Classroom One: the beginning of something new

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Heeseung encarou a porta de madeira e suspirou. Eram oito da manhã de um sábado frio com um céu cinzento com uma grande possibilidade de nevar, onde ele poderia estar debaixo das cobertas em sua confortável cama, aproveitando o clima de inverno, mas estava ali. Em sua escola, parado na frente da última sala do corredor do segundo ano para passar duas horas na detenção.

Detenção.

Lee Heeseung não conseguia sequer lembrar da última vez em que havia pego detenção. Ou melhor, em todos os seus anos escolares, ele nunca havia pego detenção — o apelido de "certinho" que ele tanto odiava, era real, afinal de contas —, e só de lembrar que agora ele iria ter seu impecável histórico escolar manchado por uma detenção que nem era sua culpa, pelo menos não diretamente, lhe fazia revirar os olhos à medida que sua mente repassava o que havia acontecido.

Aquele garoto era absurdamente irritante ao ponto de lhe fazer levantar o tom de voz na aula do professor mais rígido da escola.

Suspirando mais uma vez, o Lee finalmente teve coragem para colocar a mão na maçaneta da porta e abri-la enquanto se convencia de que, com certeza ele não estaria ali e poderia passar as quatro horas em paz. E, claro, como ele era Lee Heeseung, o ser mais azarado do mundo, Jake estava sentado na primeira mesa da fileira do meio, e agora lhe olhava com um sorrisinho irônico no rosto.

— Mais alguns minutos e você se atrasa para sua primeira detenção, Seung.

Jake Sim era seu completo oposto. Mesmo sendo um ano mais novo ele matava aulas, se metia em brigas e parecia ter um enorme prazer em encher a paciência alheia, tendo Heeseung como seu alvo favorito. Não chegava a ser algo perigoso, apenas algumas provocações aqui e ali sobre como Lee Heeseung era a personificação de anjo na terra.

Não tinha amigos e ninguém nunca soube ao certo o porquê de ter voltado do exterior ou qual o motivo por trás de suas atitudes inconsequentes e comportamento duvidoso. E para ser sincero, Heeseung acreditava que Jake tinha mais presença na sala do diretor e da detenção do que em suas aulas.

Ignorando a presença do outro na sala, Heeseung fez questão de se sentar na ponta oposta a ele. Jake riu e Heeseung revirou os olhos, se perguntando qual tipo de sacrilégio havia cometido na sua vida passada para ter Jake Sim em sua vida.

— O que foi? O gato comeu sua língua, Seung?

Heeseung o olhou por cima do ombro, no entanto, antes que pudesse responder àquela provocaçãozinha barata, a porta da sala se abriu mais uma vez para que Park Sunghoon pudesse passar por ela.

Os dois sabiam quem era Park Sunghoon. A escola toda sabia. Alto, bonito, gentil com todos, líder do clube de patinação artística, competia em campeonatos estaduais de patinação e trazendo muitos troféus para casa. E popular. Muito popular. No dia dos namorados, sua mesa sempre estava cheia de doces e cartinhas de garotas tímidas demais para conseguir confessar seus sentimentos. Algumas delas eram corajosas o suficiente para confessá-los pessoalmente, mas tudo o que recebia era um infelizmente eu não correspondo seus sentimentos acompanhado de um sorriso doce. O Park era gentil até para dar um fora em alguém.

Sunghoon era uma pessoa amável e simpática, e nenhum dos dois ali presentes conseguia pensar em um motivo plausível para a sua presença na detenção.

— Você não me parece alguém que faz coisas erradas. — Jake comentou. — Pelo menos não que as pessoas saibam.

— Bom dia para você também, Jake. — Sunghoon disse, ignorando a fala do mais velho. — O Heeseung também não me parece alguém que fica em detenções, mas olhe onde ele está agora.

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