Capítulo 9 - O bebê é....

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Amélia
3 meses depois

Depois daquela noite, tudo ficou perfeitamente bem. Todas as noites fazemos amor e Gael sempre me trata de maneira maravilhosa. Ele não trabalha mais tanto como antes, a neve já encobriu todo o chão e o bebê pode vir a qualquer momento. Não vou mentir dizendo que não sinto medo, porque sinto e muito. Depois do desjejum da noite, me encontro sentada na sala acariciando minha barriga.

- Amor, como vocês estão ? - Gael pergunta ao entrar no cômodo.

Uma das mudanças que ocorreram nele é que, ele passou a me chamar de amor ou pequena.  Eu fico totalmente derretida, nem parece o homem que tanto.me maltratou a quase 1 ano atrás, mas devo admitir que estou de saco cheio dele perguntar a todo momento como estamos. Ele não sai da minha cola, não me deixa fazer nada. Hoje acordei sentindo umas doores nas costas, mas não digo nada se não ele pira ainda mais!

- Estamos bem Ga, minhas costas que estão me matando. Sinceramente seu filho tem que sair logo daqui ou eu sinto que vou explodir! - Digo de forma direta.

Nesses últimos três meses que se passaram, meu humor ficou horroroso. Eu virei uma viciada em sexo, mas desde que completei os nove meses Gael não me toca porque diz que pode machucar o bebê, sinto que a qualquer momento fico louca. Gael está pagando por todos os seus pecados agora.

- Pequena, paciência! Já já nosso bebê estará aqui! Eu não vejo a hora de saber se é um menininho ou uma menininha! - Diz empolgado.

- Fala isso, porque não é você que tá todo dolorido e que nem uma melancia ! - Digo já estressada.

Deixo ele falando sozinho e vou deitar. Apago rapidamente e não vejo Gael deitar.

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Horas mais tarde, ainda de madrugada, acordo repentinamente com uma leve cólica na região da barriga.

- Ai! - Resmungo.

Percebo que Gael está do meu lado dormindo e ainda não percebeu que eu acordei. Acho que o bebê chutou forte demais. Tento me acalmar e deitar novamente, mas parece que cada vez ficam mais intensas. Me levanto e decido caminhar pela sala, Gael ainda permanece dormindo. Já na sala, com o passar dos minutos descubro que não são cólicas habituais, são contrações. A cada momento elas se tornam mais fortes e intensas. Permaneço calada, pois não quero acordar Gael agora. Não sei ao certo quanto tempo permaneço andando pela sala, mas as dores só aumentam e já é impossivel não gemer.

- Amor! O que foi? - Gael aparece com cara de sono na sala.

No momento que olho pra ele, um líquido desce pelas minhas pernas e eu só completo o óbvio:

- A bolsa acabou de estourar!!

O homem empalidece de uma forma que eu nunca vi, fica mais branco que leite e por um momento acho que vai desmaiar.

- GAELL!! - Grito pra ver se ele acorda pra vida.

Parece que o homem volta ao seu juizo ou ao seu quase juizo.

- Peg..ar a rou..pa e depo... - Começa a gaguejar sem parar.

Uma contração vem com tudo nesse momento e eu solto um grito ensurdecedor.

- Gael, eu preciso que você me ajude... Você disse que queria o ver logo, agora age que nem homem e me ajuda! - Digo em meio a dor.

Desesperado ele corre em minha direção e me ajuda a sentar.

- Espera um instante, vou buscar a parteira! Eu voltou rapidinho, não sai daí! - Diz todo atrapalhado e segue em direção a porta, mas ao olhar pela janela para.

- Que merda! - Esbraveja.

Não entendo muito bem o porquê do tom que ele usa, mas ao olhar em direção a janela também, percebo que a neve está na metade da mesma. Novamente começo a resmungar da dor que aos poucos se torna cada vez mais intensa.

- Acho que você vai ter que fazer o parto! - Digo em meio a dor.

- Eu? Mas eu não sei... E se... O que eu faço? - Fica totalmente desnorteado com a minha fala.

- Me ajuda por favor! - Resmungo ao vir outra contração.

- O que eu faço?

- Pega algumas toalhas, água morna em uma bacia e uma tesoura... - Digo algumas coisas que lembro de uma senhora ter me dito alguns dias antes.

- Eu... já... Volto....- Sai apressado pela casa em busca das coisas que eu pedi.

Alguns minutos se passam até o retorno de Gael, e nesse intervalo, as dores se tornaram quase que insuportáveis.

- Tá tudo no quarto... O que mais eu preciso fazer pra te ajudar? - Diz preocupado e apreensivo.

- Me ajuda a ir para o quarto, preciso me deitar na cama... - Nessa altura, eu já estou ensopada de suor.

Gael me pega no colo e calmamente me deita na cama. Não sei ao certo quanto tempo permaneci com contrações, mas sei que o dia novamente surgiu e eu estou no meu limite. Gael não saiu do meu lado nem por um instante, coitado! As toalhas molhadas na água, de início me ajudaram, mas agora não servem mais. Acho que Garl deve ter perdido a mão esmagada pelos apertos que eu dei em cada contração no decorrer das horas.

- Amor...demora tanto tempo assim? - Diz preocupado e com uma expressão de cansaço.

- Eu não sei... - Me limito a dizer.

Nesse momento a dor vem com tudo e eu sinto uma necessidade extremamente grande de empurrar.

- Acho que .... é agora... - Murmuro ofegante.

Ele me olha espantado. Exausta pela dor, grito:

- VAI PRO MEIO DAS MINHAS PERNAS E SEGURA SEU FILHO! - Nem eu acredito que disse isso, mas isso é o de menos.

Durante vários minutos eu executo um ciclo: Empurra, pausa, empurra. Empurra, pausa, empurra.

- Gael eu não consigo mais...- murmuro cansada, com dor e molhada pelo suor.

- A cabeça Amélia! Eu tô vendo a cabeça! - Vibra de felicidade.

- Só mais um pouco por favor, você já aguentou até aqui e o nosso filho tá quase aqui conosco. Você consegue, você é a mulher mais forte que eu conheço e a mulher que vai trazer o nosso filho ao mundo. - Diz emocionado e volta a se posicionar no meio das minhas pernas.

Com o ultimo resquício de força que há em mim, eu empurro com tudo. Sinto algo sair de mim. A dor some. Tudo para. A única coisa que ouço agora é o choro forte do meu bebê. Percebo que tudo que passei e sofri valeu a pena. Agora eu sou mãe. Olho pra Gael e o mesmo se encontra com o rosto banhado em lágrimas, mas com uma expressão de encantado no rosto. Em suas maõs, está o nosso pequeno milagre. Sujo de sangue e nas maõs gramdes e fortes do pai.

- É um menino Amélia! - Diz sem tirar os olhos do bebê.

Lágrimas grossas caem em meu rosto e permaneço encantada com a cena. Um homem de mais de dois metros de altura segurando um serzinho minúsculo com apenas alguns centímetros.

- Eu sou pai! - Sussura maravilhado.

- Gael, me dá ele aqui. - Digo encantada.

Apesar de dizer não saber o que fazef, Gael corta o cordão umbilical de forma cuidadosa e aparentemente correta. Em seguida ele embrulha nosso pequeno bebê em um pano e me entrega. Senta ao meu lado e observa maravilhado o bebê. Ele parece não acreditar. Eu me sinto completamente rendida ao pequeno ser que tenho em meus braços.

- Como você quer chamá-lo? - Digo para Gael, ainda olhando para o pequeno bebê em meus braços.

Durante alguns minutos, ele parece pensar.

- Ravi , nosso pequeno sol. - Ele finalmente diz.

Como se já soubesse que falávamos dele, Ravi ainda sujo de sangue para de chorar e sorri.

- Com toda certeza é o nosso pequeno sol...






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