Corte de Sombras e Lâminas ( REVISÃO)

Capitulo 39

Zara on:

Bom...acho melhor explicar como conheci minhas duas irmãs.
Eu já era General há alguns anos, estávamos em uma missão com Amarantha, a vadia ruiva ao qual eu sempre odiei, isso foi há muitas décadas antes dela se rebelar o que obviamente não me afetou, eu encontrei Valissa em uma das cortes, com roupas velhas, calça e uma blusa de botões, com um sapato que parecia ter sido achado no lixo, ela roubava para sobreviver e foi isso que estava fazendo, ela tentou me roubar e como resultado eu quase a matei, mas eu vi o seu estado e de fato entendi o por que ela estava fazendo aquilo.
Como não poderia.
Sua mãe tinha sido morta por seu pai que logo depois expulsou Valissa de casa e desde então ela não viu outra alternativa, e como vivia na outonal ela sabia que não iria conseguir ajuda então roubar era a ideia mais fácil, eu decidi leva-la, treina-la para que logo depois ela fizesse a inquisição para ser incursora, o rei não gostou muito na época mas não disse nada, ele sabia que eu tinha noção do que fazia.
2 meses após esse ocorrido eu estava em um dos vilarejos aos arredores de uma das estepes illyrianas quando vi uma garota, não mais do que 20 anos sendo arrastada por 3 illyrianos de aparência bêbada.
Naquele momento eu tentei me lembrar que eu era uma General de Hybern e que não era piedosa, que não deveria demonstrar caridades ou coisas do tipo, mas eu sabia que aquela garota valia a pena.
Matei os 3 machos que estavam arrastando-a para um beco e a salvei fazendo o mesmo que diz com Valissa.
Dandara era metade illyriana e metade feérica, mas infelizmente não herdou as asas da seu pai, mas herdou o poder da mesma, Gelo, já Valissa herdou a água de sua mãe, já que apenas o seu pai era da outonal, e elas ficam felizes por isso, elas odiariam ter mais lembranças de suas terras natal.
Eu mesma as treinei e as fiz implacáveis, letais.
Enquanto Dandara gosta de usar arco e flechas, Valissa se vira melhor com uma lança.
Mas sabem usar todos os tipos de armas, e sabem identificar venenos assim como eu, resultado de anos de treinamento árduo.
E eu mostrei a elas a cura para o veneno presente em minhas unhas.
Sangue.
O meu sangue.
Poético não?
Durante os anos de treinamento nós nos aproximamos muito e nutrimos amor fraterno uma pela outra, o que resultou em uma amizade tão forte que nem mesmo minha fuga por meses foi capaz de quebrar a confiança que temos uma na outra e eu agradeço a mãe por ainda ter elas em minha vida.
Fenrir também gosta delas.
Falando em Fenrir ele vai ficar em uma ala do castelo que eu mesmo mandei fazer para ele, eu o alimentarem com carne fresco todo dia e o treinarei para a guerra.

Durante os próximos dias nós nos revesamos entre treinar, ler por horas juntas e traçar planos para dar fim ao reinado de Elara.
O que Dan e Val disseram é verdade, Elara conta apenas com o seu exército de incursores e algumas bestas que restaram do antigo rei, mas só isso já causa um estrago e tanto.
Eu contei a ambas o meus novos poderes, elas ficaram animadas e pediram demonstrações, ao qual eu dei com muito orgulho.
Apesar de ter ambas comigo, de estar conseguindo traçar um plano para impedir que inocentes morram eu ainda sinto falta dele, sinto falta de todos claro mas de Azriel principalmente.
E eu não sei se um dia essa dor vai sair do meu peito, mas eu sei que dói, muito.
Eu sinto como se rasgassem meu peito e arrancassem meu coração sempre que lembro de Azriel.

Mas eu sei que o que tinhamos não existe mais.
Por quê...
Não importa o quanto queremos, não importa o quando tentemos, algumas histórias simplesmente não têm um final feliz.