Houve algo como uma expressão envergonhada e admirada no rosto dele.

— Eu pensei...- Ele hesitou. — Eu pensei que você nem se importasse com isso.

— Porque?

— Você não se importa com muitas coisas, se não se importasse com isso também...não seria um espanto.

— Era suposto isso ser um elogio? - Perguntei sem entender.

— Scarlett...Ela...é minha amiga.

Eu pagaria para ver a expressão no meu próprio rosto naquele momento.

— Amiga? Você literalmente cora quando está falando com mulheres, e ela é sua amiga?

Ele suspirou.

— Olha... eu honestamente não me importo se você gosta dela ou não, mas ela não é uma boa garota, e eu até acho que você sabe isso.

— Não é você quem determina isso Scarlett...- Ele suspirou. — E...eu não gosto dela. - Falou firme e sem corar.

— Mas você já teve encontros com ela.

— Você também já teve encontros comigo, mas nem por isso você gosta de mim, certo? - Ele falou me fazendo não ter o que responder por um momento.

Merda. Isso foi um tapa sem mão.

— Theo...

— Só esquece Scarlett, ela é só uma amiga. Tudo bem ele já foi muito desagradável com a Anais, mas foi só um momento, e ela mesmo já se desculpou.

— Ela se desculpou? - A confusão era evidente no meu rosto.

— Ela me disse que se desculpou.

Eu revirei os olhos.

— Você sabe que ela provavelmente estava blefando.

— Porque você a odeia tanto assim? - Ele perguntou em dúvida.

— Odiar? - Repeti com desgosto. - O ódio é um sentimento, e ela nem sequer é importante o suficiente para que eu odiar.

Ele revirou os olhos também.

—Então por que você está insistindo?

— Tudo bem...- Falei por fim. — Tudo bem, se você quer criar qualquer tipo de afeto com ela, você é livre. Eu não posso e nem mesmo vou impedir você, ela não é uma boa garota, você presenciou isso várias vezes, não é como se alguém estivesse te contando, mas você quer ser negligente porque de repente ela virou um anjo, tudo bem. - Eu falei me virando e andando em direção ao meu quarto.

— Scarlett...- Ele me chamou e eu me virei. — Nós estávamos...jantando. - Ele falou como se estivesse me implorando para ficar.

Mas feliz ou infelizmente para nós quando eu estava prestes a responder o celular dele vibrou e a tela ligou, ele estava recebendo uma chamada.

— Parece que alguém precisa mais de você do que eu.

Ele, me olhando uma última vez, se virou e atendeu o celular. Eu sem qualquer vontade de ouvir nada entrei no meu quarto e fechei a porta. Fiquei com a cabeça encostada na porta e suspirei.

— Você quer saber o que isso me parece? - A Ivy perguntou quando o garçom trouxe os nossos pratos.

Naquele dia, eu não estava com nem um pouco de vontade de olhar para as piruetas que os dois fazem na hora do almoço, e os garotos tinham que trabalhar fora da empresa, então nós tivemos a maravilhosa ideia de ir almoçar fora para variar. A gente estava em um restaurante não muito distante da empresa, mas ainda assim o Spencer se disponibilizou em nos trazer, e estava no carro esperando quando voltássemos.

Simplesmente LascivaOnde histórias criam vida. Descubra agora