Capítulo 6 - Depois da calmaria, vem a tempestade...

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Amélia

   Tomo coragem e subo em cima do mesmo e o beijo. Depois digo:

- Eu quero você...

Ele não diz nada, mas vejo seus olhos entrarem em chamas em questão de segundos....

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Depois que as palavras saem da minha boca e vejo seu olhar em minha direção, me sinto um pouco envergonhada e rapidamente saio de seu colo.

- Desculpa...eu só...

Dando alguns passos pra trás enquanto falo, vejo o mesmo se levantar e vir em minha direção. Continuo me afastando por meio do mesmo ser bruto, como da primeira vez. Mas o mesmo não me deixa opção e me encurrala na parede.

- Então quer dizer que minha mulher se sente atraída por mim?

Coro e desvio o olhar na hora. 

- Eu só... ah desculpa! Eu não sei o que deu em mim...

- Você deve ter se dado conta...

Fico confusa e o encaro.

- Percebi o quê?

Gael me solta e se afasta bruscamente  em direção a saída. Não compreendo nada. Ele somente sai e bate a porta. E eu permaneço encostada na parede sem saber o que eu fiz de errado.

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Algumas horas depois...

Gael saiu já fazem horas, o sol estava em seu brilho máximo e agora, o único indício que o mesmo esteve por aí era o calor que ainda permanecia, fora isso, a noite era escura e solitária. Comecei a ficar com medo e passei a pensar em todas as hipóteses possíveis pra ele não ter voltado. Seria uma mulher?  Se fosse, eu não iria admitir.

Não tarda muito e Gael chega e para a minha surpresa... Bêbado. O medo se instala em cada parte do meu corpo ao perceber que, com a preocupação e as diversas hipóteses que se passaram pela minha cabeça, eu não fiz o jantar, eu não arrumei a casa. Meu Deus,me ajude!

Tropeçando em cada milímetro da casa, Gael chega perto de mim e como mais cedo me encurrala na parede, mas ao contrário da vez anterior, eu sinto pavor e muito medo do que ele possa vir a fazer comigo.

- MALDITA!!! - Começa a gritar do nada.

- MALDITA HORA QUE EU TE VI - Mais uma vez vocifera.

- O que voc....- Não termino de falar e o mesmo me dá um tapa.

- NÃO SE ATREVA A RIR DA MINHA DESGRAÇA!! MALDITA, MALDITA, MALDITA - Ele não parava de gritar.

A esse ponto, eu já estava apavorada e com o rosto banhado em lágrimas. Como pude achar que esse homem podia ser um bom marido? Como pude ter me entregado a ele?

- HOJE, VOCÊ VAI APRENDER QUEM MANDA NESSA MERDA! EU SOU SEU MARIDO E NÃO ADMITO QUE ZOMBE DE MIM!!! NÃO ADMITO.

- NÃO ME SATISFAZ NA CAMA E AGORA NÃO CUIDA DA CASA E NEM FAZ COMIDA!

A calmaria da noite anterior vai embora com toda a força e dá lugar a tempestade. O mesmo começa a tirar seu cinto, e começa a dizer:

- Você zombou de mim, agora você vai pagar...

A primeira cintada vem, a segunda, a terceira e assim suscetivas vezes até que eu  perca todas as forças. Quando acho que o mesmo se dá por satisfeito, ele tira as calças e ali mesmo me toma. No chão da sala, sem cuidado nenhum. A primeira estocada era como se me rasgasse, a segunda era como se eu não fosse nada e da terceira em diante eu parei de tentar lutar. Eu desisti e deixei que o mesmo fizesse o que quisesse comigo. Não sei dizer ao certo quanto tempo durou, só sei que quando ele gozou dentro de mim, se levantou e foi em direção ao quarto. E eu fiquei lá, sangrando das cintadas, mas aquela dor não era nada comparada a dor que se estabelecia em minha alma. Em meio as lágrimas, adormeci ali mesmo. No chão frio.

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Quando acordei, ainda era madrugada e me encontrava na mesma posição em que me lembrava ter dormido, a casa estava toda revirada e cheia de coisas quebradas pelo Gael bêbado ontem. Com calma, do jeito que a dor me permitia, fui caminhando em direção ao banheiro aos prantos. Comecei a me limpar do jeito que podia o mais rápido possível, pois tinha que organizar as coisas destruídas horas antes. Depois de algum tempo, comecei a catar as coisas espalhadas e horas mais tarde, quando o sol estava nascendo, a casa parecia como antes, tudo parecia como antes, exceto que eu não me sentia como antes, eu me sentia suja, me sentia a  prostituta e empregada de Gael, na verdade, era isso que eu era pra ele. Não era respeitada como uma esposa e parece que nunca seria. Depois de tudo pronto e devidamente organizado, Gael acorda. O medo que tenho dele agora é tão grande que mal consigo olhá-lo.

- Achei que depois de ontem tivesse aprendido a lição. - Resmunga.

Apavoro-me no mesmo momento em que as palavras saem de sua boca, o que eu fiz dessa vez? Será que me esqueci de algo e o irritei? Eu sinceramente não sabia o que pensar.

- Eu vou repetir pela última vez e espero que entenda - Vocifera.

- OLHA PRA MIM PORRA! - Grita de uma vez.

Pulo de susto e mesmo com medo, começo a olhá-lo comer.

- Está começando a ser uma boa esposa, obediente como deveria ter sido desde o começo.  Deve agora começar a me satisfazer como deve. Irei trabalhar, mas não demorarei a voltar e eu espero que essa noite você saiba cumprir a porra do seu papel como esposa direito, não vou ficar que te adulando que nem da última vez. 

Cada palavra que sai da sua boca, me machuca cada vez mais. Me machuca por eu ser tão ingênua e achar que a noite em que ele me tomou com carinho era porque me amava. Era só por interesse em tudo o que eu poderia lhe oferecer depois. Tomamos e comemos o desjejum em silêncio, mas eu não parava de encará-lo por um só minuto. Por medo de novamente apanhar. Pouco tempo depois, ele se levanta e vai em direção ao quintal e ali começa seu trabalho. E eu começo a me apavorar, com medo da noite que está por vir, e das surpresas que ela me reserva. Sinto falta de mamãe e papai, mesmo meu pai sendo rude ás vezes, ele nunca me tratou assim, ninguém nunca me tratou assim. E agora o homem que jurou me amar na frente de Deus, era aquele que começara a despertar meu medo e me batia. Eu não o odiava, não acho que sou alguém pra odiá-lo, mas o medo que eu comecei a sentir dele passou a me assombrar a cada minuto do dia.

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Sem revisão
20/01/2022
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