, eu fiz uma pequena avaliação sobre o suspeito. Nada muito aprofundado, mas que dá abertura para a construção de um perfil mais elaborado. - Digo, e ele gesticula para que eu continue a falar, atento. - Bom, ele parece ser um cara confiante já que faz questão de deixar os corpos em lugares visíveis e isso é óbvio.

Kim concorda, me dando toda a sua atenção.

- Ele sabe que se mistura entre as demais pessoas, então provavelmente é um cara simpático ao mesmo tempo em que é introvertido. Suponho que suas características se encaixem no padrão de beleza dos norte americanos, o que faz com que ele não seja visto como diferente ou suspeito.

- Sim! Ele pode ser um homem branco com características comuns, ou meio delicadas para não ser visto com maus olhos. Você sabe como essas pessoas não podem ver um cara negro que já o apontam como suspeito de qualquer merda.

É triste, repugnante, mas é a verdade.

Como eu queria que a realidade fosse diferente.

- Prossiga, por favor. Adoro como você fala.

Sorrio, me sentindo empolgado.

- Hm... Ele tem feito vítimas em mais de um estado, então com certeza se mantém fazendo alguns bicos próximo onde fica hospedado, a não ser que seja algum herdeiro ou algo do tipo. Como não se tem muita informação sobre ele, suponho que ele é muito meticuloso, então isso me leva a pensar que ele tem um veículo próprio comum ou viaja pegando carona nas estradas conquistando a simpatia de alguns caras. Mesmo que seja confiante, ele não arriscaria expor o próprio rosto no meio de tantas pessoas e tantas câmeras num lugar como um aeroporto.

Kim me escuta com atenção, erguendo ambas as sobrancelhas a cada observação diferente que eu dou, da qual ele não tenha pensado a respeito.

- O tempo entre uma vítima e outra não tem muita estabilidade também, isso pode ser visto de duas formas. - Digo. - Descarto a de que ele é descontrolado, afinal, ele age com muito cuidado.

Korean Killer • Jjk + PjmWhere stories live. Discover now