Visita.

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Ser grisha tem várias partes boas, mas também o dobro de partes ruins. A parte de ser uma das conjuradoras do sol me deixa só com a parte ruim na maior parte do tempo. Claro que eu não tenho que lidar com esse fardo sozinha, minha irmã mais nova sempre está comigo, dividindo nosso fardo, quando se é uma conjuradora do sol você tem a difícil tarefa de garantir travessias seguras durante a dobra, outra contra volcras, ser santas vivas em um reino extremante maluco por santos, e o pior, ser o brinquedinho dos monarcas Lantsov. O rei nos usa como armas, como uma forma de intimidar, assim como os outros grishas. Um fato irritante.

Infelizmente é minha vez de ficar um tempo no pequeno palácio, passei seis meses na dobra garantindo a segurança de nobres esnobes e esguifes necessários para nossa sobrevivência. Agora que estou em casa minha tarefa é ser mostrada aos nobres em bailes e jantares ridículos, o único intuito é mostrar que o rei tem pose de duas santas vivas.

Muitas das vezes eu passo o dia cavalgando ou treinando nas florestas do pequeno palácio, tanto para me manter em forma, tanto para fugir dos monarcas, hoje não foi diferente. Logo pela manhã Genya me avisou que a rainha estava organizando um chá com damas da corte e queria minha presença, fugi logo depois do café da manhã. Peguei Tempestade, minha égua que ganhei do General Negro, e sumi pelas árvores e campos, só parei quando estava perto dos muros altos e fortificados, passei boa parte do meu dia andando ao lado de Tempestade ou criando esferas de sol, tentei usar o corte em uma árvore morta mas não consegui.

Desde minha última travessia na dobra eu não consigo usar o corte, tive uma complicação me fazendo usar muito de meu poder para nos mantermos vivos e agora me sinto fraca quando tento. O general diz que com o tempo que eu ficar aqui, minha pequena ciência voltará. Tenho medo de que ele esteja errado.

Tempestade e eu voltamos ao entardecer, deixei minha companheira fiel aos cuidados do cocheiro que franziu a testa para o estado da égua, os pelos antes brancos brilhosos como o meu cabelo, estavam agora manchados de lama, não duvido que meu cabelo também esteja.

Meu quarto estava vazio quando entrei, mas meu banho já estava preparado e ainda quente me fazendo agradecer aos Santos por isso, não demorei muito, vesti a primeira muda de roupas que achei no armário que Genya insiste em separar por cores. A calça preta e o suéter negro com desenhos dourados me aqueceu de imediato, as meias grosas e as botas foram rapidamente calçadas, meus cabelos não secaram totalmente e isso me fez estremecer um pouco enquanto eu os penteava.

Era quase hora do jantar quando eu havia terminado de pentear os fios longos e irritantemente brancos, peguei um Kefta do armário e o coloquei rapidamente enquanto saia do quarto as pressas novamente, sem ao menos o abotoar ou colocar o cinto com o símbolo dourado de Ravka. Os corredores vazios me davam mais sossego para ir até o meu destino, não quero ninguém me parando a cada dois passos para que eu conte como foi meu tempo fora, em qualquer outro momento eu adoraria falar sobre isso, mas não agora. Faz apenas dois dias que cheguei e ainda não tive mais do que dois minutos de conversa com o general e eu realmente preciso falar com ele, ou só vê-lo para matar a ansiedade ridícula em meu peito.

imagines- Darkling 🖤Onde as histórias ganham vida. Descobre agora