O livro tratará da obsessão de um homem pela busca do cumprimento de uma promessa feita, quando ainda era uma criança de doze anos, ao assistir a morte precoce de seu pai. O menino cresceu com sede de se vingar de cada um que contribuiu para que seu...
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Ando de um lado para outro na sala, ansiosa com os compromissos do dia. Tem tanta coisa acontecendo em minha volta, coisas que não consigo ver, mas sei que estão ali e me sinto tensa. Na verdade, tenho andado assim, nervosa, ansiosa e cansada sem nem mesmo fazer muito esforço.
Há duas noites retornamos de Paris. Foi lindo demais cada lugar por onde andei, apesar de alguns contratempos que prefiro nem me lembrar, ainda assim foi inesquecível pra mim. No entanto, assim que pousamos em Nova York, Lorenzo precisou sair para uma reunião de emergência na sede da máfia, onde só pude vê-lo no outro dia. Por conta disso, meu suposto treinamento iniciará hoje, porém até agora meu marido não voltou para casa.
- Abrirá um buraco nesse chão de tanto andar em círculos, Analu! - Hildinha se aproxima trazendo uma xícara de chá para mim. - Acalme-se, logo ele chega.
- Ele disse que voltaria para almoçar em casa e, no entanto, ainda não veio e nem me mandou qualquer mensagem. Lorenzo não era assim. - Digo pegando o chá de sua mão e levando até minha boca. Sento-me no sofá e ela faz o mesmo.
- Pode ser que ele tenha ficado preso numa reunião. Ou talvez ter ido fazer toda a vistoria da empresa, não sabe como Lorenzo é? - Diz e é verdade.
- Pode ser! - Concordo bebericando um pouco do chá que logo me acalma. - E minha mãe? Por acaso ligou para a senhora? - Pergunto curiosa com sua resposta, já que marcamos de ela vir aqui e contar o que tanto lhe perturba.
- Para mim não. - Responde me fazendo suspirar. Ficamos conversando amenidades quando ouvimos a porta do elevador abrir e Lorenzo aparecer em nossa frente. Sua face irritada, mais do que o normal, demonstra que há algo muito errado.
- Amor, está tudo bem? - Pergunto.
- Não tem nada bem! - Fala bravo. - Interceptaram uma carga que iria chegar aqui nesta noite mais se perdeu. Era importante.
- Se perdeu? - Ele assente e se vira pra subir as escadas, contudo eu o paro. - Lorenzo, aonde vai?
- Tomar um banho, pois ainda preciso sair. - Se vira e sobe os degraus apressadamente sem nem me dá tempo de falar. Olho para Hilda que tem a mesma fisionomia que a minha. Levanto-me para ir atrás dele, mas sou parada por sua voz.
- Deixa ele, Ana Luiza!
- Não! Eu fiquei o dia todo esperando por ele, cancelei os compromissos que tinha pela manhã porque ele disse que era pra eu fazer e agora passa por mim como se nada estivesse acontecendo? Negativo!
Subo os degraus da escada da forma mais rápida que consigo. Ao entrar em nosso quarto, vejo que está vazio, mas ouço o barulho da água do chuveiro caindo no chão de mármore. Sigo até lá e me arrependo, pois Lorenzo está no meio de uma chamada e consigo ouvir um pedaço de sua conversa ao telefone.
"Eu já te falei que não vou a boate, vai me encontrar você sabe exatamente onde ... vou dar um jeito de ir assim que Ana Luiza dormir. Espero que não se atrase, preciso muito de sua ajuda, Nicole."
