Introversão.

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Já fazia um tempo que você não interagia com ninguém e você não se reconhecia mais. Lembrava constantemente de quando se divertia com seus vários amigos e se perguntava: como?

Como havia parado naquele lugar?

Sem amigos, sem contato algum com pessoas e evitava qualquer tipo de socialização.

A animação que um dia tivera, já havia ido embora.

Ir para a escola era torturante, ficar sozinha no fundo da sala era algo do cotidiano. Tinha se acostumado com o silêncio e ao mesmo tempo o barulho.

Era silencioso para você, mas para os outros, uma zona total.

Certa vez a professora chamou-a para o quadro, mas não conseguiu. Você gelou e as palavras mal saíam de sua boca.

E temeu de que tivesse passado um mico.

Essa cena passava por sua cabeça repetidas vezes, o medo das outras pessoas pensarem "o que essa garota tá fazendo?" Era gigantesco e essa pequena tragédia não a deixou dormir por várias noites.

Era sempre assim. Chegar na escola. Sentar em sua cadeira. Esperar a hora de ir pra casa. E pronto.

Não havia aquela animação de ir para o recreio, pois não havia nenhum amigo para se encontrar durante o intervalo.

Era deprimente sua situação e você reconhecia isso. Dizia que queria mudar, mas como conseguiria?

Os dias se passavam tristemente naquela escola, até que tudo mudou.

Geralmente te achavam chata e talvez até metida por não querer papo com outras pessoas e isso afastava qualquer chance de novas amizades.

Mas viram em você, algo que nunca haviam visto antes.

O garoto de cabelos negros e uma cicatriz debaixo do olho te olhou no primeiro instante que pisou naquela sala. Não tardou a te chamar para acompanhá-lo no recreio e sentou-se do seu lado.

Ele lhe perguntara por que era tão fechada. Mas você não sabia como responder a isso. Deveria compartilhar ao garoto que sofrera bastante por conta de amizades no passado?

Não sabia se deveria, mas contou.

Ele lhe apoiou e lhe mostrou que se isolar não é a opção para resolver tudo isso. Apesar de parecer muito jovem e um pouquinho bobo, ele tinha mais maturidade do que você pra lidar com coisas simples da vida.

Perder amizades é algo normal e você precisava se acostumar com isso sem ter que se isolar por medo de que aconteça outras vezes.

Em menos de dois meses você já estava completamente mudada e seu sorriso havia voltado.

A professora não precisava mais pedir para que viesse ao quadro, você, por vontade própria ía quando sabia a resposta. Não ligava mais se íam te achar esquisita, ou se iriam comentar de algum mico seu com os outros. Você havia entendido que isso era algo comum da vida, e se não se acostumasse com esse tipo de coisa, sofreria a vida inteira.

Você já estava rodeada de amigos.

Mas sabia que nem todos eram verdadeiros, e melhor ainda, sabia que apenas alguns durariam pra sempre.

Isso era reconfortante, pois não se decepcionaria com esse tipo de coisa.

E de algo você tinha certeza, Luffy era aquele amigo que duraria, que ficaria com você pra sempre.

Ele sempre colocava em sua cabecinha dura de que não importa o que estão pensando, vai mudar algo em sua vida? Não, e era isso que ele queria te fazer entender.

Fazer o que todos querem e tentar agradar a todos era uma péssima idéia, as pessoas ao seu redor seriam amigos de uma atriz, e não sua amiga.

Ser você mesma sempre seria mais interessante, tanto para os outros quanto para você.

Foi difícil entender todas essas palavrinhas ditas por Luffy, mas com bastante insistência e principalmente por sua força de vontade, você conseguiu se soltar.

Bem, é o primeiro capítulo que faço sobre o novo projeto que tô fazendo e, bem... Estou um pouco insegura sobre como estão ficando, por isso, peço a vocês que comentem o que acharam desse aqui. Alguns leitores pediram para que eu fizesse relacionado a isso e como eu sou bastante introvertida eu me identifiquei e escrevi baseado em mim.

Está sendo emocionante ver vocês compartilharem aqui suas maiores inseguranças, eu tenho bastante vergonha de falar as minhas, mas vocês me deram coragem para enfrentar esse tipo de coisa, então... Acho justo falar com vocês sobre as minhas também:

A maior de todas é o meu nariz, ele é grande e já recebi várias piadas por conta dele. Meus pelos crescem bastante rápido e meu braço é cheio de pelinhos, até um pouquinho nos dedos e quando vejo que não é em todo mundo que tem isso eu fico com vergonha. Minha barriga também, eu tenho alguns pneuzinhos e isso me deixa desconfortável quando sento. Bem, a minha voz também. E não que ela tenha algum problema, acho que eu só procuro algum motivo tolo pra me odiar e não se sentir bem em local algum... Isso é um ciclo vicioso e espero sair dele.

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