15.

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O feriado de ação de graças veio e foi e logo estávamos voltando à nossas rotinas. Michael voltou para o campus no domingo a tarde e, embora eu odiasse ter que me despedir dele, ficava feliz ao saber que ele estava indo embora menos preocupado do que havia chegado, uma vez que a situação comigo e Aidan havia se amenizado.

Enquanto os Crimson Knights se aproximavam das finais do campeonato estadual, faltando apenas mais um par de eliminatórias para que o time chegasse lá, lutando pelo título de campeão novamente, eu me preparava para minha própria competição, participando dos treinos e me aproximando dos ensaios finais, bem como meus amigos.

— Vocês estão tão bem. — eu sorri para Jax, orgulhosa ao assistir o quanto ele e Val estavam sincronizados. Era um verdadeiro espetáculo assisti-los juntos e a habilidade artística e técnica deles era apenas ainda mais evidenciada pela química que havia entre eles.

— Valeu, Alli. — Jax sorriu de volta. Val se aproximou de nós também, soltando seu cabelo e balançando-o um pouco antes de puxá-lo e prendê-lo em um novo rabo de cavalo.

— O ego dele já é grande o suficiente sem ninguém elogiando, amiga. — Val disse, provocando o namorado, recebendo um olhar afiado do mesmo.

— Ela estava elogiando você também, sabe? — ele apontou — Garota má.

— Oh, por favor. — Val balançou a mão, dispensando-o antes de se virar para mim — Nós ainda vamos fazer a última noite na sua casa esse ano?

— É o plano. — eu respondi. Todo ano, alguns dias antes da competição, meu grupo de amigos tinha a tradição de se reunir uma noite para um momento de descontração muito necessário. Naquele momento, só a bolha que criávamos importava, só as risadas, as conversas e os filmes ruins que acabávamos assistindo, nada mais. De alguma forma, isso nos deixava mais leves, e leveza era o que precisávamos para encarar os momentos de tensão que seguiriam.

— Eu vou levar cupcakes. — Val anunciou, acrescentando em seguida — Não se preocupe, são aqueles falsos feitos com abacate mas que ainda parecem puro chocolate e são deliciosos.

—Bom saber. — eu sorri — Eu vou repassar mais uma vez. Vocês já estão indo?

— Sim, encerramos por hoje. — Jax disse, passando um braço ao redor da cintura de Val — E eu estou levando essa garota para jantar hoje.

— Garota sortuda. — eu pisquei para Val, que sorriu — E falando em encontros, parece que Gabe está realmente se empenhando com a Jas. Ela estava furiosa, e quase desesperada, com o buquê de flores que entregaram no armário dela hoje.

— Ela só não quer admitir derrota. —Val balançou a cabeça.

— Gabe não vai recuar também. — Jax adicionou — Mas se você quer falar em encontros, senhorita Hastings, talvez eu deva perguntar sobre um certo jogador de hóquei que sempre vem passear por aqui e que tem corações nos olhos.

—Você não vai deixar isso passar nunca, não é? — eu disse e ele balançou a cabeça, mas havia um sorriso suave em seus lábios e, pela primeira vez, eu parecia não ter mais argumentos – ou talvez mais poder de persuasão, inclusive para comigo mesma – para contrariá-lo.

— Alli. — Val pousou a mão sobre o meu braço — Você gosta dele, amiga. Não deixe qualquer insegurança te impedir de viver isso, nem o seu foco sobrenatural na patinação. Não se feche completamente ou você pode acabar perdendo algo incrível.

— Eu estou tentando. — eu confessei, o que talvez tenha sido uma surpresa para nós três, uma vez que era a primeira vez que eu admitia ter sentimentos por Hunter em voz alta. No fundo, eu sabia que Val estava certa, que não seria justo principalmente comigo mesma se eu não me desse ao menos a chance de sentir o que eu estava sentindo e de viver aquela experiência. Eu não podia deixar quaisquer motivos que minha mente inventasse entrarem no caminho, especialmente qualquer paranoia que eu podia criar depois de meu último relacionamento, afinal, a essa altura, eu era perfeitamente capaz de perceber o quão diferente de Ben Hunter era, e no melhor sentido possível.

The Colors BetweenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora