Capítulo XI

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É um lindo sábado de sol. Terei meu Apolo todo pra mim e serei toda dele. Sinto tanta felicidade que parece que nem cabe em mim. Decidimos que vamos correr, mas ele sugeriu que eu fosse de biquíni para depois ficarmos na praia. Demorei para convencê-lo que não tenho vinte anos como Patricia para correr de biquíni. Na verdade, acho que nem que eu tivesse seria capaz. Decidimos que depois da corrida voltamos para trocar de roupa e passar o dia na praia. Outra novidade na minha vida.

Corremos por uma hora e nos sentamos para tomar café na Bakery. Quando fazemos o pedido, nos surpreendemos com Rebeca e Raphael chegando de mãos dadas. O amor está no ar! Convido-os para se juntarem a nós, mas eles pediram para viagem. Decidiram que vão passar o dia vendo séries na televisão. E Rebeca quase cai pra trás quando digo que vamos passar o dia na praia.

Terminamos o café e seguimos para o apartamento. Ainda não acredito que vamos passar o dia na praia. Opto por um sutiã com um recorte que valoriza meus seios e uma calcinha pequena, mas comportada. Visto uma saída de praia tipo bata, fazendo conjunto com a estampa. Guardo na bolsa de praia uma canga, o protetor solar e um porta-cartões com um cartão, um documento e algum dinheiro. Finalizo com um chapéu de abas grandes e meus óculos escuros.

Quando saio do closet ele está de sunga, uma bermuda e uma camiseta no ombro.

– Eva, você está linda! Vamos?

– Vamos!

Passar o dia na praia nunca foi meu programa favorito. Mas, com David, posso fazer qualquer programação. Ele alugou duas cadeiras e um guarda-sol. Tão cuidadoso... Ponho a canga na cadeira e me deito. O dia está lindo!

Olho para a imensidão do mar, para as pessoas que se divertem na areia, para as inúmeras pessoas que trabalham, vendendo os mais variados produtos. E, claro, olho meu Apolo descontraído, tão pertencente a esse lugar.

– Água de coco?

– Sim, por favor.

Ele se levanta com toda graça e vai comprar meu coco, arrancando suspiros das garotas da praia.

Quando termino, ele deixa o coco no chão e me levanta da inércia.

– Vamos para o mar?

– Tem certeza?

– Claro! Qual é a vantagem de vir à praia e não entrar no mar?

Ele me ergue da cadeira e praticamente me puxa para o mar. A água está gelada, mas, depois de uma corrida e de algum tempo estirada ao sol, é bem refrescante. Andamos até a água ficar em minha cintura e mergulhamos. Dizem que o mar cura tudo, que renova as energias, que revigora. Assim tenho me sentido nas últimas duas semanas. Revigorada. Os olhos azuis de David são meu mar. Damos um mergulho juntos, atravessando as ondas. Quando levantamos, ele me surpreende com um beijo molhado, salgado e cheio de desejo. Fico tímida com a demonstração explícita de desejo, mas ele parece não se importar. O beijo vai ficando mais intenso, e com ele meu desejo também cresce. Acho que em toda minha vida não tive tantas relações sexuais quanto nos últimos dias. E, mesmo assim, o desejo só cresce.

Por um instante esqueço onde estou. Perco a vergonha e o pudor e me entrego a esse momento. Somos só nós dois e a imensidão do mar. Uma onda bate em nós e eu perco o equilíbrio, voltando à realidade.

– Chega de mar... ou vamos acabar presos por atentado ao pudor!

– Você realmente não frequenta a praia. No dia em que alguém for preso porque está beijando a namorada dentro do mar, não vai sobrar uma pessoa fora da cadeia! Seu senso de responsabilidade é seu maior juiz. Mas concordo com você. Vamos voltar pra terra firme e pôr o juízo no lugar. Não quero que ninguém olhe pra você pensando que pode fazer o que só eu faço.

Eva BiancoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon