Capítulo 11

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Eles não falam mais sobre isso. Louis tenta perguntar para Harry se ele quer procurar alguma ajuda profissional, ou falar para a polícia, ou alguma coisa. Mas Harry sempre se fecha, começa a soluçar e tremer, 'por favor, Lou, eu não quero falar sobre isso', soluça mais forte e então pede leite com morango. Louis irá suspirar, encher um copo pra ele, e então envolver seus braços em volta dele e o segurar o mais apertado que ele precise.

(A briga:

"Harry, o método de 'perdoar e esquecer' é uma merda. Você não perdoa uma pessoa dessas; você não perdoa coisas imperdoáveis."

"Vai embora."

"Harry-"

"Apenas vá embora!"

Louis iria retornar no dia seguinte com uma incoerente, mas genuína desculpa, se recostar contra a porta de Harry e dizer isso através da madeira.

"Harry, olha. Eu sinto muito por ter agido daquela maneira ontem. É você quem passou por tudo isso - bem, ainda está passando, eu acho - eu só - eu não quero você pensando que o que ele fez pra você foi certo, porque não foi. Só - por favor, me deixe entrar. Eu - eu sinto sua falta."

A porta abre, e Harry estava lá com os braços abertos e uma desculpa que ele iria murmurar contra o pescoço de Louis.)

Eles se aproximam mais, afinal. Harry não está escondendo mais nada de Louis. Ele o contou que foi sexualmente, fisicamente, e emocionalmente abusado, e Louis nunca fez perguntas. Ele lutava contra um lábio trêmulo, e todas as lágrimas que ameaçavam cair por suas bochechas, e foi forte por Harry. Todas as pequenas coisas que ele escondeu antes, finalmente faziam sentido. Louis entendeu, mesmo que não tenha entendido.

Louis passa a maioria de seus dias e noites com Harry. Eles não compartilham a mesma cama, mas há um mar de travesseiros e edredons e cobertores no chão, e eles iram dormir lá juntos.

Louis sempre usará um pouco do seu dinheiro extra para comprar alguma coisa fofinha pra Harry. Coisas que ele merece ter. Harry merece muito. Ele geralmente compra velas, porque quando Harry está pra baixo, assistir as chamas tremeluzirem e a cera derreter faz com que ele se sinta calmo. Louis assistiu Harry sentar em frente a uma vela nova até acabar, e o aroma de chiclete tomar conta do ar.

Alguns dias ele irá faltar à aula. Abrir as cortinas da porta de vidro de correr da sacada de Harry, e abrir uma frestinha da porta. Eles irão sentar com copos quentes de leite com morango, assistir a noite cair e se envolverem com cobertores. Louis pintará as unhas de Harry com cores quentes pra aquecer seu corpo, beijar os nós de seus dedos, e pressionar seu rosto ruborizado na palma da mão de Harry.

Louis está tão apaixonado por Harry que chega a doer. Ele não se importa com o quão óbvio ele é. Ele quer que Harry saiba que ele o ama, ele quer que ele saiba e sinta, e que perceba que existe amor bom. Mas aqui está, isso é tudo o que Louis pode fazer. Ele pode fazer pequenas, súbita coisas para tentar e deixar Harry saber, mas ele não pode apenas dizer, ou iniciar algo entre eles dois. Harry passou por muita coisa, e Louis não pode machucá-lo, ou assustá-lo, ou danificar a forte amizade que eles têm de maneira alguma. Ele tem que se certificar que Harry está bem - e isso vem antes dos seus desejos e necessidades, isso vem primeiro - e tem esperança de que um dia alguma coisa pode acontecer entre eles. Tem esperança de que um dia Harry ficará bem.

E ele sabe que Harry nunca ficará bem, não depois de tudo o que aconteceu. Sons altos sempre irão cercá-lo e fazê-lo tremer em espanto, assim como paredes pintadas de marrom claro e marcas vermelhas em um mapa. Ele não está esperando por Harry ficar bem, ele está esperando até que ele esteja estável o suficiente. Ele está esperando pela permissão de Harry para ele se aproximar.

STRAWBERRY MILK FIC [tradução português)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora