Capítulo Xlll

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Na manhã seguinte, Evan se levantou sem pressa alguma. Não havia conseguido pregar os olhos a noite. Continuava surpreso por Lizzy ter aceitado sua proposta.
Ele sabia que ela o desejava, mas ainda sim, se perguntava porque ela o aceitou agora. Começara a pensar que Lizzy estivesse apenas demonstrando gratidão, por isso, havia lhe dito sim.
Evan limpou esse pensamento de sua mente, Lizzy nunca agiria dessa forma. Ela o quis, essa era a verdade que pensaria.
Desceu para o desjejum e encontrou a mesa vazia, ela não estava ali nem Margot.

- Aonde elas estão? - ele perguntou ao mordomo.

- Não desceram ainda, senhor.

- Mande chamá-las.

- Sim, senhor.

Ele se acomodou em seu lugar, pegou o jornal do dia. Folheva as folhas sorrindo, pois, as pessoas não imaginavam que era ele quem conseguia os maiores mexericos. Tristan era o único que sabia o que Evan fazia.
Ele havia terminado seu jornal, quando uma ideia surgiu. Pensara, que talvez estivesse na hora de comentar mais sobre madame, Francis. Evan não falaria mal da velha, apenas, faria sugestões sobre seu caráter.

- Bom dia! - ele saiu dos devaneios ao escutar a voz suave de Elizabeth.

- Bom dia, sente-se. Onde está Margot?

- Não quis levantar, disse que está cansada.

- Deixe-a dormir, então. Mandarei alguém levar o café dela no quarto.

- Não é nescessário. Eu mesma levarei depois.

- Tem certeza? Alguém pode fazer isso.

- Não quero que ela se acostume em ter alguém que leve seu café na cama, apenas, hoje eu farei.

- Você tinha alguém que levava seu desjejum na cama?

- Sim.

- E se acostumou?

- Sim. E fiquei mal acostumada, foi difícil acordar um dia e perceber que eu mesma teria de levantar e preparar algo para comer.

- Você sempre deveria ter alguem para servi-la.

- Nem tudo que desejamos podemos ter.

- Sim, é verdade.

- Como foi crescer na casa da viscondessa?

- Cheio de regras.

- Mas sempre teve tudo que queria?

- Eu tive.

- E como foi para você viver sozinho?

- Libertador.

Evan dizia a verdade. Ir embora fora a melhor coisa que havia feito. Mesmo que sua mãe tenha deserdado ele, não se arrependera nem por um minuto.

- E como era sua casa? - ele questionou.

- Não havia muitas regras. Mamãe era doce e educada, rigorosa às vezes. Já o papai, era engraçado. Quando tinha tempo, vivia brincando conosco. Eu e Anastácia eramos bem próximas, confidentes uma da outra.

- Anastácia?

- Minha irmã.

- Não tem irmão?

- Não. Somos em três irmãs, a mais velha é casada e saiu de casa antes de nós.

- Porque você foi embora de onde vivia? - ele teve que perguntar.

Evan estava admirado por ela falar tanto sobre si.

Elizabeth o encarou por um tempo.

- Para protegê-los. - respondeu baixinho.

- De quem?

- De mim.

- Não compreendi.

- Eu era ingênua, me envolvi com um desconhecido. Ele fez promessas e, eu tonta, cai em todas. Me entreguei, então, ele desapareceu. Quando descobri que estava grávida tive que ir embora, não poderia ficar lá.
Seria um escândalo para minha família. E eu sabia que por minha culpa Anastácia nunca conseguiria um marido. Então, arrumei minhas coisas, escrevi um bilhete contando tudo e parti.

- Nunca soube de sua família desde então?

- Não, nada.

- Porque não se correspondeu?

- Por medo.

- Eles sabem que partiu grávida?

- Sim.

- Quer dizer, que em algum lugar sua familia está vivendo sem notícias suas. Já pensou que talvez eles pensem que está morta?

- Eu já pensei nisso.

- Então, porque não escreveu?

- Por medo de que alguém descubra onde eu estou e veja que não vivo com uma tia. E sim que fugi porque estava esperando um filho.

- Diga-me, como sabe que todos já não tenham descoberto, se você nunca mandou uma carta e obteve respostas?

Evan observava Elizabeth ficar pálida.

- Céus, está certo. Minha família pode estar destruída e eu nunca saberei.

- Você pode mudar essa situação.

- Como?

- Escrevendo para eles.

- Não sei se consigo.

- Tente.

- E se eles não morarem mas na mesma casa? A carta nunca será entregue.

- Você só sabera se tentar.

- Tem razão.

- Fique a vontade para usar meu escritório para escrever com calma.

- Obrigada. Primeiro irei cuidar de Margot.

- Eu posso levar o desjejum dela.

- Você? - perguntou de olhos arregalados.

- Sim, parece espantada.

- Desculpe-me. É meio difícil imaginá-lo carregando uma bandeja e indo alimentar uma criança.

- Posso fazer isso.

- Tem certeza?

- Não pode ser difícil.

- Margot nem sempre é bem-humorada pela manhã.

- Sei como curar mau-humor.

- Como?

- Com água gelada, costumava resolver com Tristan.

- Você não ira jogar água gelada no rosto de uma criança.

- Está bem, não irei. Tem minha palavra.

- Certo.

- Não parece muito confiante.

- Não me julgue, você acabou de dizer que queria jogar água em Margot.

- Não disse que queria, falei que curo mau- humor desta forma.

- Muito bem, lhe darei um voto de confiança.

- Eu agradeço.

Lizzy partiu para o escritório e, Evan para a cozinha. Esperou prepararem uma bandeja, assim que pronta seguiu para o quarto de Margot.
Subiu as escadas fazendo preces, pois, não tinha o menor jeito com crianças mau- humoradas. E jogar água nela estava fora de cogitação.

A Costureira e o Libertino - Clube dos Ordinários 4 Where stories live. Discover now