CAPÍTULO 23

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Eu nuca fui de me importar com as pessoas

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Eu nuca fui de me importar com as pessoas. A prova disso é o fato de nunca ter voltado pra casa em festa nenhuma em que se reuniam. O casamento de Pietro, onde fui convidado pra ser o padrinho, aconteceu com minha ausência, e acredito que ele nem tenha ficado chateado haja visto que eu não iria. Meu irmão me conhece bem.

Mas, nessas últimas semanas, uma certa pessoa passou a tomar todo meu pensamento. Da hora que vou dormir até hora que acordo, ela está lá como um vício na minha vida. Ana Luiza é a dona dos meus pensamentos mais puros e impuros também. A capacidade que ela teve de invadir todos os meus sistemas corporais de modo que não me vejo longe dela é incrível. Isso tudo sem qualquer esforço.

Eu nunca pensei que isso aconteceria comigo. Não com um homem como eu.

Embora esteja explícito em nossos olhares, na forma que falamos e nos poucos toques que damos um no outro quando não estamos sozinhos, a vontade que temos um no outro, está mais do que na cara que não tem futuro pra nós dois. Não depois do jantar de ontem onde percebi que Ana Luiza jamais enfrentará Leda por nós.

E por que motivo ela faria isso? Por que romperia com as pessoas mais importantes pra ela por minha causa?

Um sorriso vazio se esvai do meu rosto ao lembrar de suas mãos trêmulas segurando os talheres. E sei que isso é culpa minha. Ela sente medo de mim.

Eu entendo aquela menina - agora mais do que antes - eu sou um maldito, filho da puta, viciado em tudo que não presta e que leva sangue de muitas pessoas nas mãos. Não tenho nada de bom para oferecê-la. Não há chance de mudança em mim porque fui moldado pra ser assim. Então, já que ela não consegue tomar uma decisão, eu tomo por nós dois.

Vou continuar a minha caça aos assassinos do grande capo, que até isso deixei de lado por um tempo pelo domínio que aquela menina teve em minha mente, e assim concluir minha jornada nessa vida. Findá-la de vez! Foi o que planejei desde o momento em que a primeira gota de sangue rolou do corpo do homem que mais se importou comigo, da pessoa que mais me amou nessa vida. Vivo todos esses anos, pra morrer em paz, honrando aquele que conheci como herói.

- Lorenzo? Você não dormiu aqui?

A voz de Walkiria me desperta do meu estado de melancolia. No momento em que saímos daquele jantar ridículo, em que tive que assistir a palhaçada montada por minha progenitora, viemos para o quarto e sei que a forma que nos retiramos deve ter causado incômodo e espanto em todos. Nunca fizemos demonstração de carinho um para outro na frente de ninguém, na verdade, em momento nenhum.

Viemos para o quarto e ela me acompanhou no banho, mas nada falou ou insinuou. Walkiria sabe que gosto de Ana Luiza. Entretanto, sabe que essa situação só tem de a trazer desgraça pra vida da minha menina mimada.

- Eu fiquei aqui, Walkiria. - Respondo.

- Ainda está pensando no que aconteceu lá embaixo, não é? - Diz se aproximando de mim, sentando-se em meu colo. - Ela não vai renunciar àquilo por causa de você, Lorenzo. Está na cara dela que não fará.

VINGANÇA MARINO I - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora