Capítulo Dezenove

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P.O.V LENA LUTHOR

Já fazia dez minutos que eu estava me encarando no espelho, eu tinha planejado tantas coisas pra essa noite.

Eu iria levá-la para jantar no Rizzo, o nosso restaurante, a primeira vez que fomos foi o dia em que ela me rejeitou e  a segunda foi quando ela me aceitou de volta. E agora na terceira, nós realmente teríamos um encontro.

Depois do jantar nós iríamos tomar sorvete, essa foi uma das coisas que aprendi sobre ela, é que Kara ama sorvete de baunilha.

Eu estava parecendo uma adolescente idiota e apaixonada fazendo coisas idiotas para impressionar a garota.

~ Idiota nada, você só está fazendo oque era pra ter feito desde o começo ~ Katie apontou.

Eu não respondi pois sabia que era verdade, eu ainda devia muito a Kara, e ela sempre teria a melhor versão de mim. Mesmo que eu parecesse uma idiota, eu realmente iria agir feito uma.

A medida que o tempo ia passando eu ia ficando mais nervosa.

Estava de cabelo solto, deixei meus cachos naturais, blusa branca com algumas estrelinhas pretas a calça jeans em tom azul.

Não estava acostumada a sair para encontros, mas julguei ir de terno formal demais.

Encontrei Nia e Andrea na cozinha, e pasmem estavam somente cozinhando, elas fariam um jantar especial. Sam não estava em casa novamente, provavelmente com Alex.

— Que susto, você cobra quanto pra assustar as baratas lá de casa ?

Andrea disse levando a mão ao peito simulando um susto.

— Mas amor, ela mora com a gente.

Nia como sempre ingênua pra entender as piadas sem graça de Andrea.

— Por isso não tenho visto mais baratas por aqui...

Andrea disse fazendo uma pose pensativa.

— Nós nunca tivemos baratas em ca...

Eu interrompi Nia.

— Não sei como aguenta, Nia...

— Só Rao tem essa resposta Lena. Só Rao.

— Forças guerreira.

Eu disse mandando um beijo no ar para elas e recebendo um dedo do meio vindo de Andrea. Eu estava com pressa. Kara estava me esperando.

Eu fui até meu carro, um Lexus preto, se eu não corresse eu não chegaria a tempo, e chegar atrasada para o primeiro encontro não era uma opção.

***

Dirigir estava sendo uma tarefa difícil, minhas mãos suavam e tremiam sobre o volante. Katie tentava me acalmar dizendo que iria dar tudo certo. Mas eu estava muito ansiosa, eu não sabia se ela iria gostar dessa pessoa que eu me tornei.

E com esses pensamentos e a proteção de Rao, eu cheguei ao prédio de Kara. Encostei a testa no volante respirando fundo.

~ Coragem criança, ela está a poucos metros só esperando por você. Faça a noite dela valer a pena. Você consegue.~ Katie motivou.

~ Nós conseguiremos nossa parceira, saco de pulgas ~ Disse em provocação.

Eu desci do carro, indo direto para a portaria. Jonn, o porteiro, me reconheceu da outra noite mas pediu que eu esperasse enquanto ele ligaria para conseguir a liberação para eu entrar. Poucos segundo depois tendo conseguido, Jonn destravou a porta e eu entrei.

Kara morava no quinto andar, único meio de subir eram as escadas, fui conquistando os degraus aos poucos. Quando cheguei ao meu destino minha nuca estava repleta de suor e eu respirava cansada.

~ A Suprema vencida por uma escada~ Katie debochou rindo.

~ A minha parte Suprema está muito velha~ eu descontei.

~ VELHA ? ~ Katie gritou rosnando. ~ Criança insolente~

Eu ri enquanto avançava para a porta, bati três vezes. E aguardei. Eleanora abriu a porta, me encarando de cima a baixo. E lá vem ela...

— Cachorrinha sarnenta.

Ela riu dando um passo para o lado, liberando a entrada.

— Oque aconteceu com o Suprema ?

Eu perguntei.

— Cachorrinha combina mais com você.

Eu ri negando, toda a animosidade que existia entre nós se foi quando eu deixei o bando e respeitei a escolha de Kara.

Ela me acompanhou até a sala, e esperei Kara ali. Eleanora decidiu me fazer companhia, rejeitei o Whisky que ela me ofereceu por mais que eu gostasse, eu estava dirigindo aquela noite então iria evitar o álcool.

Eu me levantei quando meus sentidos se aguçaram, atraindo minha atenção para Kara. Seu cheiro invadiu minha narina, me deixando anestesiada e meu sorriso se abriu automaticamente, ela estava linda. Tão linda, tão ela, Kara era única. E eu jamais me perdoaria por ser a causa do sofrimento daquele ser perfeito.

Os olhos azuis encontraram o meu e ela também sorriu,  não só com a boca mas Kara conseguia sorrir com os olhos, e isso me encantava.

Ela caminhou lentamente até mim, eu estendi minha mão para segurar as suas que ela me ofereceu timidamente, ela também estava ansiosa.

Quando meus dedos encontraram sua pele nua, meu corpo todo vibrou, meu coração palpitou que parecia que iria sair do peito. Os meus batimentos cardíacos formavam uma música, feita exclusivamente para Kara, que só tocava por ela e para ela.

Ouvimos Eleanora rir baixinho e então se retirar.

Eu encarei Kara novamente, eu me lembrei de tudo que senti quando ela estava com Maxwell, por minha causa.

Ela deve ter percebido o lampejo de culpa em meus olhos, porque tocou meus rosto tão suavemente e naquele momento eu esqueci de tudo. Eu apenas fechei os olhos saboreando o toque. Me aproximei encostando minha testa na dela.

— Me perdoa Kara, eu realmente sinto muitíssimo. Eu deixei tudo de ruim quando eu saí do bando menos a culpa que ainda me corrói. Eu quero ser uma pessoa diferente da que eu era lá. Por você Kara.

Ela apenas acenou suavemente com a cabeça,  com o polegar ela acariciou minha buchecha. Colou nossos lábios me dando um longo e demorado selinho.

Aquela era a resposta que eu precisava, pedi licença com a língua, que ela forneceu de bom grado, explorei cada canto de sua boca. Mordisquei seu lábio e ela gemeu em resposta, eu ri ainda entre o beijo e me separei dela. Que resmungou bufando. Me aproximei de seu ouvido sussurrando.

— Não quero ir direto para a sobremesa. Temos um jantar.

Ela apenas sorriu, e aquele sorriso se fosse de sua vontade seria a minha ruína.

Minha Alfa Me Odeia - Livro III alternativo - SupercorpOù les histoires vivent. Découvrez maintenant