Capitulo 22

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Zara on:

Abro meus olhos e pisco várias vezes para clarear a visão que esta turva.

Minha boca ainda tem o gosto de ferro, do meu sangue.

Os acontecimentos recentes passam por minha mente.

A raiva me consome diante de tamanha burrice da minha parte, eu os traí, como pude achar que eles me perdoariam?

Eu não me perdoei.

Não deveria ter confiado nele.

Meu corpo inteiro dói e o sangue ainda escorre do buraco em meu peito que muito lentamente se cura, minha visão está um pouco turva e minha boca está seca.

Estou amarrada à uma cadeira de ferro, meus pulsos, pés e troncos amarrados fortemente e meus pulsos doem.

Olho ao redor apenas para notar que estou em uma sala pequena e escura, com apenas uma porta em um canto da sala.

Eles me prenderam.

Esperava que fosse mentira, que eles não tivessem feito isso, mas fizeram.

E eu vou passar os próximos séculos presas em uma sala pequena, amarrada a uma cadeira, com nada além de uma porta pequena.

Essa mesma porta se abre e eu baixo a cabeça, porque o cheiro de névoa gelada e cedro invadem meu olfato, fazendo meu coração acelerar e a raiva inflamar novamente.

Azriel silenciosamente fecha a porta e anda em silêncio até mim, suas sombras serpenteiam pelo chão em duração a mim mas ele as recolhe novamente.

Não levanto meu olhar quando ele para diante de mim, mas noto que usa uma roupa comun, calça e blusa preta e uma bota da mesma cor.

- Desculpe por isso - ele diz e parece sincero, ainda sim não o olho e permaneço em silêncio - eles não queriam correr nenhum risco.

Eu o ignoro.

Ele se aproxima ao notar o sangue ainda escorrendo do meu ferimento.

Seu olhar demonstra preocupação mas eu não o deixo ver nada em meu rosto além do vazio.

Não mais.

- O que está acontecendo? - pergunta abrindo um pequeno buraco em minha roupa, apenas para ver o corte.

- Já era pra ter curado, apesar do veneno no seu sangue - diz e eu assinto de leve.

- Mas eu não deixei - minha voz era fraca, falha, o veneno em meu organismo e a ferida me deixam cada vez mais debilitada, mas eu não me curo.

Me deixo sentir aquilo, pra me lembrar o quanto fui burra.

De novo.

- Por quê? - pergunta olhando em meus olhos.

Retribuo o olhar antes de responder.

Meu rosto frio, sem qualquer emoção.

- Por quê é uma dor necessária - falo com a voz fraca, ele franze o cenho em confusão, mas quando falo de novo seus olhos brilham em entendimento, culpa e algo mais que não sei identificar - Para que eu aprenda de uma vez por todas que não se deve confiar em ninguém além de si mesmo, e que se eu o fizer, haverá consequências - falo e dou um pequeno sorriso - Todo mundo pode trair todo mundo, não é Az?

Ele se afasta, um olhar culpado, mas ele se recupera antes de se aproximar novamente.

- Vou levá-la até madja - fala prestes a tirar as correntes. Suas sombras serpenteando pelos meus pés, mas elas se afastam bruscamente quando falo de novo.

Corte de Sombras e Lâminas ( REVISÃO)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora