Capítulo 45- Posso explicar

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Eu estava sentado no enorme sofá da casa do Hoseok. Ele havia subido para o segundo andar, dando mais privacidade para mim e Mia.

Olhei no relógio eram quase três e meia da madrugada, eu precisava voltar para a casa da Beatriz. A campainha tocou, meu coração acelerou sabendo que era ela.

Abri a porta me sentindo um intruso recebendo ela na casa de outra pessoa.
O que havia acontecido com a minha vida? Eu tinha perdido todo o controle dela. Uma sensação de ser um enorme perdedor me invadiu.

-Oi- ela disse com uma voz baixa. Me olhava com uma mistura de receio e tristeza.

-Oi- respondi abrindo mais a porta para que ela entrasse.

Senti uma vontade urgente de abraçá-la, mas me contive.

-Sente-se.

-Você pediu pro Hoseok me chamar? Porquê?

Me sentei do lado dela e me virei para que pudéssemos ficar frente a frente.

-Antes de tudo, Mia, eu queria te agradecer por ter me dado outra chance de entrar na sua vida.

-Namjoon, não começa.

-Espera, deixa eu falar. -pedi com a voz baixa - Sei que foram poucos, mas os nosso momentos juntos foram perfeitos, até mesmo as aulas onde a gente não falava nada, mas só a sua presença me acalmava.

-Porque isso parece uma despedida?- ela me olhou com os olhos marejados.

-Porque é.

-Mas agora o Vince não tem nada contra você, porque você vai permanecer nessa situação? Isso é idiotice Namjoon!

Mia se levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro.

-Eu tenho motivos.

-E eu não mereço saber deles?

-Acredite Mia, é melhor você não saber.

Mia soltou um grunido de frustração e passou a mão pelos cabelos soltos.

-Porque eu amo um cara que não tem vida descomplicada e sabe se comunicar? - ela andava de um lado para o outro - Por que você não pode ser só um professor de faculdade, solteirão?

Ela voltou a se sentar ao meu lado no sofá.

-O que você disse? -perguntei me aproximando.

-Nada- disse soltando outro longo suspiro de frustração.

Um sorriso discreto apareceu em meus lábios, era inevitável imaginar esse cenário, uma vida bem mais simples, só eu e ela.

-Você está mais calma em relação a sua profissão? - perguntei.

Mia olhou para a porta que dava para os fundos da casa, dali era possível ver a enorme piscina iluminada com uma lâmpada azul, refletindo as luzes do restante da casa gigantesca.

-Acho que sim, querendo ou não, Beatriz ter me sabotado me deu mais tempo para me dedicar ao jornalismo, e Jimin tem sido um chefe incrível me deixando trabalhar livremente. Nem falei mais em sair da empresa, eu sinto que agora quero realmente ficar.

Assenti com a cabeça. Me senti mais aliviado em saber que o livro não era mais um sofrimento para ela.

-Sim, você deve fazer o que te faz bem- eu sabia da minha hipocrisia ao falar aquilo, mas o que me fazia bem era saber que Mia estaria a salvo.

-Eu vou voltar a fazer o que eu mais gostava de fazer com o meu pai. Infelizmente parei quando ele faleceu, não sei se foi por medo de continuar sem ele ou se foi por raiva de não poder mais fazer com ele.

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