A GAROTA POR TRÁS DA MÁSCARA - LIVRO UM (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)

Capítulo Quarenta e Quatro (PARTE I)

Nos separamos quando escutamos a porta ser aberta. Adam entra, ele parece tão esgotado e me preocupo, mas não devo estar muito diferente.

- Podemos ir pra casa.

Concordo com a cabeça e deixo que Adam me auxilie a sair do quarto.

- Onde está a Annie? - Pergunto a ele.

- Em casa. Pedi que Ametisth ficasse de olho nela e na Roxanne. Ficar aqui não estava sendo bom para as duas. Tem viaturas lá com elas.

- Entendi.

Não saio do hospital sem antes falar com Jacob e implorar que ele me mantenha avisada sobre a situação de Abigail. Vou no banco de trás do carro de Electra junto com Adam, abraço meu marido de lado e descanso minha cabeça no peito dele enquanto escuto Electra e Justin conversarem baixinho nos bancos da frente. Lembro-me então que eles haviam saído para procurar pistas do paradeiro de Michael.

- Vocês conseguiram descobrir algo? - Pergunto cortando a conversa dos dois.

- Conseguimos, viram ele e o carro que ele estava usando. - Sinto meu coração bater mais forte no peito. - Já passamos a informação pro Jacob e para os outros policiais que estão no caso, eles devem começar a procurar nos arredores.

Sinto Adam me apertar um pouco mais contra ele.

- Os policiais queriam falar com vocês, eu pedi que eles nos encontrassem lá em casa. Eles já devem estar lá a essa altura.

- Tudo bem.

- Uma das testemunhas alega ter visto ele com uma criança, - Electra solta alguns momentos depois.

Dessa vez sou eu a apertar o Adam. Ficamos o resto do caminho até em casa em total silêncio. Peço mentalmente que meu filho esteja e continue bem.

Pela primeira vez em anos sinto uma tristeza profunda ao entrar na casa que chamo de lar. Há alguns brinquedos do Sebastian espalhados pela sala e fotos dele por todos os lados. Começa a ficar mais difícil para respirar.

A sensação de pânico vai tomando conta de mim aos poucos.

Eu só queria o meu filho.

Uma voz infantil me desperta e começo a seguir o som vindo da cozinha. Noto ao passar pela sala que há dois policiais sentados no sofá, nos aguardando como Electra havia avisado, mas passo por eles direto os ignorando completamente. Meus passos são apressados e tenho a sensação de levar uma eternidade até conseguir chegar à cozinha. Paro ao passar pela porta e sinto meu coração se acalmar um pouco ao olhar para a cena à minha frente.

Annie, Roxy e o filho de Amethist, Henry, sentados à mesa comendo biscoitos e desenhando em papéis. Sem pensar duas vezes, vou até a minha filha e a pego no colo, apertando seu corpo contra o meu. Sinto seu cheiro tão familiar e passo a mão pelos seus cabelos dourados diversas vezes. Eu não queria soltá-la nunca.

- Mamãe! A senhora tá melhor agora? A tia Electra disse que você tava dodói.

- Tô sim pequena, foi só um mal estar rápido. A mamãe tá bem melhor agora.

- Que bom mamãe! Então eu posso mostrar meus desenhos pra senhora? A mamãe do Henry disse que eu devia esperar você ficar melhor pra mostrar.

- Claro, querida, me mostre os desenhos.

Ocupo a cadeira que Annabeth estava sentada antes e a deixo no meu colo. Logo que nos sentamos ela começa a me mostrar os diversos desenhos que ela fez enquanto esperava eu voltar do hospital.

- Essa aqui é nossa família, - Ela conta apontando para o último desenho da sua pilha. - Eu, a mamãe, o papai, a titia e o Seb. - Ela vai apontando um por um no desenho como se estivesse cantando.